domingo, novembro 30, 2008

Stress em primatas

Sapolsky presents a table of binary tests of his ten factors, performed upon captive animals, to show the way that they influence the stress level in dominant and subordinate individuals.
  • Consistently, animals who are more socially stressed by the dominance hierarchy show indices of hyperactivity of the GC system. This includes elevated basal levels of GCs, the enlarged adrenal glands that accompany such increased secretion, a sluggish GC stress response in the face of a major homeostatic challenge, and impaired sensitivity of the system to negative feedback regulation (Sapolsky 2005:651).
    Unstable hierarchies, hierarchies in which dominant individuals must repulse many challenges, and cooperative breeding systems tend to stress high-ranking individuals. Low-ranking individuals are relatively stressed (compared to high-ranking individuals) in societies with low social support for subordinates and with nonviolent intimidation by dominants.
    According to the review, chronic stress has many negative health effects, including:
    hypertension
    increased cholestorol and associated plaques
    inhibition of fertility and reproduction in males via suppression of testosterone
    reduction in fertility and reproduction in females via delayed maturation, anovulatory cycles, accelerated senescence, and reductions in estrogen and progesterone
    suppression of immunity
    neurobiological changes
    Sapolsky RM. 2005. The influence of social hierarchy on primate health. Science 308:648-652Sapolsky RM. 2005. The influence of social hierarchy on primate health. Science 308:648-652

sábado, novembro 29, 2008

Stress e estatuto social em primatas

De igual forma, outros estudos indicam que o status social dentro de grupos de primatas ( entendido como relações de hierarquia relativa em termos de dominância social).
Os primatas de baixo estatuto apresentam o sistema imunitário mais fragilizado como consequência de maiores níveis de stress e maior vulnerabilidade a doenças graves, incluindo respiratórias.
Por outro lado,a menor presença de arteroesclerose e doenças coronárias em machos primatas dominantes é subvertida se esses machos dominantes estiverem numa situação permanente de instabilidade social em que o seu estatuto é perturbado ou frequentemente ameaçado de forma completamente imprevisível ou aleatória, como se pode ver aqui.

Stress em primatas

EStudo sobre stress em primatas indicam alguns dados extraordinários:

1 - O nível de stress, avaliado pelas dosagens hormonais dos marcadores biológicos do Sress ( Adrenalina e cortisol) está directamente relacionado com o grau que cada macaco ocupa na hierarquia social do grupo.
2 - Estes níveis são substancialmente mais elevados nos macacos que ocupam os estratos sociais mais baixos e que são sujeitos com frequência a comportamentos de violência, agressão e privação.

3 - Estes macacos apresentam níveis elevados de arterosclerose quendo comparados com macacos da mesma idade e de estrato social superior ( machos dominantes).

Ouseja, mais do que uma experiência cognitiva ou comportamental, o impacto do stress é sobretudo biofisiológico. e relativo às relações sociais.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Beatles forever

Galactica

Uma metáfora sobre a humanidade

Tienen derecho a la vida

Tienen derecho a la vida. Derecho a una vida libre, sin violencia, en paz. Derecho a sentirse seguras en sus casas y fuera de ellas. Derecho a soñar. Tienen derechos.
Y una sociedad democrática, una sociedad como la nuestra, no se puede permitir que la violencia contra las mujeres sea algo normal. No nos podemos permitir que pase de generación en generación.
Solo desde el esfuerzo compartido haremos del tiempo un aliado, no un lastre. Es necesario que sumemos nuestras voces para que se convierta en una sola que grite “basta ya”.

terça-feira, novembro 25, 2008

Os profs Geração rasca

Eles aís estão.
Sairam dos bancos de faculdade e entraram para o sistema de ensino do outro lado - são agora professores do ensino básico e secundário.

Uma carreira tentadora - em boa verdade a única carreira do sistema público ou privado onde TODOS os trabalhadores podem chegar automaticamente ao TOPO DA CARREIRA, sem um único momento de avaliação formal.
È normal que se amotinem se alguém lhes impõe um nível mínimo de exigência.
Os prós e contras de ontem foi elucidativo - os professores não querem ser avaliados. Ponto.E os que querem ou concordam com o processo de avaliação, calam-se com medo, sofrem coacções, ameaças veladas.

Os restantes vieram para a rua aos gritos contra a Ministra (também era uma ministra) como faziam quando não queriam pagar propinas.
Usam os mesmo cânticos de guerra, os mesmo slogans adolescentes, as mesmas caricaturas, os mesmos insultos, a mesma lengalenga de boémia bebedeira.
Agora a luta é a mesma - querem uma passagem administrativa para o topo da carreira.
Com rabos à mostra se preciso for.

A tradição ainda é o que era

A Igreja recomenda aos casais sete dias de sexo.
Ora aqui está uma boa recomendação que todos devem seguir religiosamente.
Um orgasmo por dia, nem sabem o bem que lhes fazia...

