A questão da integração social dos doentes mentais graves é complexa e delicada.
Há quadros psicopatológicos extremos que interferem significativamente com a capacidade estrutural dos indivíduos em se relacionarem articuladamente com os outros e com a própria realidade.
Num ponto extremo deste espectro, algumas destas pessoas podem mesmo ter comportamentos disruptivos e representar um risco sério para os outros ou acabar por se automutilar ou mesmo suicidar .
A psicofarmacologia , especialmente os neurolépticos trouxe muitas respostas e possibilitou que muitas pessoas afectadas com doenças mentais graves possam controlar alguns sintomas.
Mas a vida relacional e as efectivas oportunidades de integração social têm de ser validadas caso a caso.
Algumas vezes esta integração coloca sérios dilemas éticos. Deve um indivíduo pedófilo manter a sua actividade profissional, quando esta envolva actividades com crianças? Pode um juíz diagnosticado com uma psicose grave manter plenamente as suas funções ? E se for um médico, um cirugião, um enfermeiro ou um técnico de saúde que lide directamente com a responsabilidade de vidas humanas, o que fazer face a um diagnóstico de esquizofrenia paranóide, por exemplo? E se for um líder religioso ou espiritual, afectado por um surto psicótico grave ou com actividade delirante, será eticamente aceitável que continue as suas actividades de proselitismo?
Todas estas questões não são meramente teóricas.
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