"Na igreja de Yamaguchi, no alto da colina, assistia à missa uma simpática anciã que jamais faltava aos domingos, com seu kimomo à moda antiga. Transpirando no verão e protegendo o pescoço no inverno, subia, em passitos curtos, a encosta para que chegasse sempre antes do início da missa. No fim, sempre alguém lhe oferecia boleia para descer, mas ela sempre recusava. Um dia explicou-nos porquê. “Prefiro descer pela encosta da colina que vai dar ao jardim do templo budista. Ali, a meio caminho, sento-me e respiro fundo à sombra das árvores. Ali, entre a paz e o silêncio daquelas árvores centenárias, é que verdadeiramente se encontra a Deus...”. “E – acrescentou logo de seguida– “libertamo-nos do cansaço da missa e do sermão...”. Perante o nosso desconcerto, concluiu: “É que na missa, –vocês bem o sabem– há tantas palavras seguidas... são tantas as palavras...!”
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