quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Recados de um arquivista desarrumado

O poder da palavra deixou de ser radical. As  hecatombes sísmicas de vozes que movem montanhas transformam-se em sussurros lentos que só os cegos sabem.
As sílabas  desgastaram-se até ao tutano, reduzidas a pouco mais que coisas. Sem densidade, as palavras desaparecem aos bocados. Agora só escrevemos  imagens, sinais visuais,  articulações vagas  estímulos quanto mais intensos e rápidos melhor, fluxos sensoriais sem pensamento.
A imagem e a imagem só. Vamos  cegando  para as palavras  e isso é uma grande e definitiva tristeza.

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