sexta-feira, abril 30, 2010

Fishiela em alta

Rino Fisichella, amigo pessoal e colaborador muito próximo de Bento XVI vai presidir a um novo dicastério especialmente criado pelo Papa - Conselho Pontifício para a Nova Evangelização.
Trata-se de um cargo prestigiado e de grande influência, e constitui o reconhecimento público, por parte do actual papa, do trabalho desenvolvido por Fisichella á frente da Academia Pontificia para a Vida, onde tomou posições públicas corajosas contra a pena de excomunhão devido a um aborto terapêutico que salvou a vida de uma menina brasileira de nove anos.
 Recorde-se que depois da sua intervenção, o Bispo de Recife, desautorizado pelo vaticano,  foi forçado a renunciar e substituído por um outro que nada tem a ver com o integrismo católico. Além disso, o vaticano apressou-se formalmente a declarar que neste processo ninguém foi excomungado.
Esta escolha de Bento XVI diz-se nos corredores do vaticano, destina-se a dar uma novo sentido, mais progressista,  à nova evengelização, até agora entregue a tendências reaccionárias.
Como Fishiela será brevemente nomeado o mais jovem cardeal italiano.

a mãe

havia uma mulher que vomitava na sanita e comia o próprio vómito, compulsivamente.
acreditava que só assim os alimentos estariam purificados.
 às vezes chorava em silêncio durante a noite,  uma figura desvanecida, só pele e osso, alimentada por tubos e sondas.
morreu durante o sono, como se a noite, essa terna mãe, a tivesse finalmente encontrado
e lhe limpado definitivamente todas as lágrimas.

das noites

Havia uma mulher que gritava toda a noite. Os gritos ecoavam no pátio e faziam ricochete no silêncio aflito dos corredores, era um uivo de animal ferido, sem espaços de soluços, sem explicação fisiológica, urros apenas, até a medicação fazer efeito.

Depois, em algumas noites beatíficas, os urros davem lugar a sorrisos orgásticos.

la revolución ignorada

"Los cristianos no hemos sido capaces todavía de extraer todas las consecuencias que encierra la actuación liberadora de Jesús frente a la opresión de la mujer. Desde una Iglesia dirigida e inspirada mayoritariamente por varones, no acertamos a tomar conciencia de todas las injusticias que sigue padeciendo la mujer en todos los ámbitos de la vida. Algún teólogo hablaba hace unos años de "la revolución ignorada" por el cristianismo.Lo cierto es que, veinte siglos después, en los países de raíces supuestamente cristianas, seguimos viviendo en una sociedad donde con frecuencia la mujer no puede moverse libremente sin temer al varón. La violación, el maltrato y la humillación no son algo imaginario. Al contrario, constituyen una de las violencias más arraigadas y que más sufrimiento genera.
¿No ha de tener el sufrimiento de la mujer un eco más vivo y concreto en nuestras celebraciones, y un lugar más importante en nuestra labor de concienciación social? Pero, sobre todo, ¿no hemos de estar más cerca de toda mujer oprimida para denunciar abusos, proporcionar defensa inteligente y protección eficaz? "
José Antonio Pagola

quinta-feira, abril 29, 2010

A inevitabilidade do futuro.

Os teólogos Carreira das Neves e Anselmo Borges defenderam hoje a realização de um concílio ou assembleia magna da Igreja para discutir algumas das polémicas atuais da instituição, desde a ordenação de mulheres ao celibato dos padres.
Comentando a recente carta do teólogo suíço Hans Kung aos bispos de todo o mundo, onde era feito um apelo à realização de um concílio, os dois sacerdotes portugueses consideram que esta é uma matéria que deve ser ponderada pela hierarquia.
«Não um novo concílio, mas uma assembleia sobretudo para as questões dos ministérios. O Vaticano II teve medo de abrir o dossiê dos ministérios, do sacerdócio aos homens casados e às mulheres», disse à Lusa o padre Carreira das Neves.

Tradicionalismo católico e extrema direita

"En règle générale, tous les fondamentalismes religieux, comme les sectes d’ailleurs, prônent les mêmes préceptes : retour à l’origine première des textes dogmatiques, repli communautaire, coupure nette ou limitation extrême des relations avec l’extérieur, construction d’une vision mythifiée pour expliquer la création du monde, mise à l’index des théories scientifiques sur l’origine de l’homme, proclamation de l’opposition radicale à la séparation des pouvoirs politique et religieux… Des procédés fort proches de ceux de l’extrême droite.
Rejetant la modernisation de l’Eglise (enclenchée depuis Vatican II), les intégristes chrétiens sont nombreux dans les rangs du nationalisme d’ultradroite. Ces fous de Dieu ont même souvent été les pivots centraux de partis néofascistes. A la direction du Front national français, comme dans celle du Vlaams Blok/Belang ou celle du FN belge, siègent des intégristes patentés. Des élus frontistes comme blokkers défendent eux aussi, dans les parlements démocratiques, les valeurs de l’ordre moral visant à sauver l’Occident chrétien d’unanéantissement programmé par le « lobby cosmopolite », c’est-à-dire les Juifs, leurs pires ennemis."

Tridentinos nazis

A TF1, televisão francesa tem um programa de jornalismo de investigação. O tema desta semana, depois de dois anos de pesquisa, foi a realidade dos movimento integristas católicos tridentinos em França.
Um grupo de extrema direita,  Dies Irae, composto por militantes simpatizantes do franquismo, tem como lema "político" o regresso às raízes cristãs da França e Europa. A investigação, conduzida por dois jornalistas infiltrados (o programa chama-se precisamente les infiltrés) conduziu a ligações com movimentos católicos integristas tridentinos, nomeadamenteo  Instituto do Bom  Pastor da zona. A escola local avolhe 85 estudantes de 3 a 15 anos. O esquema educativo inclui cantos antisemitas, revisionismo histórico e formação para a Jihad católica.

O programa integral pode ser visionado aqui.

Informações detalhadas sobre estes grupos tridentinos de extrema direita podem ser consultados aqui.

Miriam 4

Há aqui qualquer coisa de mistério neste fé cega que busca a cura. Não é o rabi que a toca, é uma mulher que o toca. o evangelho diz que jesus sente o toque e pára perplexo, pois tinha sentido uma energia saír de si, como se a mulher o tivesse sugado, ou bebido qualquer coisa de si mesmo, é um relato quase mágico, como se não houvesse outra forma de descrever o que ocorreu.
o epílogo é estranho - primeiro a mulher sabe-se ( sente-se ) curada e só depois, ele próprio surpreendido se volta para ela - quem me tocou?
como se a cura , a permanente dádiva , não dependesse  da sua vontade humana, sem sequer de uma qualquer natureza divina, mas simplesmente da obstinada fé de uma mulher a esvaír-se em sangue.

quarta-feira, abril 28, 2010

Miriam 4

A mulher rasteja entre a multidão, uns trapos molhados entre as pernas, a roupa tresanda , coágulos secos na parte de trás do vestido, mas no meio da multidão os cheiros confundem-se entre o suor e o pó e ela tenta passar despercebida,
são muitos os que a separam dele, acotovelam-se, empurram-na, se ao menos lhe tocar na fímbria do manto, a mulher esgueira-se, rasteja, rasga espaço entre a muralha de mãos e pernas e cheiros podres, não é sequer uma mulher, é um útero sangrante, tem dor, uma dor antiga,  sinal de opróbio de um pecado escondido, a impura, não lhe permitem sequer que prepare os alimentos, o homem rechaçou-a, não pode tocar-lhe, os filhos enjoam-se dela, não lhe é permitido ir à fonte buscar água, a impura, a contaminada de uma sanguinolenta lepra, se ao menos lhe tocar na fímbria do manto.
a dor é tão grande, o sentido de abandono tal, que nem sequer ousa pedir-lhe ajuda face a face , limita-se a querer tocá-los às escondidas, pois ela sabe absurdamente, com uma convicção aflitiva, que será curada.

