"Faz-se manhã. A luz é de uma consistência e de uma doçura de baunilha. Um rosto bonito com mulher por baixo leva-se café à boca. Aqui dentro está-se bem. Da padaria chega ao salão o bafo dormente dos fornos a lenha. Surge uma criança encarnada com uma chave vermelha na mãozita. Lá fora, os cedros fumegam geada, esculpidos pelo sol de inverno. A formosura toca as coisas por dentro. A terça-feira ergue e estende a tenda colectiva: córregos, azinhagas, vertentes, pedreiras, taludes, eiras, jeiras, laranjeiras, capelas como dedadas de cal nos vidros que ladrilham os longes. Sinto a quietação dos prenúncios: toda a paciência e nenhum exorcismo. "
do Daniel
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