Sei os teus seios. Sei-os de cor.
Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já, Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!
Porque não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p’la manhã? Quantas vezes
Quantas vezes, interrogastes, ao espelho, os seios? Tão tolos os teus seios!
Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!S
seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em desesperadas, quarentonas lágrimas…
Seios fortes como os da Liberdade-Delacroix-guiando o Povo.
Seios que vão à escola p’ra de lá saírem
Direitinhos p’ra casa…
Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes filhos alheios!
(...)Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.
(...)Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne.
Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser .
Alexandre O’Neill
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