Por vezes há um pormenor qualquer nas pessoas que diz tudo sobre a sua personalidade mais íntimas. Refiro-me a características físicas mais ou menos óbvias, mais ou menos obscenas ou mais ou menos fascinantes - um certo grau de deformação ou idiossincaria que revelam, de certa forma, uma correspondente característica moral. Pode ser uma órbita vazia, uma verruga evidente, uma cárie dentária, um ricto na face, um penteado ridículo.
No caso do líder da bancada do PSD, Paulo Rangel, são os polegares especialmente gorduchos e dramaticamente oponíveis. Sempre que fala na televisão, com aquele impulso dos gordos a tentarem ganhar altura, fascinam-me aqueles polegares gordalhufos permanentemente em movimento, que acompanham a acrimónia do discurso.
Ao abrir as mãos, o polegar flácido faz uma espécie de ângulo recto com a palma da mão e aquele polegar irregularmente retorcido numa posição anatomicamente estranha, é como um defeito escondido, revelador de qualquer coisa que não sei explicar bem o que é mas que acende em mim uma instintiva desconfiança animal.
Nunca seria capaz de confiar num político com uns polegares assim.
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