Acordar na cidade

Folheio as ruas e as casas, resguardando-me das palavras, algures, entre a sonolência e a agitação.
Todos ainda dormem quando fecho a porta devagarinho, é ainda muito cedo, este pedaço da manhã é para mim, como um presente que me é oferecido e que me dou o ensejo de usufruir. Respiro o pálido amrelo das primeiras folhas que rumorejam a relva, a luz é completamente cristalina com este frio. Na relva do jardim ficou congelado o respirar da noite que estala agora sob os meus pés.
Tenho mesmo ao lado da minha casa o melhor jardim do mundo, com tílias, plátanos e bétulas, pegadas de crianças, matilhas de cães guiados por donos cegos-ao-fim-do-dia ( é possível que durante o dia vejam, à noite parecem todos perdidos na penumbra enquanto são arrastados pelos cães), tenho escorregas de todas as cores, velhinhos translúcidos a fazerem o jogging matinal, teans a ensairam os primeiros beijos húmidos nos intervalos das aulas, rosas, muitas rosas que teimam em abrir em alturas improváveis do ano, tenho um baloiço onde, aos domingos de manhã, os meus filhos mais novos se perdem em solilóquios ondulados.
Tenho tudo, portanto.

domingo, novembro 23, 2008

Um texto que gostaria de ter escrito

"É bem pior o que foi menos criticado, ou seja, a frase contextualizadora: "Não acredito em reformas, quando se está em democracia." Porque também esta deve ser contextualizada no quadro próprio, que é o currículo da pessoa. MFL governou várias vezes e foi a segunda figura de um Governo. Foi a governante autoritária que todos recordamos. Mas foi uma governante de gestão, não de reformas. Impôs-nos tudo para o combate ao défice e nada conseguiu. Não ousou tocar na administração pública. Não anunciou nem tentou qualquer reforma educativa. Não custa nada admitir que genuinamente não acredite em reformas em democracia. E não a vou pregar à cruz de uma convicção que é livre. Pode é um eleitorado que acredita na absoluta necessidade de reformas entender que assim não se justifica apostar nela.

Mas o mais digno de atenção, por mais revelador, foi o mais singelo: essa visão do mundo, da vida e da espécie que vem embrulhada na ideia de que, em democracia ou ditadura, "se está". Pois, nós bem sabemos. Mas é uma abordagem que sulca ondas melindrosas. Porque pressupõe distância e alteridade. A democracia não se vive e frui, como a ditadura não se sofre. Numa e noutra, está-se. Como quem diz: a gente nasce e logo vê. Logo vê o modelo de organização social e política em que nos foi dado viver. Paridos, olhamos em volta: se há liberdade, melhor, mas, se não há, a gente governa-se. Porque isso da liberdade, ou falta dela, é um dado. É um adereço rígido da própria Criação, entendida esta como tudo o que está - ou seja, tudo o que sempre foi, ligeiramente alterado pelos poucos menos e mais que a humanidade, laboriosamente, lá foi conseguindo introduzir. É contingência, é circunstância, e nada podemos (ou nos cumpre) fazer contra o que nos transcende e formata"

E para o amor meu

Ejá que hoje nos deu para o revivalismo...

Metáforas de hipocrisa

Uma das melhores vozes da academia...

Onde andas tu, Paulão???

E mais uma balada de um grande amigo .

Ai saudade....



( Os colegas de curso, os amigos de tantas baladas e sonhos.....)

Delírio erotomaníaco

"Suponhamos, por exemplo, que um hipnotizador sem escrúpulos queria uma sessão de striptease, isto é, de desnudamento. Bastar-lhe-ia para o efeito dizer à hipnotizada que estava na casa de banho, que fechasse a porta à chave e se despisse para tomar banho. O que se passaria seria que a senhora com o maior dos à vontades despojar-se-ia diante dos presentes. Imagine, ainda, cúmulo da perversão, que o hipnotizador se faria passar pelo marido da mesma. Como se vê é possível especular sobre uma infinidade de situações em que a pessoa hipnotizada seria induzida em erro agindo em desacordo com a sua consciência, julgando estar a segui-la."
A doença mental tem destas coisas e a fantasia dos frustrados não tem limites.

Agora, que estes delírios sejam publicadas como se fosse um artigo sério e moralizador.....

terça-feira, novembro 18, 2008

Oração da Tarde

O homem sem cara encosta-se à parede como uma sombra. Não é apenas a mutilação no rosto, o rasto da cirurgia invasiva a desmontar o perfil do queixo, nem sequer a cicatriz que lhe corrói a face esquerda, nem as sobrancelhas sem pelos a adivinhar as sessões de quimio escondidas pudicamente pelo boné xadrez.

O que me inquieta no homem é este gesto de se encostar à parede, um gesto de tristeza infinita de animal acossado, um corpo todo escondido do olhar alheio, a vontade obscura de se anular, de se afundar na sombra, de se encolher em si mesmo até à transparência. E é este gesto, de abandono absoluto, de solidão absoluta, que me dá uma imensa vontade de rezar, numa proximidade de transfiguração da nossa humanidade.

Rezo por ele enquanto desço os dez pisos do hospital na direcção do carro. Não por ser doente, não pela mutilação da cara, nem sequer pela fragilidade do corpo contra a parede.

