O impulso sexual que um homem heterossexual tem pela sua parceira é o mesmo que um homossexual tem pelo seu parceiro do mesmo sexo.
O que muda é o objecto.
Então, este impulso sexual, embora contextualizado por um conjunto de marcadores socioculturais, é “inato”, como a cor dos olhos ou o grupo sanguíneo. A ideia de que alguém se torna homossexual porque é moda, quando a pressão social discriminatória vai precisamente no sentido inverso, é um completo disparate.
A realidade indica-nos precisamente o contrário – mesmo em países com sistema políticos em que ser homossexual equivale a condenação à morte, existem pessoas que se apaixonam e têm contactos sexuais com pessoas do mesmo sexo.
No entanto a sexualidade humana é extremamente complexa e com uma plasticidade quase infinita. Um adolescente pode ter experiências homossexuais pontuais sem ser homossexual.
Em algumas circunstâncias, as pessoas podem ter comportamentos sexuais antagónicos à sua orientação sexual mais profunda. Por exemplo, são mais frequentes os comportamentos homossexuais em locais de reclusão onde existem muitos homens em locais restritos - prisões, quartéis, seminários, colégios masculinos. O que não significa que todos sejam homossexuais, mas que uma determinada cultura institucional e a ausência de "alternativas " comportamentais pode conduzir a mais envolvimentos homossexuais entre pessoas que, noutros contextos sociais nunca teriam esse comportamento.
O contrário também pode acontecer e tem sido até muito mais frequente - pessoas homossexuais que, tentando assumir comportamentos socialmente aceitáveis, se violentam em relações heterossexuais, quando a suas orientação mais íntima e profunda é a atracção emocional por pessoas do mesmo sexo.
Tanto num caso como noutro, o sofrimento psicológico é intenso, visto que as pessoas estão privadas de um direito humano fundamental - exprimirem em liberdade os seus afectos na sua dimensão de sexualidade, de acordo com a sua orientação e identidade sexual, quer seja homo quer seja heterossexual.
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