Miriam 4

a mulher tinha hemorragias uterinas permanentes,
foi há dois mil anos, não havia pensos, nem tampões, nem banhos, nem sabonetes, nem roupas fáceis de limpar.
uma mulher permanentemente menstruada era a mais repugnante aberração para qualquer judeu.
nada havia de mais obsceno e mais impuro que uma fêmea a regurgitar coágulos e a cheirar a sangue apodrecido vindo das suas entranhas.
as mulheres há dois mil anos menstruvam muito pouco, - durante todo o ciclo da sua vida reprodutiva, a maior parte do tempo ou estavam grávidas ou estavam a amamentar.

Maria 3

A irmã Julieta encontrou resposta no relato bíblico da multiplicação dos peixes (Mateus 14:13-21)
"Os que comeram foram mais ou menos cinco mil pessoas, sem contar as mulheres e as crianças."
O relato bíblico exprime a realidade do tempo, as mulheres simplesmente não contavam.
Não eram pessoas, não eram  contabilizadas para registos de eventos significativos. Mesmo que estivessem 50 mulheres na última ceia e apenas doze homens (embora o número 12 seja meramente simbólico, pois representa as 12 tribos de israel) o escritor registaria a penas o número de homens.

Tomou o pão e partiu-o e distribuiu-o aos seus discípulos e discípulas, e elas também comeram e ouviram fazei isto em memória de mim, e sabiam que também o fariam.~

Mas não contavam para a listagem numérica. 




Miriam 2

A irmã Julieta, passou bastante tempo da sua vida a fazer pesquisa teológica sobre a condição das mulheres na Igreja, nomeadamente o facto de as mulheres não poderem aceder a um sacramento.
As desculpas esfarrapadas de não haver registo bíblico da presença de mulheres na última ceia parecia-lhe tão frágil quanto inverosímel. De facto, a celebração da páscoa judia é um evento familiar e um evento de mulheres. São as mulheres que preparam a "ceia", que organizam  a refeição, o espaço físico, estão presentes, sentam-se à mesa, fazem o pão e distribuem-no, servem o vinho, orientam os comensais. È impensável e completamente impossível na cultura judaica de há dois mil anos, que meia dúzia de homens se juntassem sozinhos numa casa a organizar e a comer uma ceia pascal. Além disso jesus estava sempre rodeado de mulheres. Sempre. Elas seguiam-no na multidão, havia um grupo íntimo de discípulas que o acompanhava por todo lado. Eram as mulheres, quem, segundo os costumes do tempo,  organizava os aspectos paráticos daquela pequena comunidade itinerante. Mas para lá da habitual relação de servis fêmeas, o rabi tinha para com as mulheres gestos de revolucionária aceitação. Falava com elas, de pessoa para  pessoa, o que era extraordinário, deixava que se sentassem a  seu lado, como os homens, a escutá-lo como os homens faziam, e disse até que mais valia essa atitude do nque  perder tempo em servis tarefas domésticas.
Então, porque não aparecem registos bíblicos da presença das discípulas na última ceia?

Miriam 1

Ser mulher judia hà  dois mil anos era valer um pouco menos que um animal de carga. A função das mulheres nestas comunidades rurais era basicamente a mesma dos animais domésticos - trabalho duro, de subsistência no campo ou em casa, satisfação sexual dos machos, e obviamente, parir novas crias. O valor da fêmea humana era bastante próximo do valor das vacas - quantas crias produziam,  a qualidade das crias e a quantidade de trabalho árduo que os seus corpos podiam suportar. As violações eram frequentes, tão frequentes que a salvaguarda eram os códigos de honra ligados à virgindade da fêmea, com punições como a lapidação.
Uma menina nascida na galileia, em condições de pobreza extrema, se sobrevivesse  à doença,  fome e aos espancamentos da infância, sabia que aos nove ou dez anos era entregue pelo pai a um homem dez, vinte ou trinta anos mais velho, que a forçaria a ter relações sexuais constantes. Sabia o que a esperava, gravidezes repetidas. Sabia  que, se sobrevivesse aos horrores de partos sucessivos e abortos, poderia chegar no máximo aos trinta, quarenta anos no meio da brutalidade e pobreza.
Sabia que pouco poderia esperar do seus filhos, mal passada a frágil barreira da primeira infãncia. Os rapazes rapidamente seguiriam a sua vida de violenta escravatura de responder-lhe-iam com o desprezo devido às mulheres, as filhas, ainda meninas, seguiriam o seu trilho de escravatura animal.

terça-feira, abril 27, 2010

Há qualquer coisa de terrivelmente verdadeiro,
ingénuo e verdadeiro, nas declarações de Amadinejah ,
o persa,
professor primário e um símbolo do regime,
como na Ibéria de há 60 anos. Ele disse: a forma
como as mulheres
se vestem no Ocidente anuncia uma grande desgraça.

Quem diria que o deus do persa intolerante
seria derrubado por umbigos, ombros, pernas
desnudadas.
E que nenhuma nudez seria castigada, porque
já não pesa, sobre o corpo das mulheres
do Ocidente,
a ameaça de nenhum deus.

A nudez das ocidentais
é a fronteira que defenderemos com mais
vigor.
É, paradoxalmente, a marca da cultura
sobre a ditadura biológica, da libertação das mulheres
sobre a torpe
vigilância machista. Nenhuma mulher tem dono,
esplêndidas mulheres de estro escondido e ovulação
controlada.

Nenhuma mulher tem medo. Nenhuma fraqueja.
A fêmea sapiens do Ocidente pedala,
magnífica,
glória, orgulho e libertação da espécie.

Belíssimo post do Luìs

Pergunta retórica

Será que o terreiro do paço  pertence a Portugal ou ao Estado do Vaticano?

As visitas papais suspendem a legislação portuguesa nos locais da visita papal?

Pela vida

Este blogue é lido por alguns jovens fundamentalistas com escassos conhecimentos sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Aqui fica um link para o Joãozinho e para o seu ( ou sua) namorado (a).

A verdade salva vidas, o fundamentalismo ignorante, tira-as.

Padres com SIDA

Existem.
Não usaram preservativo e foram contaminados.

segunda-feira, abril 26, 2010

Alumbramentos

Está uma noite de aluados.

A Igreja Católica distribui preservativos

Inúmeras organizações católicas religiosas e laicas, que têm projectos de saúde no tratamento e prevenção da SIDA distribuem gratuitamente milhares de preservativos, sobretudo em Àfrica, onde a questão da transmissão do HIV é um problema fulcral.
Tambèm no Brsail, onde a SIDA é prevalente, inúmeras organizações católicas apelam ao uso da "camisinha" e distribuem preservativos, sabendo que é a  única forma de prevenção da infecção numa relação sexual.

