Por uma questão de sanidade mental não costumo ler os posts do nuno serras pereira. O pobre homem há muito perdeu a noção da realidade e merece a nossa piedade silenciosa. No entanto, sei que assina umas croniquetas num blogue engraçadíssimo de tão irracional, que depois são disseminadas na net por algumas obscuras redes católicas.
Um destes dias veio-me parar às mãos - ou seja à caixa de correio electrónico - uma historieta panfletária que parece uma pagela das testemunhas de jeová, em que se relata, em tom de telenovela mexicana, a perseguição feita, à porta de uma clínica, de mulheres fragilizadas, que, ao abrigo da lei vão interromper a gravidez.
Eu percebo que alguns padres se preocupem em haver o maior número possível de crianças desvalidas e indesejadas. Até porque e expressão "vinde a mim as criancinhas" ganhou novos contornos desde a publicidade aos casos encobertos de pedofilia na igreja.
E se é certo que a sociedade como um todo deve dar o maior apoio às mulheres grávidas, a prevenção do aborto não se faz com perseguições abjectas e propaganda estúpida. As historietas da Leonor e do amiguinho invisível parecem saídas de uma banda desenhada hardcore, asim como o patrulhamento de uma qualquer talibãnica brigada da moral .
Eu, que os últimos dez anos tenho ajudado tanta gente em dificuldade com crianças pequenas, eu que defendo que o aborto deve ser prevenido com educação para a saúde e liberdade, dei por mim ultimamente a rejeitar por sistema e até com indignação a mendicidade das associações ditas próvida.
Pois tenho a forte convicção que os donativos de tanta gente ingénua não servem directamente para ajudar mulheres em dificuldades mas para alimentar propagandas e umbiguismos de parasitas sociais entregues à caridadezinha. Ou, neste caso, entregues ao Stalking de mulheres vulneráveis. È simplesmente nojento.
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