sexta-feira, dezembro 19, 2008

Tradição Católica Nazi

K - kinder (criança), kirche (igreja) e kürche (cozinha) era o programa ideológico nazi para as mulheres...

Vejo que algumas fêmeas tradicionalistas continuam a concordar. Coitadas,

7 comentários:

Anónimo disse...

De facto, não sabe do que fala...

Que tal estudar um pouco? Não lhe fazia mal nenhum... os doutoramentos e mestrados não são só a nível académico :) há outros muito mais importantes e básicos que deveriam ser estudados e ensinados com o mesmo afinco que se estudam os primeiros...

João Pedro Ferrão disse...

Bom, a frase é bastante anterior ao período nazi. E foi utilizada por Hitler num sentido de continuação de uma tradição e não como representativa das suas ideias. Aliás, Hitler sempre abominou tudo o que tivesse a ver com a Igreja, o que é bastante lógico visto que tem origens semitas.

Quanto ao associares as ideias da rapariga às ideias nazis... enfim, que bela desonestidade intelectual. É tão lógico como associares os crimes de Estaline ao ateísmo.

Talvez devesses não só ler com atenção o post dela, mas também ler algumas coisas sobre nazis que não seja na Internet. Ficavas com as ideias um bocadinho mais esclarecidas e terias, claro, mais cuidado com as palavras que usas. Chamar nazi a alguém é uma coisa grave, séria e só alguém muito retardado o faria de ânimo leve. Estou certo que não é o teu caso...

Para terminar, resta-me dizer que não concordo em praticamente nada com a rapariga do blog (uma "rad trad", o que quer que isso seja) e que cozinha em alemão se escreve Küche (sem R).

BLUESMILE disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
BLUESMILE disse...

Caro João Pedro Ferrão:

A ideologia do Tradicionalismo Católico (e em boa verdade o tradicionalismo protestante ou as correntes islâmicas mais radicais) sobre a "condição feminina" ou o papel social de género atribuído às mulheres encaixa-se na perfeição na ideologia nazi e, de uma forma mais global, em todas as ideologias que subvertem os conceitos de direitos humanos fundamentais.
A teresinha, na sua limitada concepção da realidade, segue o mesmo registo ideológico, embora "matizado" por considerações místicas mais ou menos esotéricas.

Repara que o post dela, bastante ingénuo, parte da premissa de que o papel da mulheres é na cozinha, na Igreja ou a parir infantes.

A "formação intelectual" das mulheres, profundamente contrária à ideologia do Tradicionalismo Católico, só é defensável, segundo a Teresa, porque isso as prepara melhor para o seu papel de parideiras e "fadunchas do lar".

Nada melhor que parideiras letradas e gueixas intelectualizadas para cumprirem melhor o seu papel de Fêmeas submissas, coladas ao seu papel biológico pretensamente "natural".

"A mulher católica tradicional, aquela que sabe que deve permanecer calada na Igreja, aquela que sabe que deve usar o véu para agradar a Deus, aquela que sabe que deve obediência e submissão ao marido, deve ter uma sólida formação intelectual, escreve a pobre teresinha.

Esquecendo, como é óbvio, que nenhuma mulher com sólida formação intelectual poderá seguir este estereótipo infantilizante e absurdo...

E só jovenzinhas muito imaturas, pouco estruturadas e com uma formação intelectual limitada se identificam com este modelo.

Repara que é interessante analisar não apenas os discursos evidentes dos mais ou menos imediatos dos rad trads, mas saír da superfície e tentar inteligir o menos óbvio - a ideologia estrutural do discurso…
Nazismo e Tradicionalismo Católico estão profundamente imbrincados...
Quanto ao resto, tens razão quanto à cozinha....

João Pedro Ferrão disse...

Bom, eu tento explicar com calma: do tradicionalismo católico (o que quer que isso seja) ao nazismo vai um longo passo. Ou melhor, não vai, porque não tem nada a ver.