Católicos light

Paulo Pereira da Silva, de 73 anos, foi preso na localidade de Buriticupu, no interior do estado brasileiro do Maranhão, acusado de ter abusado sexualmente de uma menina de 12 anos, que agora espera um filho dele. Ao ser detido, o idoso não negou a relação sexual, mas afirmou que houve consentimento da menina. De acordo com o que afirmou à polícia, toda a gente na cidade sabe que a criança não é virgem e que se relaciona com vários homens. Mas a família da vítima nega a alegada promiscuidade da criança e, ao saber da gravidez precoce, procurou a polícia. A menina está a receber acompanhamento médico e psicológico e o alegado pedófilo, por motivos de segurança, foi transferido para a prisão de uma outra cidade."

Não esperem piedade para esta menina por parte dos católicos light.

Católicos light

Eu acho imensa piada a certos católicos light que não se escandalizam com a pedofilia clerical, que não se escandalizam com a pobreza e a injustiça, que não se escandalizam com a desigualdade, que não se escandalizam com a violência e com a mentira, mas que se excitam virulentamente com a presença de preservativos.

São os católicos light, preocupados com o folclore doutrinário, mas completamente indiferentes à vida e às pessoas.

Prevenção

Toda a gente sabe que em tempos de feriados, festinhas e festivais, ou festanças religiosas, a tendência para a queca è maior.
Tudo o que seja lazer, eflúvios sentimentais e proximidade de massas aumenta os impulsos libidinosos. Para algumas pessoas mais beatas as visitas papais são mesmo uma espécie de queima das fitas - a mesma euforia apalermada, muitas lágrimas e gritos festivaleiros, amassos vários, calores, apalpanços entre a populaça, alcool, enfim, basta lembrar o que se passa nos famosos festivais de juventude ou jornadas mundiais de juventude, com ou sem presença papal.

domingo, abril 25, 2010

Depois da geração rasca, uma geração à rasca.

Á rasca. É assim que entram na faculdade. Alguns com notas borderline, a roçar o limite da boçalidade. Fazem cursos por trabalhos, portfólios, copianços, trabalhos de grupo. À rasca, sempre. Mesmo os ditos melhores alunos, são regra geral, apenas os menos maus, com critérios de notas inflaccionadas e uma cultura de facilitismo que se propaga como fungos no ensino superior.
Um completo absurdo a falta de qualidade e de conhecimentos básicos da maior parte dos jovens que pretendem concluir teses de mestrado.
Pasmo com tanta ignorância, mas bolonha trouxe isto - uma massificação entediante, notas inflaccionadas, uma quase compulsiva iliteracia cientìfica e um nivelamento por baixo que nos faz corar de vergonha institucional. Depois da geração rasca, uma geração de iletrados chega agora aos bancos da faculdade e conclui licenciaturas a granel. O passo para os mestrado é automático, quase sem filtragem ou mediação. Esta gente consome livros do paulo coelho como bíblias científicas, confunde conhecimento com copy paste de sites on line que se mimetizam  uns aos outros, bebe teorias da conspiração e disserta sobre teorias paracientíficas sem ter a menor noção dos pressupostos teóricos daquilo sobre o qual vomita certezas definitivas.
 Antes uma geração rasca que uma geração de analfabetos com doutorites agudas.

Nota - Hoje fui comprar um livro. 28euros. Entreguei duas notas de 20 euros O rapazinho da caixa ( um jovem licenciado aflito a fazer umas horas extra na livraria) reparou que havia uma avaria na caixa registadora que não dava automaticamente a conta do troco a fornecer ao cliente. Atarantado, hesitou durante uns segundos e eis que tira do bolso o telemóvel. Ainda pensei (ingenuamente) que avisava algum supervisor da avaria da maquineta, mas não, o efebo estava a fazer uma cálculo na calculadora do TMV - 40 euros menos 28 euros.
Calculada a subtracção devolveu-me o troco e, face à minha perplexidade, desabafou - sou de humanidades, sabe, não tive matemática. Pois, pensei eu. Não me admira que o convertam ao criacionismo ou que acredite que os preservativos transmitem a SIDA.

Um PSD liberal

A semana passada um colaborador do grupo parlamentar do PSD foi apanhado em flagrante delito, às sete da manhã, em pleno acto sexual na sala do plenário.

Novos ventos de alegria liberal ou de impulso libidinoso perpassam agora pelas hostes do PSD, depois de eliminada a figura castrante da nelinha.
A isto se chama vigor institucional em que a AR se tinge com um toque de bordel. Ou então tratou-se apenas de mais uma manobra partidária de incentivo à natalidade, tão querida pelas alas mais conservadoras do parlamento.
Jà agora, não me admiraria que a abençoada queca heterossexual se tivesse desenrolado numa bancada mais neocatólica e sempre na posição arrojada de missionário.

Lost in translation

Parece que a carta de Hans Kung só agora chegou a Portugal...
Entretanto, Serras Pereira afirma conhecer inúmeros casos de abuso sexual de menores por padres portugueses , mas, tal como os Bispos que critica , cala-se e não denuncia ninguém.
Eu por mim, estou enjoada de tanto beatério  pedófilo e conivências afins, e passo agora e dedicar-me em exclusivo à saudação da primavera neste dia da liberdade ( em Bergen, ontem nevou).

sábado, abril 17, 2010

A verdade liberta

Obrigatória a leitura da crónica do Miguel Sousa Tavares no Expresso.

os alemães levam muito a sério as palermices negacionistas

mas, para os alemães, negar o holocausto não é uma palermice qualquer,
a verdade histórica  sobre o Holocausto - e sobre a sua história recente, com a qual tiveram de se reconciliar - é um assunto demasiado sério, que merece a tutela penal.
por isso mesmo, peca por tardia e escassa a condenação de um nazi negacionista.

A verdade liberta

"Así las cosas, lo primero que quiero afirmar, sin titubeos ni reticencias, es que estoy completamente de acuerdo con el contenido de la carta del H. Küng. Y no sólo con el contenido, sino además con la forma de expresarlo. Se trata de un documento que expresa una gran estima por la Iglesia y a la Iglesia, al igual que un notable respeto hacia el episcopado. Lo que es tanto como afirmar una profunda fe en Dios, en Jesucristo y en el Evangelio, todo ello en comunión de fe con la Iglesia entera.
Me parece que, en este momento, es de suma importancia tener muy claro que el amor a la Iglesia no se reduce ni se concentra en el amor al papa. Ni enjuiciar los fallos que el papa tiene, o puede tener, es actuar en contra de la fe católica y apostólica. El papa es infalible solamente cuando pronuncia, en comunión con la fe de la Iglesia, una definición dogmática. De ahí que el papa merece nuestro respeto y obediencia, como cabeza del Colegio Episcopal, siempre que, fiel al Evangelio, gestiona el gobierno de la Iglesia de acuerdo con la tradición cristiana. Pero igualmente tenemos que saber que, fuera del caso excepcional de una definición dogmática, todo lo que hace el papa, o lo que decide la curia vaticana, puede y debe ser objeto de disenso y crítica, cuando estamos viendo - como viene ocurriendo durante este pontificado - que en la Iglesia se hacen y se toleran cosas que escandalizan a la gente, que desprestigian la autoridad de la Iglesia ante la opinión pública, y son motivo de que cada día aumente el número de personas que abandonan la fe en Dios o se alejan de la Iglesia.
En estas circunstacias, como bien dice el Profesor Küng, callarse es hacerse cómplice de lo que está sucediendo. "
Jose Maria Castillo

Pergunta retórica

Quando alguém defende publicamente que não há nenhum problema em  meninas de nove ou dez anos serem obrigadas a parir, está a incentivar ou a tolerar a pedofilia?

