É oficial, finalmente. Depois de décadas em que a doutrina oficial do Vaticano consistia na negação absoluta da utilização do preservativo, mesmo em casais em que um dos elementos é seropositivo ou da negação caricata da eficácia do mesmo, a Igreja admitiu oficialmente, pelos canais oficiais do vaticano para estas questões que:
1 - O preservativo é um meio eficaz na prevenção da Sida. Ao considerar como exemplar o caso do Uganda, a Igreja Catóica admitiu que nenhum programa de prevenção pode ser seriamente pensado ou implementado sem incluir a promoção do sexo seguro e o uso de preservativos, sobretudo em regiões do globo onde a SIDA é endémica. Por outro lado, esta disparatada oposição ao uso profiláctico do preservativo assentava num falso pressuposto que tem sido alimentado por um certo clima de suspeição e cinismo. A ideia é que, se houver acesso ao preservativo, está-se a incentivar a promiscuidade sexual e o aumento do cont'agio,quando nenhum indicador sério, nem nenhum estudo sistemático evidenciou este nexo de causalidade. Muito pelo contrário. São inúmeros os estudos que associam a redução da incidência á acessibilidade e utilização de preservativos.
Todos os programas da OMS, da UNAIDS, dos MSF e das inúmeras instituições de saúde, incluindo católicas, que trabalham no terreno, incentivam a utilização adequada de preservativos e advogam que as questões comportamentais, a redução do número de parceiros, a educação para a sexualidade são também elementos importantes na prevenção das DSTs em geral e da SIDA em particular.
O caso do Uganda é um bom exemplo. E a prova que, nesta abordagem preventiva multifactorial , a utilização adequada do preservativo não pode ser de forma alguma excluída, visto que é a única forma, comprovadamente eficaz de reduzir o risco de contágio numa relação sexual.
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