Sempre que regresso a portugal pasmo com a mediocridade e ligeireza das "discussões" sobre temas pretensamente morais.
O Cardial Patriarca afirmou publicamente que o preservativo não é o único meio de combater a sida.A simples formulação da frase tem implícita a admissibilidade e a eficácia do preservativo como meio de combate à sida. Que não é o único meio, todos sabemos.
Basta pensar na importância do acesso a medicamentos retrovirais e da redução de comportamentos de risco.
Quanto à falibilidade do preservativo, o Vaticano já admitiu publicamente em documento oficial que a taxa de eficácia do preservativo é de mais de 98% quando utilizado correctamente.
Esta eficácia é elevadíssima, muito mais elevada que qualquer outra forma de intervenção conhecida.
Por tudo isto, o uso do preservativo é “um meio fundamental de prevenção” na luta contra a transmissão do vírus e ninguém de boa fé ou consciência tranquila pode afastar esse recurso essencial no combate à pandemia.
Claro que há sempre quem queira lutar contra as evidências científicas.
Quanto à ideia de que o preservativo é falível, também a abstinência é altamente falível.
Há imensas pessoas castas e abstinentes infectadas com o vírus. Alguns até são consagrados.
Seria interessante saber publicamente o número objectivo de padres, freiras e eventualmente Bispos infectados com o HIV.
Deixava aqui esse repto à igreja católica.
A surpresa de muitas santas almas ia ser imensa.
Talvez assim a igreja pudesse combater o estigma e opreconceito e as pessoas percebessem que pessoas castas podem ser infectadas e que a SIDA não é um castigo de pecadores mas um doença mortal que exige abordagens sérias.
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