Lost in translation

"Querem fazer rir Deus? Falem-lhe dos vossos planos."

lost in translation

a rapariga que me serve o café tem as unhas pintadas de azul escuro, tenho a ideia de que é vagamente loira, mas é o verniz das unhas que me arranha as pupilas.
estou com  vertigens, a esta hora, não se sei do cansaço ou do stress  de não saber onde meti um processo que me falta reler, o azul das unhas acorda-me mais que a cafeína , há o ruído de fundo de uma banda a tocar tequillha, folheio três livros ao acaso, um rapaz recolhe meticulosamente o som do ressonar do velho ao lado, cruza os braços , acotovela-se no resto do banco, penso como é bom estar na minha cama, pijama fresco, ou até sem pijama, o ritual do sono, o candeeiro, a janela que dá para o jardim, os filmes de westerns de madrugada, ou o CSI, ou o House, ou o que quiserem tudo menos a rapariga de garras azuladas a entregar-me um café, a doçura da nossa cama parece-me agora tão óbvia como a insónia.

Duas notas postivas no meio do lixo

1 - A carta aberta aos Bispos Católicos de todo o mundo, de Hans Kung, um documento de leitura obrigatória.

2 - A postura absolutamente correcta da CEP, particularmente pelo seu porta voz, nuam atitude de humildade, coragem e responsabilidade.

sexta-feira, abril 16, 2010

SEM VERGONHA

"une lettre du cardinal Dario Castrillon Hoyos, alors préfet de la congrégation du clergé à Mgr Pierre Pican, évêque de Bayeux-Lisieux, condamné on le sait à trois mois de prison avec sursis pour avoir couvert un prêtre pédophile donnant ainsi à ce dernier l’occasion de sévir à nouveau.
Un scandale sans nom. Le cardinal colombien pouvait écrire : « Vous avez bien agi et je me réjouis d’avoir un confrère dans l’épiscopat qui aux yeux de l’histoire et de tous les autres évêques du monde aura préféré la prison plutôt que de dénoncer son fils-prêtre ».
Interrogé il y a quelques jours seulement par une journaliste, Patricia Janiot, pour le compte de CNN, le cardinal Castrillon confirme cette prise de position : pour lui l’Eglise est seule juge de ses prêtres. Il vrai qu’on a souvent imputé à ce cardinal aujourd’hui retraité l’imprudence terrible de la levée de l’excommunication de l’évêque intégriste Richard Williamson. Ouvertement et agressivement révisionniste. Face au tollé suscité, Mgr Castrillon n’avait pas hésité à dire : « l’opinion publique est une prostituée : je ne m’incline pas devant elle ».

problemas do tráfefo aéreo, aumenta o consumo de net

está tudo agarrado aos computadores. alguns buscam imagens de satélite da "nuvem".
outros começam a acreditar na teoria da extinção dos dinossauros. filas intermináveis, telemóveis , e pcs tirados das mochilas e teclados sobre os joelhos.
fica-se a perceber melhor a utilidade do TGV.

Nota- é  impressão minha ou o PR foi enxovalhado em praga?...

Pedro Arroja, um católico exemplar num blogue exemplar

Depois da posição missionário , de algumas perguntas pornográficas e da afirmação DA acefalia feminina, o blogue do arroja esclarece o que realmente pensa das mulheres.
Está aqui - no post e nas inenarráveis caixas d ecomentários.
Não sei o que o Bento XVI pensa sobre esta abordagem católica do mulherio ( nossa senhora  excluída, por supuesto, que essa nunca foi uma  verdadeira mulher mas uma espécie de deusa)

Viva a República

"A Presidência da República portuguesa custa cinco vezes do que a Casa Real espanhola, em valores absolutos e 18 vezes mais por habitante",afirmou o Sr Engenheiro Duarte  Nuno.
Se é este o custo da PR, agora imaginem o que nos custaria uma monarquia à portuguesa, com as manias de grandeza desta gentinha e a cambada de doms, tias, tios, madrinhas, viscondes e  condes, nobres de paletó nas suas setes quintas a comerem à custa do erário público.
Não tarda nada estava o falso candidato a rei ( sim, porque o senhor duarte nuno não tem efectivamente qualquer direito sucessório ao trono português) a vender títulos para pagar as despesas da corte. E nós a relembrar velhos tempos de Almeida Garrett : Foge cão, que te fazem barão! Para onde, se me fazem visconde?

Aviões parados

e alguns amigos perdidos no caos algures no norte e centro da europa.
era para ir para geneva hoje, afinal não vou.
esperemos que as coisa smelhorem até terça,.
( lá para o sul não se tem bem a dimensão da coisa, mas a europa está num caos,
o vulcão na neve tem qualquer coisa de beleza apocalíptica e lembra  fragilidade da nossa tecnologia face às cinzas)

quinta-feira, abril 15, 2010

A causa não é a homossexualidade - é o celibato forçado e a misoginia

Relendo os dados públicos do vaticano sobre a pedofilia clerical, parece de facto haver uma maior tendência para o abuso de meninos do que de meninas por parte de padres.
Ora este dado contradiz as estatísticas gerais sobre a pedofilia na população em geral. A pedofilia masculina tem  como principal alvo as meninas prépúberes .
Este dado parece sugerir um aspecto - existe qualquer coisa de estrutural no sacerdócio católico que leva a que os predadores sexuais  abusem mais de meninos. Ora essa coisa estrutural, comum a todos os padres e que define o sacerdócio católico, é o celibato compulsivo e uma misoginia sistémica.
Em boa verdade os pedófilos não são esquisitos - abusam de quem está mais à mão. No caso dos padres, o acesso aos rapazinhos é facilitado (colégios internos de rapazes, seminários, retiros espirituais para miúdos, etc). A divisão sexista dentro da igreja impulsiona esta tendência.
Quanto à efebofilia e abuso de adolescentes mais velhos, a raíz desta questão está também no celibato forçado dos padres. Claro que a repressão sexual  forçada de homens jovens (celibato compulsivo) pode conduzir a condutas homossexuais de indivíduos que até são heterossexuais noutros contextos sociais.
È um fenómeno frequente em instituições fechadas onde convivem homens jovens que estão proibidos de exprimir de outra forma as suas pulsões sexuais, pois o contacto sexual com mulheres é interdito.
Por isso é que as condutas homossexuais (em homens heterossexuais) são mais prevalentes em quartéis, mosteiros, navios, colégios e orfanatos de rapazes, prisões masculinas , conventos...
E, aposto, pelos corredores e alcovas do vaticano.


A sombra da extrema direita inquina a Igreja.

