"O caso na sua dramaticidade é simples. Uma menina de apenas nove anos, a quem chamaremos «Cármen», e a quem devemos olhar fixamente nos olhos, sem nos distrairmos sequer um minuto, para fazê-la entender o quanto lhe queremos bem”.
“«Cármen», em Alagoinha, foi violentada várias vezes pelo seu jovem padrasto, engravidou de dois gémeos e nunca mais teve uma vida tranquila. A ferida é profunda porque a violência destruiu-a por dentro e dificilmente lhe permitirá no futuro olhar os outros com amor”-
“Uma história de violência que, infelizmente, teria passado despercebida, pois estamos acostumados a ver todos os dias factos de uma gravidade sem igual, se não fossem as reacções causadas pela actuação do bispo. A violência sobre uma mulher é grave, e torna-se ainda mais deplorável quando perpetrada contra uma menina pobre, que vive em condições de degradação social”.
, “Em primeiro lugar, «Cármen» deveria ter sido defendida, abraçada, acariciada com doçura para fazê-la sentir que estamos todos com ela; todos, sem excepção. Antes de pensar na excomunhão, era necessário e urgente salvaguardar a sua vida inocente e recolocá-la num nível de humanidade, da qual nós homens de Igreja devemos ser anunciadores e mestres”.
“Assim não foi feito e, infelizmente, a credibilidade do nosso ensinamento sofre com isso, pois aparece aos olhos de muitos como insensível, incompreensível e sem misericórdia. "
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