"Os primeiros primatas bípedes estabeleceram a separação entre a espécie humana e os outros símios. Para abarcar as capacidades do cérebro humano é necessário compreender exactamente que problemas os nossos antepassados primatas estariam a tentar resolver e que os levou a desenvolver um cérebro tão extraordinariamente intrincado. Não podemos olhar para o moderno cérebro humano, e para a sua capacidade de criar ciência, como se os milhões de anos de evolução que o afinaram até à sua presente configuração não tivessem tido lugar. Entre os eventuais problemas há certamente os de status, territorialismo, acasalamento, gregarismo, altruísmo versus oportunismo, a construção de artefactos, e o mapeamento do mundo exterior. O cérebro do Homo Sapiens Sapiens, considerado indistinguível do nosso actual cérebro, tem aproximadamente a idade de cem ou duzentos mil anos. O Paleolítico começou entre 30 a 60 mil anos antes disso, período durante o qual a linguagem, e muito mais tarde a escrita, começaram a desenvolver-se. Contudo, pela altura do Paleolítico Superior, desde 40 até 10 mil anos antes da actualidade, o ritmo de evolução cultural acelerou dramaticamente. De acordo com a teoria da genética da população, a maior parte das mudanças ocorreu de forma demasiado rápida para poder ser acompanhada de perto pela evolução genética." Luís Moniz Pereira
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