Se me quiser explicar em que é que necessidade de um espaço vital para um povo, racismo, eutanásia (de velhos e de deficientes), glorificação da condição física perfeita do homem, eugenia e outras aberrações são parecidas com o catolicismo avise-me. Talvez esteja enganado há anos.

Por outro lado, apoios à maternidade, ao casamento, à estabilidade dos lares, não são ideias nazis - são ideias sensatas, aplicadas em países tão fascistas como Portugal, Suécia ou Alemanhã (akela Merkel...).

Quando a Magdalia (supostamente chama-se Teresa) defende a submissão das mulheres ao homem, defende simplesmente respeito. Mas também defende o respeito do homem pela mulher e a procura de um entendimento perfeito entre os dois. Aliás,

"Quando há uma discórdia, o marido deve ouvir com paciência a opinião da sua esposa, procurando encontrar nela o equilíbrio, a sensatez e alguma virtude que ele não tenha"

Parece-me uma boa ideia. Eu procuro fazê-lo com a minha namorada. Pode, talvez, ser uma posição que tem pouco a ver com a moderna concepção da vida matrimonial (quando ela existe...), mas tem ainda menos a ver com nazismo.

O meu ponto não são as ideias da Teresa, com as quais nem sequer concordo (mas é apaixonante lê-la, uma coisa que faço religiosamente todos os dias). É a relação absurda que faz entre nazismo e catolicismo - uma desonestidade intelectual que ou revela ignorância ou gosto por provocar. O facto de os nazis terem assumido uma postura conservadora em relação à família não é nazi, mas de época. Em Portugal era igual (até na 1ª República...), nos EUA idem, na URSS ibidem. Era uma concepção do mundo que só desapareceu nos anos 60/70. Espero que consiga perceber isto.

Para terminar: já imaginou que há mulheres que gostam de ser submissas (tal como alguns homens)?

BLUESMILE disse...

João Pedro:

Basta um pequeno e discreto périplo por sites e blogues ditos defensores do catolicismo tradicional para verificar a íntima ligação entre estes e ideologia da extrema direita e os valores neonazis. Em alguns casos são exibidos sem qualquer pudor e de uma forma panfletária.

Só alguém muito ingénuo ou com alguma má fé pode negar as evidências.EStá lá tudo - basta ler, e tentar reflectir sobre a realidade.

Você afirma que "Quando a Magdalia defende a submissão das mulheres ao homem, defende simplesmente respeito".
Não é verdade.
Submisão não significa respeito, mas negação de uma relação baseada na dignidade humana - uma relação paritária, entre duas PESSOAS adultas radicalmente livres e autónomas.É isso o casamento e uma relação de amor - uam relação paritária de duas pessoas livres.

SE fosse um questão de "respeito" ( belo eufemismo para falar de relações de violência e subalternidade) , seria um imperativo católico defender que os homens devem ser submissos às suasmulheres. Ou não deverão estas ser integralmente respeitadas pelos seus homens?

O que você defende, ( tal como os neonazis e os Rad Trads) e a própria téte é que as mulheres não são pessoas com u estatuto de amioridade e liberadde , mas que devem ter um estatuto de especial menoridade e manter uma relação de subalternidade.... com os seus "donos", quero dizer homens...

Você diz que sua namorada até gosta de lhe ser submissa.
Lamento por ela, porque ainda não sabe o que é um verdadeiro homem apaixonado nem uma relação de amor autêntico.

Eu por mim tenho um certo desprezo por homens que gostam de ser ou forçar alguém a ser "objectos" submissos.

Prefiro relações entre pessoas autênticas, homens e mulheres...
Sem submissão - que é o oposto de respeito integral do outro...

Quanto ao seu conceito de "família Tradicional" como algo de imutável, parece-me claramente um conceito novecentista . Bastante moderno,portanto

BLUESMILE disse...

"Era uma concepção do mundo que só desapareceu nos anos 60/70"

E tem alguma ideia de quando começou ?
Consegue situar historicamente o seu modelo de "Família tradicional", o que quer que isso seja?

Duvido.