Entarnoitece e já deixei as mãos ao largo do jardim.
Em pleno lago, há a casa de madeira onde Grieg escreveu sinfonias infindáveis. Pelas janelas rendilhadas de vermelho estalam madeiras de outras pautas, o lago estende-se até ao sul, os fiordes aqui ao lado, a casa respira, pautas e mais pautas, um cochim de seda, as canetas com aparos de prata alinhadas ao lado do reposteiro, sento-me cá fora, á beira de água e penso que se tivesse uma casa assim imitava Chopin, o meu homem abraça-me em silêncio.
Entarnoitece.
Estou sentada apenas a contemplar a respiração da casa e parece-me que o violino dos pássaros aqui ao lado me toca nos ombros, ulmeiros brancos, a humidade das sombras, Grieg inventa músicas na solidão da noite .
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