terça-feira, julho 28, 2009

De profundis

"Quando envelhecemos, o nosso corpo degrada-se, não o controlamos, tornamo-nos difíceis de ajudar e de aturar. O orgulho, a vergonha e a raiva de nos vermos assim diminuídos impedem-nos de aceitar de boa cara o apoio de que necessitamos e que nos oferecem, tornamo-nos avarentos na gratidão e nos sorrisos. Por todo mundo há inúmeras mulheres, maridos, filhos, parentes, funcionários ou amigos cuja existência diária gira em volta da higiene e dos cuidados prestados àqueles que amam. "O teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te" (Mt 6:6). É uma doutrina que parece fora de moda. Thomas A. Kempis (autor de A Imitação de Cristo) incita-nos a valorizar o anonimato, a invisibilidade. Fala-nos da virtude de perseverar no tédio, de sobreviver sem o oxigénio da gratidão, do reconhecimento, do enaltecimento, do carinho; da prática diária e calada de boas acções que só Deus pode ver, conhecer e reconhecer. Os que assim cuidam dos outros estão entre os mais heróicos dos homens e mulheres. "

Excelente texto do Lugar Sagrado

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