Rezo porque há qualquer coisa de sagrado neste sofrimento obscuro, qualquer coisa que nos leva a inclinarmo-nos interiormente face ao indizível e a clamar amor, não para mim mas para um outro desconhecido.

Para além do canibalismo

"O apelo consiste, como se sabe, numa transubstanciação existencial, na qual a nossa carne se torne acto do próprio Deus, se santifique. A nossa carne, isto é: a nossa vida quotidiana, as nossas pulsões e ideias, as nossas adesões e relações; o nosso sangue, o nosso esperma, o nosso estômago, a nossa pele, os nossos nervos; a nossa alma, os nossos mundos, as nossas afecções; os nossos sentimentos e desejos; as nossas actividades e contemplações, as nossas presenças e ausências, os nossos medos e esperanças.

Esse é o sentido místico da comunhão, esse o epicentro sacramental."

Heil nelinha

"E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia". Manuel Ferreira leite, hoje, no final de um almoço promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana (via agência Lusa)

Delírios

Reino na Noruega

Adoro a Noruega. Por muitas razões. Perguntei a uma amiga norueguesa o que punha sempre em primeiro lugar e ela respondeu - a qualidade de vida. Poder subir ao topo de uma montanha, só por subir.

domingo, novembro 16, 2008

Liliana

Fico um pouco perplexa quando o vejo, disse-me Liliana, a empurrar a madeixa que lhe esconde o olhar. Parece-me velho e gasto, magríssimo, barba por fazer, a brincar com os três garotos, sem que uma única gargalhada rebente à distância. Como um cão abandonado, penso, sempre que o olho com o coração apertado, que é o mesmo que dizer como um homem abandonado.O mesmo lombo curvado, um não sei quê de desmazelo no pelo, na pele, os olhos que eram de oiro - juro que eram - colados nas órbitas à custa de muito esforço. Reparo agora que os olhos - eram doirados - lhe vão caìr da cara e rolar no chão como um artifício inútil.

Quando se cruza comigo sei o que pensa. O mesmo silêncio de antigamente quando todas as coisas eram possíveis e um enleio adolescente nos proibia as palavras.

Um ligeiro arfar de lombo, à espera de uma festa ou a antecipar um pontapé, não sei.

"Se soubesse inventar cegos, fazia-os dormir sob rimas de jornal algures nas proximidades de um cais, numa cidadecomo a nossa, rasgada por cursos de gente e água. Aí, poderiam montar um estabelecimento, após o pagamento e a espera na fila, diria ao cliente quanta destruição vem de saber o dia em que se viu o pai chorar e desconhecer como pode um cigarro fumado por outros, numa cozinha da nossa infância, influir na felicidade futura ou ignorar outro modo de a tosse ser hereditária. Uma vez acomodado num banco de três pés, o cego poderia passar a explicar como uma partida dura, não até ao dia do regresso, mas até ao dia da morte seja de quem partiu, seja daquilo que ficou, porque aquilo que se abandona não muda nunca a menos que se abandone mal: a menos que se volte já com outro peso nas costas, as esperanças inversas (o que querias de diferente para os teus quando foste, entendes hoje que será melhor que não tenham tido, para que recebas à chegada a mesma desarrumação doméstica, lenços sujos ou braços mal abertos).

O nosso excelente cego serviria ainda para outros efeitos, faria um traço no chão com a biqueira do sapato bom para manter o silêncio por mais alguns instantes, silêncio que interromperia depois, abruptamente, para se confessar um ser prosaico e diagonal que, como tal, não pode fazer senão versos ou esperar que, na cama de jornal onde dorme sozinho,(e já alguém esteve acompanhado numa cama?) possa vir a ter mais do que monólogos constrangedores, mais do que conforto amargo de saber que nada de nobre merece ser estragado para poesia. Ele que até nem tem nada de nobre,infeliz depositário das incertezas de terceiros ..." Colhido aqui.

Radicalmente amoroso

O ponto de partida da espiritualidade de Jesus, a experiência de Deus como Abba, incluía a consciência de que Deus era um pai amoroso para todos os seres humanos. Deus ama e perdoa todos os homens, mulheres e crianças de forma incondicional. Era com esta convicção que Jesus se aproximava das pessoas do seu tempo. Embora fosse um crítico radical da sociedade em que vivia, Jesus não julgava ninguém. Nunca o encontramos a fazer sermões de moral, a procurar bodes expiatórios ou a imputar culpas fosse a quem fosse.(...) Ao subverter o conceitos do seu tempo, Jesus rejeitava qualquer forma de religião legalista ou moralista.

Albert Nolan, Jesus Hoje

Crimes contra as mulheres

Em terras de El Salvador existem inspectores forenses da vagina - que confirmam que nenhuma salvadorenha, mesmo em risco de vida devido a, por exemplo, uma gravidez ectópica, tenha a veleidade de abortar . Assim, inúmeras mulheres são condenadas à morte certa e outras obrigadas a suportar gravidez de fetos inviáveis, a parir nados mortos ou ftos resultantes de violação.

