tenho a intuição que a maior parte das crianças portuguesas anda por aí os tombos, semiabandonada.
não culpo os pais nem as mães , na maior parte dos casos extremamente cuidadosos, que se dividem em mil tarefas, como animais de corridas, entre horários de empregos instáveis, contas bancárias e sem fôlego sequer para sorrir.
pais que os esquecem no banco de trás dos automóveis porque têm uma reunião inadiável.
nesta espécie de escravatura forçada, os filhos parecem mais como apêndices incómodos fonte de exigências e birras intermináveis de pais exaustos mal acordam.
dói-me quando vejo os miúdos assim abandonados.
rodeados de pais preocupadíssimos com os seus calendários de actividades extracurriculares, esmagados com todos os artefactos tecnológicos, as roupa de marca e protector solar às carradas nem que seja para atravessar a rua, não vão apanhar um melanoma devido à negligência materna.
são os mesmíssimos pais e mães que "vivem para os meninos", com sites na net a contar a história do seu nascimento, desde a descrição da queca miraculosa onde resultou o infante aos enjoativos posts da gravidez deste o dia 1, num narcisimo balofo.
entretanto os miúdos crescem. tornam-se mais fonte de exigências do que de gratificação narcísica.
e os pais com horários impossíveis de gerir, sempre com a corda na garganta, numa angústia quotidiana aliada a um certo desprendimento adolescente.
vejo-os na praia, miúdos de quatro, cinco, seis anos, a brincar à beira mar sem supervisão adulta e arrepio-me. ( à noite noite quando cheguei a casa e a Tv notíciou a morte de mais um menino de 4 anos por afogamento, nem me surpreendeu.).
vejo um puto de 12 anos a espancar o irmão mais novo de três perante a indiferença do pai enrolado na areia com a nova namorada e arrepio-me.
vejo-os nas paragens de autocarro, sabendo que chegam sozinhos a casa e lá ficam horas e horas em frente à net, até que um adulto chegue e arrepio-me.
os miúdos portugueses fartam-se de morrer durante o fim de semana.
acidentes , afogamentos, intoxicações , quedas, disparam durante as férias e pausas domingueiras.
longe das paredes protectoras das instituições - creches e escolas - nesta fase de tempo estão entregues aos pais, melhor seria dizer, a si mesmos.
e morrem sózinhos.
não culpo os pais nem as mães , na maior parte dos casos extremamente cuidadosos, que se dividem em mil tarefas, como animais de corridas, entre horários de empregos instáveis, contas bancárias e sem fôlego sequer para sorrir.
pais que os esquecem no banco de trás dos automóveis porque têm uma reunião inadiável.
nesta espécie de escravatura forçada, os filhos parecem mais como apêndices incómodos fonte de exigências e birras intermináveis de pais exaustos mal acordam.
dói-me quando vejo os miúdos assim abandonados.
rodeados de pais preocupadíssimos com os seus calendários de actividades extracurriculares, esmagados com todos os artefactos tecnológicos, as roupa de marca e protector solar às carradas nem que seja para atravessar a rua, não vão apanhar um melanoma devido à negligência materna.
são os mesmíssimos pais e mães que "vivem para os meninos", com sites na net a contar a história do seu nascimento, desde a descrição da queca miraculosa onde resultou o infante aos enjoativos posts da gravidez deste o dia 1, num narcisimo balofo.
entretanto os miúdos crescem. tornam-se mais fonte de exigências do que de gratificação narcísica.
e os pais com horários impossíveis de gerir, sempre com a corda na garganta, numa angústia quotidiana aliada a um certo desprendimento adolescente.
vejo-os na praia, miúdos de quatro, cinco, seis anos, a brincar à beira mar sem supervisão adulta e arrepio-me. ( à noite noite quando cheguei a casa e a Tv notíciou a morte de mais um menino de 4 anos por afogamento, nem me surpreendeu.).
vejo um puto de 12 anos a espancar o irmão mais novo de três perante a indiferença do pai enrolado na areia com a nova namorada e arrepio-me.
vejo-os nas paragens de autocarro, sabendo que chegam sozinhos a casa e lá ficam horas e horas em frente à net, até que um adulto chegue e arrepio-me.
os miúdos portugueses fartam-se de morrer durante o fim de semana.
acidentes , afogamentos, intoxicações , quedas, disparam durante as férias e pausas domingueiras.
longe das paredes protectoras das instituições - creches e escolas - nesta fase de tempo estão entregues aos pais, melhor seria dizer, a si mesmos.
e morrem sózinhos.
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