Morrermo-nos é o maior mistério que nos pode acontecer.
Somos concebidos para a vida, para radicalmente nos mantermos vivos.
O nosso impulso mais fundo é este : o prazer animal de estar vivo. Esta voragem egoísta, atávica , masturbatória, violenta, capaz das maiores torpezas e das maiores exaltações - é o que nos impulsiona nas várias idades do nosso tempo.
Por trás deste impulso de sobrevivência adivinhamos o propósito último do nosso respirar existencial: somos vida e só para a vida somos chamados a ser.
Morrermo-nos é a antítese da nossa humanidade.
Este animal azul que somos, que só quer respirar delícias, comer até à saciedade, beber com sofreguidão, sentir inebriamentos e orgasmos, amar apenas, na ilimitada transcendência da nossa carne.
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