Jesus o relativista

A espiritualidade do tempo de Jesus tinha por base a Lei, a Tora. Jesus também a virou do avesso - não a rejeitando mas relativizando-a.
"O Sábado foi feito para o homem e não o homem para o Sábado", diz Ele (Mc 2, 27). Por outras palavras, as leis do shabath e, implicitamente, todas as leis de de deus, pretendem servir-nos a nós, seres humanos. Nós não existimos para servir ou adorar a lei - isso seria idolatria.
Por isso Jesus sentia-se perfeitamente livre para transgredir a Lei, sempre que observava que era nociva às pessoas. O comportamento de Jesus, no entanto era considerado irremediavelmente escandaloso, sobretudo quando Ele ensinava os discípulos a fazerem o mesmo (Mt, 12, 1-5). O que interessava a Jesus eram os homens e as suas necessidades. Tudo o resto girava à volta disso.
Albert Nolan - Jesus Hoje

sábado, novembro 15, 2008

Do luar

Hoje devia ser obrigatório passar a noite na rua.
Está lá fora uma lua capaz de engolir o mundo.

Reminiscências

Não sei porquê mas nas ruas de versailhes respira-se o mesmo ambiente dos arredores do palácio Imperial SCHONBRUNN em viena. As mesmas vivendas plácidas em ruas bordejadas de casas e pequenos jardins, uma suave pasmaceira de gatos esparramados ao sol, livrarias com alfarrabistas e muitos velhos. Talvez seja assim ao lado de todas as obsoletas glórias imperiais - a vida normal das pessoas felizes instalou-se na vizinhança.
QUEM PAGA PELOS PECADOS DOs HOMENS?Esta é a pergunta lançada por um cartaz elaborado pela ONG italiana Telefono Donna, uma organização de apoio a vítimas de violação.
O cartaz foi concebido para o Dia Mundial contra a Violência de Gênero, dia 25 de Novembro. E a polémica está online, com os excitados do costume, com( ou contra?) o simbolismo do crucificado no feminimo.
Que melhor símbolo para uma mulher vitimizada?
Se fosse eu, usava este slogan:
Este é o meu corpo, tomai e abusai.
Este é o meu sangue, tomai e bebei.

Rad Trads versus Obama

Ao que parece, alguns grupos de Rad Trads Católicos nos EUA fizeram uma campanha nacional de rezinhas (esta das campanhas da reza do terço é recorrente) para evitar a eleição de Obama. Os resultados são conhecidos.
Ou seja, como diz a Tradição popular portuguesa,Vozes de Burros não chegam aos céus.

Rito Moçárabe

Hoje,em Coimbra, pelas 18 horas,na belíssima Sé Velha será "rezada " uma Missa segundo o Rito Moçárabe. Este rito Tradicional representa um fenómeno religioso muito interessante que ocorreu nesta região onde durante largos séculos conviveram , sem grande intolerância religiosa face à liberdade de culto, árabes e cristãos. O rito Moçárabe, no seu esplendor medievo, resultou desta fusão cultural de duas mundivivências que se interpenetram, demonstrando que a fusão religiosa pacífica é possível mesmo em períodos de guerrilha por territórios.
Ainda hoje, este Rito, muitíssimo mais antigo e Tradicional que o Rito Tridentino, é mantido vivo em algumas comunidades hispânicas.
Resta dizer que a Sé Velha é a mais bela das Igrejas de Portugal.
Portanto, os saudosistas por rituais e música medieva assim como os interessados em Turismo Religioso podem ter a alegria de assistir a um espectáculo interessante.
Mais logo comentarei sobre o evento.

sexta-feira, novembro 14, 2008

A convicção delirante

Em certas ocasiões o sujeito sente-se inundado, até ao topo da sua
intimidade, por uma espécie de força sobrenatural ou por certezas
absolutas que só ele pode conhecer. Sente-se possuidor de saberes
singulares que lhe chegam transportados por forças estranhas ao
eu. O paciente adquire subitamente a convicção de que certos
factos ocorreram, embora tal ocorrência seja de todo absurda e
inverosímil aos olhos do observador. (aqui)
Ensaio sobre a cegueira

quinta-feira, novembro 13, 2008

"WER BIN ICH

Wenn ich verzweifelt bin

schreib ich Gedichte

Bin ich fröhlichs

chreiben sich die

Gedichtein mich

Wer bin ich

wenn ich nicht

schreibe?"

Rose Ausländer

Caricaturas


São gordos, risíveis e vestem-se assustadoramente mal. Não sei se o aventalinho branco sobre os joelhinhos rubicundos é uma reminiscência maçónica.
São uma caricatura.
Eu quero amor feinho. Amor feinho não olha um pro outro. Uma vez encontrado, é igual fé, não teologa mais. Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja. Tudo que não fala, faz. Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada. Amor feinho é bom porque não fica velho. Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: eu sou homem você é mulher. Amor feinho não tem ilusão, o que ele tem é esperança:eu quero amor feinho.

