segunda-feira, março 08, 2010

O abuso sexual de crianças pelo clero católico

Depois da irlanda, a alemanha.
A questão deve ser olhada com outra profundidade que não o imediatismo fácil.
Haverá actualmente mais casos de pedofilia entre o clero católico do que havia em épocas anteriores?
A resposta terá de ser negativa. Abusos sexuais em conventos/mosteiros/colégios católicos e seminários sempre foram recorrentes. Se alguma coisa mudou foi a tolerância social face ao tema.
A igreja sempre se defendeu corporativamente  e de certa forma alimentou ( pela passividade conivente) estes esquemas sórdidos. Fazia parte da tradição o  muro de silêncio, ameaça e vergonha  que tornou as vítimas invisíveis e sem voz ao longo de milénios. Apesar de uma ou outra intervenção pontual , mas apenas quando as vítimas eram rapazinhos ( não é à toa que a homossexualidade era designada pela inquisição como o pecado dos padres). E quando  as vítimas eram mulheres? Silêncio ainda mais absoluto. Mesmo em casos verdadeiramente brutais de freiras violadas por padres e bispos, só muito recentemente houve denúncias. Sobre leigas e meninas vítimas deste abuso, o muro de silêncio é ainda maior.
Onde radica este mal?
Provavelmente da imposição do celibato, que levou a que um grande número de homens com parafilias e transtornos sexuais se refugiassem na "carreira eclesiástica" durante séculos.
(Santo Agostinho é um bom exemplo de como uma sexualidade parafílica ou mal resolvida pode originar sublimações místicas e doutrinas mais ou menos dsviantes sobre a moral sexual ). 
De notar que as regras rígidas dos colégios católicos tradicionais sobre a moral sexual (incluindo as confissões obrigatórias carregadas de devassa erótica sobre a sexualidade dos adolescentes) torna os abusos mais fáceis. quanto maior a adesão à "tradição", piores os abusos. Veja-se a irlanda...onde o tradicionalismo doutrinário católico é tão rígido...

Há que mudar o essencial para transformar o acessório.

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