Los hombres deben pedir perdón a las mujeres

"Pero hay una violencia aún más grave y generalizada que la de los jóvenes en los estadios y en las plazas. No hablo aquí de la violencia sobre los niños, de la que se han manchado desgraciadamente también no pocos miembros del clero; de ella se habla ya bastante fuera de aquí. Hablo de la violencia sobre las mujeres. Esta es una ocasión para hacer comprender a las personas y a las instituciones que luchan contra ella que Cristo es su mejor aliado.
Se trata de una violencia mucho más grave porque se realiza al abrigo de las paredes del hogar, sin que nadie lo sepa, si es que no se justifica incluso con prejuicios pseudo-religiosos y culturales. Las víctimas se encuentran desesperadamente solas e indefensas. Sólo hoy, gracias al apoyo y al aliento de muchas asociaciones e instituciones, algunas encuentran la fuerza de salir al descubierto y denunciar a los culpables.
Gran parte de esta violencia tiene trasfondo sexual. Es el varón que cree demostrar su virilidad cebándose contra la mujer, sin darse cuenta de que sólo está demostrando su inseguridad y cobardía. También con respecto a la mujer que se ha equivocado, ¡qué contraste entre la actuación de Cristo y la que aún tiene lugar en ciertos ambientes! El fanatismo invoca la lapidación; Cristo, a los hombres que le presentaron a una adúltera, les responde: "Quien de vosotros esté sin pecado, que le lance la primera piedra" (Jn 8, 7). El adulterio es un pecado que se comete siempre entre dos, pero por el cual sólo uno ha sido castigado (y en algunas partes del mundo sigue sucediendo).
La violencia contra la mujer nunca es tan odiosa como cuando se produce allí donde debería reinar el respeto y el amor recíproco, en la relación entre marido y mujer. Es verdad que la violencia no siempre es sólo y toda de una parte; que podemos ser violentos también con la lengua y no sólo con las manos, pero nadie puede negar que en la gran mayoría de los casos la víctima es la mujer.
Hay familias donde todavía el hombre se considera autorizado a alzar la voz y las manos sobre las mujeres de la casa. Esposa e hijos viven a veces bajo la constante amenaza de la "ira de papá". A estos habría que decirles amablemente: "Queridos compañeros hombres, al crearnos varones, Dios no ha pretendido darnos el derecho de enfadarnos y dar puñetazos sobre la mesa por cualquier insignificancia. Las palabras dirigidas a Eva después de la culpa: "Él (el hombre) te dominará" (Gn 3, 16), era una amarga previsión, no una autorización.

Juan Pablo ii inauguró la práctica de las peticiones de perdón por los fallos colectivos. Una de las más justas y necesarias es el perdón que una mitad de la humanidad debe pedir a la otra, los hombres a las mujeres, y que no debe ser genérica y abstracta. "

Vaticano desmente Bertone, Lombardi em alta

Não é a primeira vez ( nem será a última) que o porta voz oficial do Vaticano (isto é, do Papa), Federico Lombardi vem a público desmentir ou corrigir disparates  católicos, alguns deles realizados por altas instâncias da hierarquia.Desta vez vem desmentir bertone sobre a associação entre homosssexualidade e pedofilia.

quarta-feira, abril 14, 2010

Factos

Por estes dias andei a rever alguma pesquisa sobre sexologia clínica e não encontrei um único estudo publicado que demonstre um nexo  de causalidade ou uma correlação estatisticamente significativa entre homossexualidade ( orientação sexual) e maior incidência de pedofilia.

Como nisto de pesquisa todos somos limitados, mesmo com acesso a bases de dados, se alguém encontrar um estudo ( UM ÙNICO) que corrobore esta hipótese agradeço que me envie as referências.
Para variar, uma entrevista inteligente sobre o tema

terça-feira, abril 13, 2010

Padres

Tenho um amigo que transpira espiritualidade. Não a espiritualidade fácil das coisas feitas e doutrinas préfabricadas mas da teologia do deslumbramento  evangélico e da pesquisa teológica pura e dura, que é sempre emancipatória e libertária. Quando fala, sente-se o fogo do espírito e alguns pasmam no reencontro deste deus, tão diferente do deus dos  bertones,  tarcísios e roucos. "Quem é este homem?" perguntou-me um deputado da Assembleia da República ao ouvir-lhe uma homilia num evento mais ou menos social com missa de corpo presente. Quem é este homem? soou-me a déjá vu."Mas porque é que os outros padres não falam assim?"
Porque não podem , disse-lhe eu. Muito poucos têm a liberdade da verdade. Muito poucos falam de Jesus Cristo.

Padres

Tenho um amigo que tem coladas na parede as fotografias  dos companheiros mortos em missão. Alguns bastante novos, outros mais idosos, caídos em vários lugares do mundo.
Disse-me que o sonho dele é morrer assim, mártir, às mãos de um pobre diabo qualquer, pelo amor em que acredita. Gostava de ser mártir: não daqueles que defendem jihads explosivas  mas dos imolados como gado, de mãos limpas, cabeça curvada, sem um esboço de luta
Eu digo-lhe que é maluco.
E ele ri-se de mim - "Ainda vais ver a minha cara nesta parede".

Números

Segundo fontes oficiais do vaticano, a incidência de pedofilia entre padres vai de 1,5% a 5%, ligeiramente superior à da população em geral.
Ou seja , a  igreja católica tem no seu seio  6.000 a 20.000 padres pedófilos se tivermos em conta que há aproximadamente 400.000 sacerdotes católicos.
È uma minoria, sim. Mas o número é imenso, aterrador, sobretudo numa instituição que cultiva um modelo de temor reverencial, o secretismo e a autoprotecção sobre práticas desviantes.

"Nous faire prendre à tous des vessies pour des lanternes. C’est ce qu’est exactement en train de faire l’aile de la hiérarchie qui vole au secours du Pape face aux révélations au sujet des abus sexuels commis au sein du clergé. Faut-il le préciser ? Des révélations faites par des familles catholiques dont les enfants ont été victimes d’actes pédophiles. Un paramètre important à souligner dans le contexte de la théorie du complot qui règne à l’heure actuelle.
Il ne faut donc pas inverser l’ordre de cause à effet ; ou, pire encore, tenter de recouvrir l’inacceptable en raisons des intentions de ceux qui le dénoncent. Car peu importe en définitive qui proteste et pourquoi, et même la véhémence du ton. Le fait indéniable est que l’on se trouve en face d’un scandale objectif aux proportions monstrueuses et effrayantes. Et qu’il ne s’agit pas simplement de défaillances individuelles, mais de la perversité réelle d’un système. Avec comme corollaires de graves conséquences pour les personnes. Invoquer l’acharnement pour tenter d’éluder le fond du problème n’est pas honnête. Personne ne cherche à diaboliser l’homme Joseph Ratzinger. Ni à mettre tout dans le même sac."

A ler por aqui.

Pobre náná

a geração do superbuéréré já entrou na universidade

temos que os aturar.

Zapping

No canal 1 filomena mónica fala do seu gosto-de-mal dizer; no canal 3 uma paulinha em cadeira de rodas fala de revelações divinas salvíficas e da canção nova, entre uma e outra penso como o narcisismo exibido em prime time ainda vende, então se for misturado com cadeiras de rodas e vidas contadas, a coisa resulta sempre.
Não consigo comover-me com manifestações histriónicas, é uma das minhas limitações.

A lista do Pereira

Nuno Serras Pereira não foi convidado para privar directamente com Bento XVI e reagiu assim - elaborou uma lista de terríveis católicos, que  não merecem estar na presença do papa como deveriam ser queimados vivos.

No topo da lista:

Aníbal Cavaco Silva, " que contribuiu exemplarmente para o extermínio de várias dezenas de milhares de pessoas ".
Um serial killer, portanto.

Nota de rodapé - o pereira é um bom exemplo sobre a relação directa entre o celibato e a parca saúde mental.

O fim do celibato clerical

Mas haverá padres, saudáveis, celibatários por opção e mesmo assim equilibrados e sexualmente congruentes na sua castidade? Com certeza que há. Mas a maioria destes homens admiráveis e com uma grande capacidade de amor ao próximo não pode continuar a ser alvo de suspeita infundada porque a instituição hierárquica a que pertencem faz opções de organização política e institucional que privilegia o poder em vez de privilegiar a verdade.

