O Vaticano esclareceu, recentemente que o Papa Bento XVI não pode doar qualquer órgão após a sua morte, apesar de ter cartão de dador.
A questão é eminentemente simbólica – ninguém no seu perfeito juízo iria colher órgãos de um octogenário doente com graves problemas cardíacos, hipertensão and so on. Papa ou não, nunca seria efectivamente dador - ainda em vida, os seus orgãos já têm lesões irreversíveis.
No entanto a restrição de um papa ser dador de orgãos é também uma questão eminentemente prática e nada teológica. Um papa é um símbolo, uma espécie de pop star. Imaginem que Elvis Presley tinha doado os seus orgãos - haveria uma alucinada correria para disputar tudo até ser reduzido ao esqueleto.
A julgar pela papolatria que vigora em alguns nichos da cristandade, aconteceria o mesmo com o cadáver de qualquer papa que se declarasse dador, ainda que centenário e esburacado de velhice.
Aliás é esse o argumento da Vaticano: "Se órgãos do pontífice fossem doados, eles se tornariam relíquias em outros organismos caso o papa seja declarado santo."
E é para impedir estas insanidades, que o Vaticano adopta esta posição.Nada disto significa que a Igreja católica seja contra a doação de orgãos, muito pelo contrário . A Igreja católica é favorável e aprova a doação de orgãos humanos. O próprio teólogo cardeal Ratzinger afirmou publicamente, em 1999, que andava sempre com o seu cartão de dador para encorajar as pessoas a doar órgãos, considerando-o «um acto de amor».
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