O poder da palavra deixou de ser radical. As hecatombes sísmicas de vozes que movem montanhas transformam-se em sussurros lentos que só os cegos sabem.
As sílabas desgastaram-se até ao tutano, reduzidas a pouco mais que coisas. Sem densidade, as palavras desaparecem aos bocados. Agora só escrevemos imagens, sinais visuais, articulações vagas estímulos quanto mais intensos e rápidos melhor, fluxos sensoriais sem pensamento.
A imagem e a imagem só. Vamos cegando para as palavras e isso é uma grande e definitiva tristeza.
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