quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Petição

Petição segundo o original e primeiros assinantes:

“Exige-se um reconhecimento irrestrito das decisões do Concílio Vaticano II”

A anulação papal da excomunhão de bispos da Fraternidade tradicionalista Pio X, vinda a público em 24 de janeiro de 2009, significa para os assinantes desta petição a reabilitação de pessoas que abertamente se apresentaram como adversárias das reformas iniciadas com o Concilio Vaticano II e continuam de agir da mesma forma.

Tendo em vista as manifestações anti-semíticas e a negação do extermínio de judeus pelos nacional-socialistas do bispo auxiliar Richard Williamson e dos seus seguidores, partilhamos da indignação de nossas irmãs e irmãos de fé judaica. Além disso, afirmamos que a atitude geral da Fraternidade Pio X em relação ao judaísmo não condiz com as exigências relativas ao diálogo judeu-cristão do Concilio. Aplaudimos as afirmações da Conferência Nacional dos Bispos Alemães e do Comitê Central dos Católicos Alemães a tal respeito, bem como as claras posições da Conferência Nacional dos Bispos Franceses e de outros bispos.

Os assinantes desta petição avaliam o cancelamento da excomunhão como um indicador de que o Papa Bento XVI o efetuou intencionalmente em data próxima a um acontecimento carregado de simbolismo, o quinquagésimo aniversário do anúncio da convocação de um concílio pelo Papa João XXIII. Esta volta a trás faz temer o regresso de partes da Igreja romano-católica a um exclave antimodernista.

Com este retrocesso admite-se que partes da Igreja romano-católica, a par de muitas outras coisas, possam rejeitar abertamente o espírito e a letra de importantes documentos do Concílio Vaticano II, como o Decreto “Unitatis Redintegratio” sobre o Ecumenismo, a Declaração “Nostra Aetate”, sobre as relações da Igreja com as Religiões Não-cristãs, a Declaração “Dignitatis Humanae” sobre a Liberdade Religiosa como também a Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” sobre a Igreja no Mundo de Hoje. É no momento impossível prever, em toda a sua extensão, os resultados funestos que isso trará à credibilidade da Igreja romano-católica. O preço é insofismavelmente alto demais!
Com todo o respeito pelo esforço do Papa em favor de união da Igreja, nos parece particularmente chocante que a renovada aproximação do Vaticano ao movimento cismático traditionalista se tenha realizado, ao que parece, sem condições prévias. Ainda em junho de 2008, no vigésimo aniversário da excomunhão de Lefebvre a Fraternidade Sacerdotal recusou o convite da Santa Sé a uma reconciliação teólogica e político-eclesial e não satisfez o pedido de Roma de assinar uma declaração de cinco pontos com as condições para uma possível reincorporação na Igreja romana.

O regresso à plena comunhão com a Igreja Católica só pode ser possível se as decisões do Concílio Vaticano II forem absolutamente aceitas de palavra e de fato, como também é exigido no Motu Proprio “Summorum Pontificum” em relação ao Rito Tridentino.

Enquanto o Vaticano se preocupar apenas do retorno das “ovelhas perdidas” da borda eclesial tradicionalista, mas não anular também outras excomunhões, não rever os processos de objeção às doutrinas de teólogas e teólogos de tendência renovadora e não estiver disposto ao diálogo internacional com círculos de reforma, o barco da Igreja romano-católica adernará perigosamente.

Essen, em 28 de Janeiro de 2009"

Assinaturas aqui.

Com grande alegria, há um movimento global a favor do concílio vaticano II e contra o nazismo lefebvriano.

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