Adélia Prado

À flor da pele

A minha pele é de uma fragilidade extrema. Qualquer contacto com substância agressivas e ei-la que riposta em vermelhidões rebeldes. Não gosta de certos tecidos ou perfumes, do ar frio. Mesmo o sol tem de ser limpo de fadigas excessivas.

Gosto da minha pele assim, duma brancura excessiva, feita de abraços.

És fofinha como uma nuvem, disse-me uma vez o meu filho mais novo.

Foi o elogio mais macio que algum dia me deram.

Fatal

"Os moços tão bonitos me doem,

impertinentes como limões novos.

Eu pareço uma atriz em decadência,mas, como sei disso,

o que sou é uma mulher com um radar poderoso.

Por isso, quando eles não me vêem

como se dissessem: acomoda-te no teu galho,

eu penso: bonitos como potros.

Não me servem.

Vou esperar que ganhem indecisão.

E espero.

Quando cuidam que não,estão todos no meu bolso."

Adélia Prado

Comprei um caderno novo.

Da brancura das linhas, desliza o lápis com a suavidade de uma patinadora sobre o gelo. Acetinado o papel no carvão, há uma euforia física no tropeçar das letras, como um rodopio. Apetece-me escrever coisas inúteis, esboçar esquissos.

Às vezes faço pequenos pontilhados entre os textos como formigas em crochet.

Não tem muito que saber: o escorregar da tinta até me nascerem palavras.

terça-feira, novembro 11, 2008


Delírios Místicos

O delírio é uma ideia ou conjunto de ideias que não corresponde à verdade. Trata-se de uma convicção falsa, inabalável, sem prova adequada e contrária ao contexto sócio-cultural e científico do momento. A palavra delírio etimologicamente significa sair dos trilhos e por definição consiste na alteração da capacidade de distinguir o falso do verdadeiro
Características essenciais:
1. A pessoa apresenta uma convicção extraordinária, uma certeza subjectiva praticamente absoluta. A sua crença é total e para ele não se pode colocar em dúvida a veracidade de seu delírio.
2. É impossível a modificação do delírio pela experiência objetciva, por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos, plausíveis e aparentemente convincentes. Assim, diz-se que o delírio é irremovível, mesmo pela prova de realidade mais cabal.
3. O delírio é um juízo falso, o seu conteúdo é impossível. No entanto, alguns conteúdos delirantes podem basear-se em factos reais.
Indicadores da gravidade:Kendler e colaboradores propuseram uma série de dimensões ou vectores da atividade delirante, que seriam indicadores da gravidade do delírio:
Convicção: Até que ponto o paciente está convencido da realidade de suas idéias delirantes.
Extensão: Em que extensão as idéias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do paciente.
Bizarria: Até que grau as crenças delirantes se distanciam das convicções culturalmente compartilhadas por seu grupo social de origem, o quanto seu delírio se distancia da “realidade consensual”.
Desorganização: Até que ponto as idéias delirantes são consistentes internamente, têm uma lógica própria e em que grau são sistematizadas.
Pressão: O quanto o paciente está preocupado e envolvido em suas crenças delirantes.
Resposta afectiva: O quanto as suas crenças delirantes abalam ou tocam afectivamente o paciente.
Comportamento desviante: De que forma o delírio condiciona o compoertamento da pessoa.
Aqui.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Se não fosse esta certeza que nem sei de onde me vem,não comia, nem bebia,nem falava com ninguém. Acocorava-me a um canto,no mais escuro que houvesse,punha os joelhos à boca e viesse o que viesse. Não fossem os olhos grandes do ingénuo adolescente,a chuva das penas brancas a cair impertinente,aquele incógnito rosto,pintado em tons de aguarela,que sonha no frio encosto da vidraça da janela,não fosse a imensa piedadedos homens que não cresceram,que ouviram, viram, ouviram,viram, e não perceberam,essas máscaras selectas,antologia do espanto,flores sem caule, flutuando no pranto do desencanto, se não fosse a fome e a sede dessa humanidade exangue,roía as unhas e os dedos até os fazer em sangue.

António Gedeão

O efeito Obama


A alegria é muita. Não é só o Porto ter ganho. Não é só por o lagartame chorar.

É saber que muito lagartame fica esverdeado ao saber que foi derrotado por um preto, 'inda por cima imigrante.

Ortodoxias

Enquanto os cristãos se agridem , os judeus tentam manter a paz.

