domingo, abril 25, 2010

Depois da geração rasca, uma geração à rasca.

Á rasca. É assim que entram na faculdade. Alguns com notas borderline, a roçar o limite da boçalidade. Fazem cursos por trabalhos, portfólios, copianços, trabalhos de grupo. À rasca, sempre. Mesmo os ditos melhores alunos, são regra geral, apenas os menos maus, com critérios de notas inflaccionadas e uma cultura de facilitismo que se propaga como fungos no ensino superior.
Um completo absurdo a falta de qualidade e de conhecimentos básicos da maior parte dos jovens que pretendem concluir teses de mestrado.
Pasmo com tanta ignorância, mas bolonha trouxe isto - uma massificação entediante, notas inflaccionadas, uma quase compulsiva iliteracia cientìfica e um nivelamento por baixo que nos faz corar de vergonha institucional. Depois da geração rasca, uma geração de iletrados chega agora aos bancos da faculdade e conclui licenciaturas a granel. O passo para os mestrado é automático, quase sem filtragem ou mediação. Esta gente consome livros do paulo coelho como bíblias científicas, confunde conhecimento com copy paste de sites on line que se mimetizam  uns aos outros, bebe teorias da conspiração e disserta sobre teorias paracientíficas sem ter a menor noção dos pressupostos teóricos daquilo sobre o qual vomita certezas definitivas.
 Antes uma geração rasca que uma geração de analfabetos com doutorites agudas.

Nota - Hoje fui comprar um livro. 28euros. Entreguei duas notas de 20 euros O rapazinho da caixa ( um jovem licenciado aflito a fazer umas horas extra na livraria) reparou que havia uma avaria na caixa registadora que não dava automaticamente a conta do troco a fornecer ao cliente. Atarantado, hesitou durante uns segundos e eis que tira do bolso o telemóvel. Ainda pensei (ingenuamente) que avisava algum supervisor da avaria da maquineta, mas não, o efebo estava a fazer uma cálculo na calculadora do TMV - 40 euros menos 28 euros.
Calculada a subtracção devolveu-me o troco e, face à minha perplexidade, desabafou - sou de humanidades, sabe, não tive matemática. Pois, pensei eu. Não me admira que o convertam ao criacionismo ou que acredite que os preservativos transmitem a SIDA.

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