quarta-feira, julho 22, 2009

A urgência do feminismo

A valorização da virgindade feminina é um dos estereótipos mais marcantes da ideologia machista, inda que eivada de mansos costumes, falácias religiosas ou lirismo ideológicos.
Violar uma virgem, é, nas fantasias mais recônditas de muitos homens (ia a escrever quase todos), a expressão mais exaltante do poder viril.
A virgindade prenupcial como atestado de propriedade masculina do corpo da mulher -reduzido assim a coisa, res - é típica de sociedades patriarcais e falocêntricas, onde a mulher vale apenas como objecto de prazer ou vaca parideira. Ou seja, não vale nada. Ou facto de alguns sistemas religiosos ( incluindo o integrismo católico) reproduzirem, ou aparentemente validarem, esta concepção mercantil das mulheres, não a torna menos aberrante.
Lembrei-me disto a propósito do surto de mulheres que fazem leilões online da suposta virgindade. A última é uma mulher equatoriana e vender-se na net. Segundo a imprensa espanhola, o anúncio despertou a curiosidade de um interessado, que terá oferecido 2,3 milhões de euros, mas as condições não agradaram à equatoriana, que elencou uma série de regras a serem observadas: uma única noite, sem beijos, sem carícias, com um atestado médico do maior licitador e com preservativo. Não se trata propriamente de sexo mas de um coito mecânico, como se a mulher fosse uma vaca. O mais extraordinário é haver um tarado que se satisfaça com isso. Mas, não não é extraordinário.
É este o valor da virgindade feminina.

2 comentários:

mtlago disse...

São rarissímos os homens que sabem seduzir uma mulher com elegância e carinho eles funcionam mais com o o instinto, e não com sentimento.
Por isso as mulheres devem olhar para esses seres com desconfiança..

Tlago

BLUESMILE disse...

Com desconfiança não propriamente....
Mas com confiança em si mesmas...