Não é por acaso que a Igreja Alemã está a reagir tão fortemente à possibilidade de um
grupo cismático neonazi voltar a ser integrado na Igreja Católica.
Não é por acaso , porque a Igreja alemã sabe, melhor que ninguém, o que verdadeiramente aconteceu durante o Holocausto.
O cardeal Karl Lehmann de Mainz, o mais popular dos bispos alemães, um homem inteligente e cordato, um pragmático pouco dado a devaneios místicos, comentou assim o que se passou nos últimos dias:
"É preciso apresentar desculpas pelo que se passou - e isso tem de vir de cima. É preciso mostrar que isto é inaceitável e incompatível com o diálogo que a Igreja trava há 50 anos com os judeus". Todos perceberam em quem é que Lehmann estava a pensar quando disse "de cima": no Papa.
Na mesma linha vão declarações do Arcebispo de Hamburgo Werner Thisse, e do Arcebispo de Munique Reinhard Marx. Este último sublinha: "Pessoas que negam o Holocausto ou são antisemitas ou não têm lugar dentro da Igreja católica".
Por sua vez, a chanceler alemã Angela Merkel exige que Bento XVI tome uma posição "clara e inequívoca" acerca da negação do Holocausto feita pelo bispo inglês Richard Williamson, membro de uma comunidade ultra-reaccionária e integrista.
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