terça-feira, janeiro 06, 2009

O direito das mulheres à educação

1848 foi um ano de agitação e manifestos. É Em 1848, setenta mulheres e trinta homens de diversos movimentos e associações políticas de talante liberal, reuniram-se no Hall de Seneca e assinaram o que designaram com o nome de "Declaração de Sentimentos".
O modelo de declaração de Seneca era a declaração de Independência. A declaração consta de doze decisões e inclui dois grandes artigos: de um lado as exigências para alcançar a cidadania civil para as mulheres e do outro os princípios que devem modificar os costumes e a moral. O grupo que se tinha reunido em Seneca provinha fundamentalmente dos círculos abolicionistas. Homens e mulheres que tinham empenhado as suas vidas na abolição da escravatura chegaram à conclusão de que entre esta e a situação das mulheres, aparentemente livres, havia mais de um paralelismo. Desde postulados iusnaturalistas e lockeanos, acompanhados pela ideia de que os seres humanos nascem livres e iguais, afirmam:
"decidimos que todas as leis que impeçam que a mulher ocupe na sociedade a posição que a sua consciência lhe dite, ou que a situem numa posição inferior à do homem, são contrárias ao grande preceito da natureza e, portanto, não têm força e autoridade".
O grande preceito da natureza que invocam é o resumo de igualdade, liberdade e perseguição da própria felicidade. Era o mesmo que se invocara contra a manutenção do tráfico, venda e posse de escravos. E. Cady e L. Mott que de facto comandaram a declaração de Seneca formavam a ponta de lança do que chegou a conhecer-se como movimento sufragista. As que mais tarde seriam editoras e compiladoras de um texto clássico do sufragismo, a Bíblia da Mulher, iniciaram as suas lides públicas nesta Declaração.
O sufragismo foi um movimento de agitação internacional, presente em todas as sociedades industriais, que assumiu dois objectivos concretos, o direito ao voto e os
os direitos educativos caminharam a par apoiando-se mutuamente.

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