A prenhez está em alta. São revistas especializadas tipo pronto-a-vestir de conhecimentos maternos, é um programa na rádio sobre cegonhas, são milentos sites e blogs pessoais onde primíparas e outras divagam sobre coisas surreais como o tamanho das mamas e fissuras mamilares. Algumas chegam ao ponto de começar os blogues antes de engravidar e anotam online as ovulações, discutem com as vizinhas comadres blogosféricas o resultados inseminadores da última queca, programam as posições e as mezinhas e só me falta ver alguma dessas almas a colocar on line a foda criadora com o título: aqui , em directo, assista à fabricação do meu querido martin...
Aterrador é quando engravidam mesmo, colocam online a fotografia do Kit com as risquinhas da urina, e vá lá de postar as ecografias, os resultados da amniocentese, a marca das sanita onde vomitam , as variações hormonais e todo o circo da prenhez narcísica.
E de repente o zigoto delas passa a ser do mundo, as comadres sentam-se ao sol a discutir se foder grávida é mesmo melhor do que quando não estamos grávidas ( poderia escrever uma tese sobre o assunto) , alguns putativos pais são entrevistados sobre o tema, trocam-se emails compungidos e aposto que alguns romances de caserna vão nascer virtualmente entre dicussões sobre fraldas e bronquiolites.
O tom de amável cacarejar é permanente e acho sinceramente de um profundo mau gosto esta profusão de imagens dos meninos online por tudo o que é sítio, de exposição pública exibicionista de pequenos bebés, de descrição exaustiva de pormenores íntimos, de nomes pessoais, de coisas que deveriam ser um património próprio e pessoalíssimo de cada ser humano e de cada família, sem andar por aí numa expécie de exibicionismo prenho de feira .
Lembrei-me disto tudo a propósito de um dos últimos brilhantes posts da rititi, que subscrevo na íntegra....
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