Toda a tentativa de propor um cristianismo do amor "puro", destilado de todas as "impurezas" mundanas, é falso purismo e perfeccionismo, que despreza a encarnação de Deus e partilha o destino de todas as ideologias. Como Deus não era demasiado puro para não poder entrar no mundo, nem sequer a pureza do amor consistirá em manter-se longe do mundo, mas manifestar-se-á justamente na sua forma mundana. Nesta base torna-se não só possível, mas forçoso, conceber o agir histórico como agir cristão, como agir que brota do amor encarnado de Deus.
Dietrich Bonhoeffer, "Ética", edição "Assírio & Alvim"
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