domingo, novembro 09, 2008

Da Tradição

Não é novidade que os ditos tradicionalistas são um saco de gatos e que um preocupante fraco nível intelectual grassa nestes sectores, como muito bem constata esta reflexão:
"As divisões internas por causa do «Summorum Pontificum» põem muitos ainda mais em atitude de defesa. De resto, os tradicionalistas comportam-se cada vez mais como um saco de gatos. Os blogues tradicionalistas deixam bem clara esta situação. Outro aspecto curioso é notar que a esmagadora maioria dos escritos da blogosfera tradicionalista é para dizer mal disto e daquilo. Fica-se com a forte impressão que nada de positivo os move; apenas o «contra». Por exemplo, são raríssimos os temas de fundo de espiritualidade. Cada um escolhe os seus «inimigos de estimação» e toca a debitar «posts», libelos, anátemas e insultos. E, não raro, uns contra os outros. A fragmentariedade de «subpertenças» e «fidelidades» e a forma como se guerreiam é outro sinal de que algo está mal nesta «Dinamarca» tradicionalista... Também não ajuda nada o estilo beligerante, tantas vezes associado ao facto de muitos tradicionalistas mais radicais serem «ex» qualquer coisa: ex-protestantes (é o caso de Msr. Williamson), ex-carismáticos, etc... "
Para além desta pobreza intelectual, da falta de formação teológica e de uma reactividade adolescente, os tradicionalistas estão ligados a coisas bem mais obscuras, que revelam no mínimo uma intensa instabilidade emocional.
“(..)estive em contacto com pessoas que se viriam a revelar absolutamente detestáveis ou simplesmente dispensáveis, de tal forma pode ser o engano de as saber somente nesta via blogosférica.Desses indivíduos tradicionalistas, com quem me cruzei em e-mails e conversas online, poucos me suscitam hoje algum sentimento de confiança. Todos, ou quase na totalidade, acabaram por revelar patologias desconcertantes nos diálogos que mantivemos. Entre elas, a mais frequente foi sempre a da pretensão de criar conflito, muitas vezes partindo do nada como pretexto, como que em estranho culto da controvérsia pela controvérsia. E todo o mal fosse esse, não viesse por arrasto a gravidade de algumas querelas que me assaltaram a caixa de correio eletrónico e mesmo o telefone pessoal. Intrigas, mal-entendidos, confusões nas intenções de parte-a-parte, suspeitas que seriam evitáveis... linhas de privacidade quebradas por um mútuo acordo que veio trazer o maior arrependimento! Não bastavam as pequenas discordâncias nas minúcias teológicas e doutrinárias - as que, de certa forma, continuam a não nos permitir melhores acordos para partir à acção. Não! Vi-me confrontado com os mais loucos enredos, mentiras, mexericos quanto baste e maquinações contra irmãos de armas. O resultado? Meia dúzia de mentes esclarecidas perdendo tempo em questiunclas pessoais, que em tudo acabavam por fugir ao essencial, envolvendo terceiros, quebrando o direito ao bom-nome e a não ver a vida difamada, julgada, caluniada, investigada e colocada sob suspeita, como a minha”.
O que corrobora o meu juízo sobre o tema e os seus protagonistas.

Manifs

Ponho-me a escutar as mensagens dos professores na manif e não percebo.
Parece que único problema é a avaliação. Outros falam de burocracias e papeis entre lágrimas. Continuo sem perceber o motivo da contestação.
Sendo professores, seria de esperar um discurso mais estruturado que chegasse aos pais e alunos. Nada. Entretanto, o ambiente lembra-me vagamente (mais uma vez) o cortejo da queima em fim de festa.

Nota de rodapé - O PP fez um comentário sobre o tema em verso - uma quadra de rima perfeita. Ridículo.

sábado, novembro 08, 2008

Hope

"Hoje, na noite do mundo e na esperança da Boa Nova, eu afirmo com audácia minha fé no futuro da humanidade. Recuso crer que as circunstâncias actuais tornem os homens incapazes de fazer uma terra melhor. Recuso crer que o ser humano não seja mais do que um boneco de palha agitado pela corrente da vida, sem ter a possibilidade de influir minimamente no curso dos acontecimentos. Recuso-me a partilhar a opinião dos que pretendem que o homem está de tal maneira prisioneiro da noite sem estrelas, da guerra e do racismo, que a aurora luminosa da paz e da fraternidade não possa nunca tornar-se realidade. Recuso fazer minha a predição cínica daqueles que dizem que os povos mergulharão, um após outro, no turbilhão do militarismo, até o inferno da destruição termonuclear. Eu creio que a verdade e o amor incondicionais terão efectivamente a última palavra. A vida, ainda que provisoriamente derrotada, é sempre mais forte que a morte. Eu creio firmemente que, mesmo no meio das bombas que explodem e dos canhões que troam, permanece a esperança de um amanhã radioso. Ouso crer que, um dia, todos os habitantes da terra poderão receber três refeições por dia para a vida de seu corpo, a educação e a cultura para a saúde de seu espírito, a igualdade e a liberdade para a vida de seus corações. Creio, igualmente, que um dia toda a humanidade reconhecerá em Deus a fonte do seu amor. Creio que a bondade salvadora e pacífica um dia será lei. O lobo e o cordeiro poderão repousar juntos, todo homem poderá sentar-se sob a sua figueira, na sua vinha e ninguém terá motivo para ter medo. Creio firmemente que triunfaremos." (Martin Luther King) Traduzino no Palombella Rossa

Les plans de construction d'Auschwitz découverts.

