Tão boas raparigas e ninguém as quer, dizia a velha a quem o destino tinha dotado de uma netinha gordalhufa e meio insonsa. Muito prendada, a moçoila, cheia de recursos culinários e bordados à moda antiga, educação esmerada, missinha semanal e tudo, conjugado com um cursozeco de letras que a habilitava a "professora de liceu", um cargo invejável para uma avó de província...
As doidivanas é que têm sorte, concluía a velha, depois de um longo cismar sobre a colcha de crochet.
Não sabemos se por obra das novenas da avó , se porque se tornou uma verdadeira doidivana trintona, dando bom uso ao que deus lhe deu para folgar, a moçoila lá acabou por se casar tardiamente e parir pela primeira e última vez uma adorável criancinha com a bela idade de quarenta e três anos...
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