O celibato clerical e a pedofilia

O que sabemos, em termos de conhecimento psiquiátrico, sobre o tema?

1 - Sabemos que os homens celibatários - solteiros, viúvos e divorciados  apresentam mais patologia psiquiátrica, maior risco de suicídio e, globalmente, piores índices de saúde do que os homens casados. Os milhares de estudos comparativos e meta-análises sobre as várias dimensões da saúde mental e bem-estar psicológico corroboram este dado - os homens celibatários têm, em regra, mais patologia psiquiátrica que os homens casados.
Por outro lado,  o suporte social, afectivo, emocional fornecido pela relação de conjugalidade estável está directamente relacionada com níveis mais elevados de saúde mental e bem-estar psicológico dos indivíduos do sexo masculino, mesmo se controlarmos  outras variáveis ( como o status socioeconómico ou os estilos de vida).

2 - Sabemos também que a maior parte das pessoas que apresentam comportamentos parafílicos, nomeadamente pedofilia, são homens. A questão de género aqui não é discipienda. Os comportmentos parafílicos, sobretudo os mais graves e violentos, como práticas sadomasoquistas, homicídios e torturas sexuais  e abuso sexual de menores são feitos, maioritariamente por homens.
E sobretudo por homens celibatários, ou seja, homens estruturalmente incapazes de ter uma relação adulta sexual satisfatória, e que, por isso mesmo, não conseguem manter uma relação estável de conjugalidade.

Estes são os dados científicos que a investigação da psiquiatria, psicologia, e as ciências forense de uma forma geral revelam.

3 -  Uma "profissão" que tenha como pressuposto de "recrutamento" a condição ser homem  ( risco acrescido) em situação de celibato compulsivo ( risco acrescido) aumenta consideravelmte a possibilidade de atrair para as suas "hostes"  homens com graves perturbações psiquiátricas ou com alterações graves da personalidade/ sexualidade.
O sacerdócio seria uma fuga para homens  com uma sexualidade desviante ou mal resolvida, ou, algo bem mais sinistro, uma hipótese de certos predadores sexuais terem fácil  acesso a vítimas com  garantia de protecção ou impunidade dado pela instituição.
Por outro lado o celibato compulsivo em homens normais  numa instituição que cultiva a misoginia e impõe coercivamente o celibato, pode levar a que indivíduos aparentemente normais, tendam a exprimir as suas pulsões sexuais com as pessoas mais vulneráveis que "têm á mão", o que explicaria muitas situações de efebofilia ou abuso de meninas e adolescentes por padres, bastante prevalente.
Mesmo a questão da maior prevalência da homossexualidade dentro das instituições da igreja pode ser explicada por isto - a repressão sexual  continuada e a misoginia instituída levam a outras formas da sexualidade se exprimir alternativamente. Os comportamentos homossexuais são também mais prevalentes noutras instituições totais, onde se "misturam " coercitivamente homens  em idade sexual activa sem possibilidades de terem relações sexuais com mulheres - prisões, conventos, colégios internos de rapazes, quartéis, orfanatos.
Por tudo isto, não é de admirar que exista, dentro do clero,  maior incidência de patologia psiquiátrica e desvios ou transtornos da sexualidade, incluindo o abuso sexual do que na população em geral.

Um forma óbvia de reduzir o problema do risco da pedofilia clerical era abrir o sacerdócio às mulheres, visto existir uma forte correlação entre pertencer ao sexo  masculino e presença de comportamemtos parafílicos. Mais subtil ainda, mas não menos eficaz seria acabar com uma cultura larvar de misoginia dentro das instituições clericais. Se as mulheres estivessem mais presentes e fossem mais valorizadas dentro da igreja, com um estatuto de autonomia  e coordenação, incluindo o acesso ao sacramento da ordem, tenho a certeza absoluta que os casos pontuais teriam sido referenciados e resolvidos prontamente.
Outra forma óbvia de reduzir os riscos da pedofilia clerical (e outras perturbações psiquiátricas e comportamentais) é acabar com a imposição do celibato.

Aberrações

È muito engraçado o empenhamento de nazzies e agnósticos de linha ultra conservadora a alinharem na pretensa defesa do papado.

segunda-feira, abril 12, 2010

Finalmente

Vaticano anunciou hoje que os casos de pedofilia na igreja Católica  não devem ser encobertos devem ser “sempre” comunicados às autoridades e nos casos mais graves o Papa pode destituir os padres acusados directamente dos seus cargos sem esperar décadas  passar por um processo canónico.



O documento está disponível no site oficial do Vaticano

Finalmente

"Perante a grave lesão da dignidade pessoal das vítimas dos casos de pedofilia, importa restabelecer a justiça, purificar a memória e reafirmar, humildemente, o compromisso da Igreja de fidelidade a Deus e de serviço aos homens”"
Conferência Episcopal Portuguesa, hoje.

MORAL DE AYER Y MAÑANA

"Una teología moral desde hoy para mañana, desarrollada como reflexión evangélica sobre la vida, se caracterizará por ser una moral con oidos para escuchar, boca para preguntar, manos y pies para acompañar y corazón para dar esperanza.
Una moral con oidos para escuchar: al Evangelio y a la vida. Escuchar lo que nos dicen de la experiencia y de la vida los que la viven día a día. La voz del cristiano seglar deberá escucharse, no como una mera referencia, sino como un lugar privilegiado para repensar la moral cristiana. La experiencia de la vida cotidiana, lugar en el que viven y buscan, sufren y gozan, dudan y descubren sentido los creyentes, es también un lugar -¡un locus theologicus!- para discernir la teología moral. Más aún, habrá que prestar atencion a la voz del creyente de otras religiones o al agnóstico de buena voluntad.
 Una moral con boca para preguntar : capaz, antes de dar respuestas, de convivir con la duda, integrar la incertidumbre y asumir la ambigüedad. Ya no se limitará a esperar que sean especialistas en moral quienes tomen en exclusiva la responsabilidad de las justificaciones teóricas morales; no considerará la moralidad como un monopolio de los creyentes; tampoco reducirá el papel orientador del magisterio eclesiástico a la simple llamada al orden de moralistas presuntamente alejados de la ortodoxia. Será tarea de toda la iglesia entera (Veritatis splendor, 109), en diálogo con la humanidad, esta búsqueda de una moral que surja como reflexión evangélica desde y sobre la vida."
 Una moral con manos y pies para acompañar: caminar junto con las personas en el proceso de las tomas de decisión, ayudando antes de decidir y no dejando abandonadas a las personas después de la decisión, incluso en aquellos casos en que lo decidido no haya sido lo correcto y deseable. Una moral así no reducirá la pastoral a una simple aplicación práctica de lo elaborado de antemano por los teóricos.
 Una moral con corazón para dar esperanza será una moral que anima: moral esperanzada y esperanzadora. Para ello habrá que tomarse en serio Gal 5,1: para ser libres nos libertó Cristo. Una moral así nos animará a ser libres, porque "donde está el Espíritu, allí hay libertad" (2 Co 3) para dialogar y discernir en comunidad, en medio del mundo, y poder responder al programa de Rom 12, 2: renovar la mente para discernir."
Juan Masiá Clavel

sábado, abril 10, 2010

E as crianças?


Mais notícias.