E serão dois numa só carne




A roupa da mulher segundo os Rad Traps

"É preciso lembrar às raparigas que o homem se excita principalmente através dos olhos.Então, cuidado com a roupa que usas; com os decotes, com o comprimento das saias… Não ponhas “pólvora” no sangue do teu namorado se não queres vê-lo “explodir”. "
Ou seja, segundo a Canção Nova, na linha de outros Rad Trads, os homens, taditos, explodem por qualquer coisita (ejaculação precoce?), logo, as casta fêmeas católicas têm de andar sem decotes e de saias pelos pés. Acho mesmo que deviam em definitivo tapar os pés.
Afinal há sempre os que se excitam brutalmente com uns belos pés femininos.

Rad Trads , castidade e roupas

A defesa dos valores morais da castidade e do pudor, por parte de fundamentalistas religiosos está directamente relacionada com violações dramáticas de direitos humanos fundamentais e da violência contra as mulheres.
"O Alcorão contém várias passagens que se debruçam sobre a roupa e o adorno a serem empregues pelas mulheres, nomeadamente Sura XXIV, versículo 31 e Sura XXXIII, versículos
53 e 59, que seguem na íntegra, numa tradução portuguesa.
XXIV: 31 "Diz às crentes que baixem os olhos e observem a continência, que não mostrem os seus ornamentos; que cubram o peito com seus véus e não mostram os seus atractivos, a não ser aos seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus enteados, seus irmãos, seus sobrinhos, às mulheres suas servas, ou aos escravos ou servos varões sem desejos carnais, ou às crianças que não ligam à nudez das mulheres; que não agitem os seus pés enquanto andam, para que não chamem à atenção sobre seus ornamentos ocultos."
XXXIII: 59 "Ó Profeta, diz a tuas esposas, a tuas filhas e às mulheres dos crentes que se cubram com as suas mantas; isso é mais conveniente, para que distingam das demais e não sejam molestadas."
Os motivos que os islâmicos adiantam para o uso do véu são vários. Um primeiro grupo de razões prende-se com a função simbólica da roupa. A mulher propriamente vestida mostraria ser uma muçulmana devota, portanto casta, e daria a entender que o seu marido e os seus parentes masculinos são homens de virtude (ver Alcorão Sura XXXIII, versículo 59). A
roupa ajudaria a afastar o "pecado", dela e dos homens que vai encontrar. De acordo com este raciocínio, o véu ou a burka servem para evitar o assédio sexual e para ajudar a manter a castidade, até o casamento. Protege contra o risco de transgressão de normas sexuais.
O mal tem origem na mulher, já que estaria sujeita a pecar por vaidade e ciúmes. É no comportamento dela que se deve procurar as causas de assédio sexual e de actividade sexual ilícita. Desde 1978 no Paquistão, inúmeras mulheres foram presas, acusadas de violação, e isso porque, ao apresentar uma queixa de violaçãoo, elas próprias são consideradas cúmplices e adúlteras".
A ler aqui.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Aqui

Estou sentada na relva.
Não trouxe sombras, não há maresias.
Há namorados enovelando beijos à beira rio,
os beijos estendem-se tentacularmente ao sol
até os envolver numa névoa fina,
o arfar do coração em frases fátuas.
Estou sentada na relva
e os meus namorados beijam-me à beira rio.
Não trouxe sombras, não trouxe nada.
Plátanos antigos povoam as margens de pontes.
Vermelho e doirado é o meu outono.

A insustentável leveza

Foi uma viagem alucinante pelo interior da República-Checa até entrar na Aústria - no coração da cortina de ferro. O carro, pequeno e frágil, de vidros com manivela e sem direcção assistida, vibrava até aos ossos em cada buraco de estradas provincianas, campos imensos, terras de ninguém, trilhos de comboios onde passaram vagões carregados de judeus, as sombras dos judeus ainda lá estavam, os gritos dos vagões impressos na paisagem, um céu extraordinário a cobrir a planura do silêncio, casas de portadas de madeira fechadas a tamborilar solidões, mulheres tingidas de loiro a carregar sacos de compras, bordéis falidos ao fim da tarde, casinos fantasmagóricos no meio do nada numa imitação eslava de Lasvegas, os trilhos da guerra, o carro vermelho (forçosamente) a afadigar-se entre aldeias saídas de cenários de filme,
Parámos num posto fronteiriço abandonado, o arame farpado enferrujado e as guaritas das metralhadoras fitavam os campos, fitavam-nos a nós, completamente inúteis, saímos do carro e o silêncio era absoluto.
Um silêncio carregado de sangue antigo e histórias por contar.
- Vamos - disse eu ao meu amor. Já vimos tudo.

O efeito Palin

Curiosamente, o efeito Palin continua a borbulhar na blogosfera portuguesa, com suspirantes sinais de admiração canina por parte de uma certa direita tristonha, que só se costuma excitar com bigodinhos ou com políticos gay.
Fica-se na dúvida sobre qual será a origem do fascínio por uma candidata presidencial que não fazia a menor idéia de que África não é um país, e que , depois das explicações , perguntou ao staff da campanha de John McCain se a África do Sul era só uma região desse país .

quinta-feira, novembro 06, 2008

dizem que a paixão o conheceu

mas hoje vive escondido nuns óculos escuros

senta-se no estremecer da noite

enumera o que lhe sobejou do adolescente

rosto turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado

quase sempre estendido ao lado do sono

pressente o suave esvoaçar da idade

ergue-se para o espelho que lhe devolve

um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho

à beira-mar envelheceu vagarosamente

sem que nenhuma ternura, nenhuma alegria

nenhum ofício cantante

o tenha convencido

a permanecer entre os vivos

Al Berto

De passagem

às vezes, gosto de passear por aqui.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Tão católicos chic que nós somos e tão a favor da vida e assim...


