sexta-feira, abril 09, 2010

O silêncio dos inocentes

"É por isso que nesta polémica eu me sinto muito próximo de católicos que dizem basicamente o seguinte: toda a conversa sobre pecado e arrependimento é muito interessante, mas é no mínimo desadequada e no máximo ofensiva das vítimas. O que nós queremos é que a instituição – qualquer instituição – não encubra crimes e entregue imediatamente os criminosos à justiça. E essa justiça terá de ser aquela que julgaria qualquer outro pedófilo e abusador.
Também por isso me sinto muito distante daqueles – incluindo agnósticos conservadores, que têm um reflexo defensivo em relação às instituições conservadoras em geral – que fazem de tudo para contornar esta questão central: atacar a imprensa, comparar a pedofilia dentro e fora da igreja, entrar em análises de vaticanologia aprofundada, fazer leitura a vários níveis de discursos vagos e evasivos de bispos e papas. Basicamente, incorrer naquilo de que acusam os irreligiosos como eu: preocuparem-se com o que não lhes diz respeito para fugir ao resto.
Um belo texto do rui tavares.

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