Nada te turbe

"As pessoas têm uma concepção da Igreja como de um partido, com um comité central que estabelece uma doutrina. Mas não é isso. A Igreja é um conjunto de pessoas ligadas a Jesus. O que o conselho de administração reflecte são apenas as convicções desse conselho. Os católicos socorrem-se dos escritos de Paulo, que estão muito ligados à sociedade em que ele viveu. À luz da época em que viveu, a homossexualidade era uma prática desviante, mas hoje já sabemos que não é assim. A actividade principal da Igreja parece ser determinar as condições em que é lícito que duas pessoas dêem uma queca. No site do Vaticano, 80% dos documentos da Congregação para a Doutrina da Fé ocupam-se disso. Em Jesus não encontra nada assim. No fundo, a Igreja olha os seres humanos como um engenheiro zootécnico olha, em termos de reprodução, o gado - vacas parideiras e bois de cobrição"

sexta-feira, abril 09, 2010

A verdade liberta

" Il est vrai que Bertone conseillait des mesures dilatoires. Cela n’est en effet pas contestable : une frange importante de la Curie, y compris les cardinaux Angelo Sodano et Dario Castrillon Hoyos plaidaient plutôt en faveur de la clémence, y compris dans le dossier Maciel. Rares étaient les fonctionnaires de la Curie qui partageaient l’attitude franche et rigoureuse de Mgr Charles Scicluna qui enquêta sur le Père Maciel le fondateur des Légionnaires du Christ.
Les documents annexes communiqués par Die Zeit établissent encore comment Mgr Bertone a insisté auprès des évêques des États Unis pour que l’ensemble du processus soit tenu secret.
Il faudrait sans doute remonter bien plus haut. Jean Paul II lui-même était réticent à accepter de reconnaître les faits. Archevêque de Cracovie, il savait que les services communistes tentaient de discréditer des prêtres en montant de toute pièce des affaires de mœurs. C’est pourquoi il refusa toujours, contre toute évidence, de porter crédit aux accusations répétés contre Maciel.(...) Il est probable que la polémique enfle encore et parvienne à compromettre la béatification rapide de ce Pape. Lequel considérait Maciel comme un saint ! Ce qui est dit long sur sa lucidité au demeurant !"


O vómito

E se a Igreja católica em portugal seguisse o exemplo das conferências episcopais  da àustria e da alemanha e abrissem uma linha telefónica para acolher denúncias de abusos?

Não há coragem, pois não?

O silêncio dos inocentes

"É por isso que nesta polémica eu me sinto muito próximo de católicos que dizem basicamente o seguinte: toda a conversa sobre pecado e arrependimento é muito interessante, mas é no mínimo desadequada e no máximo ofensiva das vítimas. O que nós queremos é que a instituição – qualquer instituição – não encubra crimes e entregue imediatamente os criminosos à justiça. E essa justiça terá de ser aquela que julgaria qualquer outro pedófilo e abusador.
Também por isso me sinto muito distante daqueles – incluindo agnósticos conservadores, que têm um reflexo defensivo em relação às instituições conservadoras em geral – que fazem de tudo para contornar esta questão central: atacar a imprensa, comparar a pedofilia dentro e fora da igreja, entrar em análises de vaticanologia aprofundada, fazer leitura a vários níveis de discursos vagos e evasivos de bispos e papas. Basicamente, incorrer naquilo de que acusam os irreligiosos como eu: preocuparem-se com o que não lhes diz respeito para fugir ao resto.
Um belo texto do rui tavares.

quarta-feira, abril 07, 2010

Começa a limpeza no Vaticano

Parece que o Cardeal Tarcísio Bertone, ultraconservador , responsável em grande parte com a abertura aos dissidentes de lefébvre, vai ser uma das cabeças a rolar por ccausa do escândalo da pedofilia.
Para perceber os bastidores vaticanais e de como a política doutrinária se desenha, é ler aqui.

A posição de missionário




È a única permitida pela religião do Arroja, esse ilustre mensageiro do verdadeiro catolicismo. Ainda estive para lhe oferecer um manual de sexologia clínica  , ou um livro menos técnico sobre a vida sexual dos papas ao longo da história. Mas tive pena do pobrezito. Deve ter tão pouco sexo que precisa de estimulação blogal sobre o tema do coito religioso.

A demagogia provoca mortes, a requalificação dos serviços de urgências salva vidas

Um velho de oitenta e tal anos morreu de AVC. Em vez de contactar o INEM, com material e recursos humanos para atender a situações de risco eminente à vida, em vez de enviarem  o doente para um verdadeiro serviço de urgências, a família do velho meteu-o numa ambulância qualquer e dirigiu-se ao CS da zona . O homem fez uma paragem cardíaca em frente ao Centro de Saúde, que estava a funcionar normalmente. Morreu no local. Como se provou com esta morte, os centros de saúde não são os locais apropriados para acolher emergências médicas. Não têm equipamento, material, recursos humanos disponíveis e treinados para fazer suporte avançado de vida. E se não o tem durante o dia, em período de regular funcionamento, muito menos o tem  à noite, quando os recursos são ainda mais escassos e os equipamentos não aparecem com o luar.
Aproveitar-se esta morte ( provavelmente inevitável) para chincana política e  demagogia barata, é nauseante. Mas ultimamente a política e a realidade social portuguesa é feita destes protagonismos nauseabundos.

Transparências

Está sol.

terça-feira, abril 06, 2010

Isto não val lá com beatagem

Enquanto alguns tentam reescrever a história litúrgica, apagando mil anos de tradição ( refiro-me à tradição mais genuína e original da comunhão na mão), outros insistem em manifestações barrocas, aqui fotografadas assim:

"Na semana passada estava em Lisboa, era domingo e uma procissão descia da igreja de S. Roque. Que estranheza. Na mais cosmopolita área da cidade, uma procissão. Mesmo eu, que ainda trago nos ouvidos o murmúrio dos autos-de-fé e li as descrições do grande terramoto que havia de celebrizar o Rui Tavares, olhei para aquela gente que descia do Largo da Misericórdia como para uma feira medieval. À frente, com opas amareladas, os irmãos vivos. A seguir, um padre e alguns acólitos segurando o ícone torturado. Depois o povo. A encerrar o cortejo, imponentes, saídos dos livros do Estado Novo, o Juiz, o vice Juiz e o Secretário. Nos passeios, os turistas fotografavam, vorazes. A primeira cidade africana, como diz John Berger. E saltitantes, roliços, com voz de contralto, alguns padres em traje de solenidade, tentavam chegar-se à cabeça da procissão. Os irmãos vivos, apesar dos ornatos e vestimentas, tinham o péssimo aspecto que a velhice em geral e a pobreza em especial dá aos infelizes: o mau estado oral da população, as raízes brancas anunciando o cabelo empastado, como se um meme de quase-rastas tivesse percorrido aquelas cabeças crentes, ou a asa de corvo do farandol nos homens mais cuidados, a cor baça da nefrose, o bronzeado talassémico. Surpreendida pelo quadro, a alta adolescente que estava comigo baixou os olhos e vi na sua reserva o pudor para com aquela gente e a reprovação pelo meu espanto. Ao contrário do que é hábito eu percebi-a, ah, ao menos esta vez eu percebi-a. Porque havia naquela marcha essa ambiguidade entre um acto público- uma comunidade que se deixa ver naquilo que a une- e o que o rosto das pessoas transmitia, sobretudo o das burguesas decadentes do segundo grupo, amontoadas antes da vara de prata do Senhor Juiz e as medalhas dos Corpos Gerentes. Estas mulheres pareciam zangadas com a sua exposição. Havia, claro, algumas faces tranquilas, de mulheres de trabalho a dias. Mas a maioria eram reformadas ou pensionistas, óculos de contrafacção e semblante carregado, cantando estrofes que celebravam o sofrimento e a glória do Senhor sem disso retirarem nenhum consolo. Pareciam querer arremessar a sua fé aos pecadores surpreendidos do Chiado.