"Dar aos idosos 80 euros é um ultraje e um insulto porque eles, diabéticos, vão beber cerveja e comer doces e serão roubados pelos filhos",
afirmou Maria José Nogueira Pinto ao manifestar-se contra o apoio do Estado a idosos.

E agora com licença que vou ali respirar fundo antes que vomite.

Cidades globais

Há duas ou três cidades que nos pertencem. Porque já as percorremos de coração nos olhos, porque as fizemos nossas, porque nelas se respira os sonhos da humanidade que inoculámos na pele.
Assim de repente, as mais minhas: Paris, Barcelona, New York, Praga, Kinshasa, Coimbra, Veneza. Deixo outras para trás onde já estive também, não com menos maravilha mas com muito menos da minha história.

Da política

O discurso de Obama é uma imagem do que se espera da política - esperança, visão coragem, verdade. É isto o carisma, é isto um líder.
Ao ver em directo, a tacanhez, a mesquinhice e a pobreza do discurso dos nossos debates parlamentares, o pequeno do psd a esbracejar, o paulinho das feiras, ligeiramente mais gordo, a fingir ares de pose de estado, o nosso PM a debitar frases desastrosas de dirigentes do PSD, não posso deixar de pensar quão longe está a política como arte nobre de serviço à comunidade.

Lições americanas

Aos que questionam as qualidades da Democracia norte-americana, ficam duas questões:

1 - Seria possível hoje ao filho negro de um imigrante caboverdiano ser Presidente da República em Portugal?

2 - Seria possível em Portugal um discurso de derrota eleitoral, após uma refrega política intensa, com o nível do discurso de Maccain?

terça-feira, novembro 04, 2008

Born in the USA

Tão importante como ter o primeiro presidente negro da história dos EUA é que com esta eleição termina a era BUSH.

Para a Tété e amiguinhos

Plano de recuperação de pequenas famílias

Dedicado à Teresinha

O ideário da direita moderna em Portugal

Anfetaminas "às resmas", alcoól até caír, cocaína e outras drogas duras, está explicada a origem do populismo liberal em Portugal.
Na altura em que o Banco do PSD se aterra entulhado de dívidas e burlas de todo o tipo e em que os mais empedernidos liberais clamam em altos brados pela intervenção estatal, acho que Marx se está a rir silenciosamente na tumba.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Obama for President

Defuntos

No dia em que festejavam o dia dos meus anos eu era feliz e ninguém estava morto.
Ontem lembrei-me dos meus mortos. Tenho a felicidade de ter uma colecção muito pequena de mortos, os avós, algumas tias velhíssimas, um padrinho, uma amiga que me morreu aos 16 anos.
Dos meus mortos descobri mais tarde coisas inimagináveis, por exemplo, descobri que a minha avó dançava muito bem num velho filme do casamentos dos meus pais. Descobri muitas outras coisas - como os gestos encantatórios da minha tia a pentear o cabelo negro ou a fazer uma radiosa trança nas manhãs de domingo, como um ritual; ou o meu avô a chorar sozinho no quarto, assolado não sei porque fantasmas; sobre a amiga que me morreu, nunca se soube se de asfixia acidental se de suicídio, fiquei a perceber que talvez não houvesse mesmo grandes caminhos para ela e que os sonhos que a esperavam estavam noutro lado.
Lembro-me que no dia em que ela morreu eu vinha do liceu para casa e tive uma súbita necessidade de lhe falar. É daquelas coisas estranhas - às vezes um rosto amigo assoma-nos à memória de uma forma muito intensa e pensamos que temos recados súbitos e conversas para dizer.
Não tivemos. Quendo cheguei a casa a minha mãe esperava-me muito aflita. A paula tinha morrido durante a noite, asfixiada.
Os meus mortos estão agora muito vivos, muito próximos, onde quer que estejam encontraram a luz final do seu verdadeiro rosto, uns dançam pela eternidade, outros penteiam os longos cabelos, outros choram lágrimas de alegria, outros cantam...

sábado, novembro 01, 2008

Rankings das escolas




O arrastão explica com grande clareza a questão da mistificação dos rankings nas escolas.
Mas a imagem vale mais que mil palavras.

Sociologia pura

Um comentário minúsculo sobre o Putedo tem originado preregrinações blogosféricas a esta página resultantes de pesquisa no Google sobre a expressão idiomática, digamos assim.
Apenas uma pequena nota de pesquisa sociológica - grande parte dos pesquisadores da palavra "putedo" são dos catolicissimos Norte de Portugal e Madrid.