quinta-feira, outubro 23, 2008

Dou por mim, muitas vezes numa grande solidão, disse-me o Pedro.
Um grande distanciamento dos outros, o que dizem, o que os move, parece-me sem significado.
Dou por mim a lidar com surdos-mudos, não sou escutado (percebes? ), mesmo pelos que mais amo.
Ou serei escutado, mas não de uma forma plena, completa, definitiva, ser escutado até às raízes, ser escutado até às palavras que não podem ser pronunciadas
porque nem eu sei das palavras que são o mistério de mim,
nem eu sei da fome absoluta
e mesmo assim alguém saber ,
do mistério e desta fome,
e aí sim, pode ter sentido a experiência mística quase erótica de algumas pessoas.

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