À porta do IPO, carros e carros estacionados em segunda fila, alguns com o inevitável rolo de papel higiénico envolto em crochet. Há qualquer coisa de simbólico e enternecedor neste adereço portátil de carros dos anos setenta. È ao mesmo tempo uma afirmação de status social - ter um carro, sonho supremo de classe média-baixa, permitia liberdades inauditas, viagens aventureiras, dejecções ás escondidas em pinhais bucólicos. Colocar isto à vista o banco de trás é uma mensagem libertária - não me limito a ter carro, sou mesmo um viajante. Mas a coisa não é só utilitária - tinha uma função decorativa. A criatividade no seu esplendor, a transformação de um artefacto num objecto de arte, goste-se ou não da estética kitsch.
Só mesmo o mulherio tuga para transformar a necessidade de cagar e limpar o cu numa obra de arte.
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