Acho que a Igreja Romana, de Ratzinger e do cardeal Saraiva, tem um problema para resolver. "
 Do Luis, sublinhados meus.

( Este texto tem provocado frisson nos consumidores de coca, que se devem ver retratados no quadro)

Do amor

segunda-feira, abril 05, 2010

E as crianças, Senhor?

Na imprensa e blogosfera postuguesa, numa concertação interessante ( basicamente os correlegionàrios  do Opus Dei e Movimento Comunhão e Libertação) sucederam-se as crónicas, entrevistas e posts sobre o escândalo do abuso sexual de padres.
O que é verdadeiramente revoltante ao ler as miríades de publicações que tentam "limpar a imagem " dos padres abusadores e da hierarquia tolerante com os abusos, é não ter encontrado uma única referência de preocupação sincera com as vítimas. O que fazer para reparar os danos, o que fazer para proteger as crianças e adolescentes. O que fazer para ajudar as vítimas e suas famílias. Nada, nem uma palavra que não o livro de cheques forçado pela justiça penal. Parece que a Igreja só se procupa com os fetos, não com as crianças. È abominàvel.
Toda a atenção continua centrada nos mesmos - os padres/ o papa  e a defesa  seu estatuto, a comparação com outros grupos sociais em que existe pedofilia ou com pastores protestantes (como se isso desculpasse alguma coisa), os  complots maçónicos, os coitadinhos dos padres fredericos, também ele vítima do laicismo gay.
Esta indiferença, este silêncio face às vítimas, isto sim  è que è o verdadeiro escândalo. Uma vergonha.

Um blogue transnacional.

Um abraço ao leitor atento que acede a este blogue regularmente, directamente do Parlamento Europeu....
Outro para Manitoba, Canadà, onde este blogue é especialmente queerido. E para o amigo de Mountain View, califórnia..
"Nada de menos claro e certo do que Jesus ter fundado uma hierarquia sacerdotal, com poderes objectivamente determináveis e litúrgicos; tal tipo de instituição e organização, parece decorrer mais de uma necessidade psicológica e social de segurança, do que de uma libertação de Deus tal como é biblicamente indiciada, da peregrinação abrâmica à revolta mosaica, das invectivas proféticas às diatribes jesuânicas e à abertura paulina. Por outro lado, tudo indica que os nossos modos próprios e culturais de vida e religião, não são avessos a uma relação verdadeira e livre com o Deus vivo; são até, por ventura ou desventura, talvez requeridos e necessários, por nossa intrínseca natureza dividida; e nesse sentido, decorrência humana e requisição divina coincidem num único e humano acontecer a que se dá o nome de religião cristã, fundada precisamente na dupla natureza de Jesus, com todas as suas organizações e desorganizações históricas e conceptuais."

Um brilhante texto ( mais um...) do Vìtor Mácula

Rad Trads

Estive a reler uma curiosa e bastante anedótica entrevista do  Cesar das Neves, onde o paladino da moral e bons costumes católicos defendia que "Qualquer dia a pedofilia vai acabar por ser legalizada». Talvez estivesse já a preparar o discurso de desculpalização do comportamentos dos padres pedófilos... e da hierarquia católica que os permitiu ( hoje, numa crónica do DN)
Devo dizer que os dois textos , particularmenre repugnantes na sua essência, se interpenetram.
A mundivisão ( mesmo teológica e doutrinária) de um fundamentalista religioso tende a equacionar realidades complexas com um simplismo confrangedor. A religião privada torna-se apenas numa cartilha de regras e ditames desligados da vida, da realidade humana e espiritual. Qualquer análise mais integradora ou substantiva da realidade é reduzida a uma cassete de dois ou três itens que se repetem ad eternum.
Quando a realidade ( o abuso sexual de menores por padres, assim como a responsabilidade da hierarquia católica, Cardeais Bispos e Papas no encobrimento  desse crime), aparece como inaceitável, há que fazer um processo de negação e autodefesa, em vez de a enfrentar com transparência e assumir responsabilidades.

Estes católicos fervilhantes são os que fazem mais mal à Igreja, com estas aparentes defesas desengonçadas. Com amigos destes, quem precisa de inimigos?

Hipócritas

"¿Y en España? Nada. Silencio sepulcral. Rouco, como siempre, callado. Y su portavoz, Martínez Camino, siempre dispuesto a portavocear para condenar todo lo que se mueva, ahora calla. Y, de esta forma, da por bueno que es más pecado el aborto que el que un cura pederasta mate la inocencia del alma de una criatura."
Entretanto, a tinta continua a correr. De nada vale vitimizar os abusadores. De nada vale desresponsabiizar a hierarquia que tudo sabia e nada fez.
Tambèm não aceito a ideia de que tal comportamento deva ser tolerado  e perdoado porque nós, na Igreja, somos todos pecadores. Este discurso é odioso. Todos somos pecadores, sim.
Mas não somos todos pedófilos, pois não?

Os lambe-mãos serão católicos?

Andam por aí umas pobres criaturas que gostam de genuflectir e lamber mãos alheias e fazem disso o cerne da sua pretensa catolicidade.  
A discussão é bastante divertida ( lembra-me a discussão sobre o sexo dos anjos) e raia o completo absurdo num momento em que  a Igreja católica atravessa a maior crise dos últimos cem anos. Crise essa que está precisamente associada ao "temor reverencial" e à "adoração servil" da figura do "padre", pedra chave de todos os abusos de crianças indefesas e de todas as impunidades.
O caminho  para a Igreja Católica de hoje não pode ser o conservadorismo, o pietismo doentio, o  folclore religioso ou a  diarreia mística. O caminho é inevitável - tem de ser para a frente e não o regresso à  autoflagelação barroca.

Claro que há sempre os masoquistas do sagrado ( se não fosse assim não havia gajos a crucificar-se nas filipinas.. E a proclamar que são os únicos e verdadeiros católicos viventes da Páscoa)

domingo, abril 04, 2010

quinta-feira, abril 01, 2010

Reflexão do dia

"Dios no es el todo, ni el evangelio sumisión a una moral de chandalas o esclavos humillados, sometidos a unos señores espirituales. Al contrario, la fe en Dios infinito (sobre todo sistema y gradación jerárquica) libera al humano para la libertad y acción creadora, abriéndole al amor, por encima del sometimiento sacral y del miedo a la muerte.
Dando un paso más, y en contra de la acusación de Nietzsche, debemos afirmar Jesús no fue un idiota, un sumiso incapaz de rebelarse y decir "no", un esclavo del orden imperante (sacral o social), sino un hombre de gran libertad, que se enfrentó al sistema (altar y trono) de su tiempo, diciendo “no” cuando acogía a los excluidos y protestaba contra el templo. Precisamente por negarse al sistema le mataron; pero su mensaje y comunión contemplativa (liberadora) con Dios y con los hombres y mujeres de su entorno abrió un camino de vida (pascua) sobre el mundo. "

Um bel'issimo texto de Xabier Pikaza, no jardim de luz.