Uma das explicações para o Papa ter utilizado o exemplo do prostituto (presume-se que homossexual) e não de uma prostituta (heterossexual), pode ter uma interpretação profundamente perversa.
De facto a utilização de preservativos por homossexuais não constitui um método contraceptivo, pelo que , formalmente, a aceitação da sua utilização neste caso concreto não colide com a moral católica sobre contracepção.
A ser assim, a posição papal, aparentemente inovadora, seria de um escândalo tenebroso. Em primeiro lugar por considerar que as mulheres prostitutas nunca se podem proteger com o uso do preservativo, visto que estariam a fazer contracepção, algo completamente interdito em qualquer circunstância. Ou seja, as mulheres, mesmo correndo o risco de serem infectadas e morrerem, ou mesmo correndo o risco de gerarem crianças seropositivas, condenadas à doença e morte, nunca poderão ter acesso à prevenção do preservativo, porque é um meio contraceptivo eficaz.
Haveria então um duplo padrão de moralidade, que beneficiaria os homens homossexuais em detrimento das mulheres heterossexuais.
Haveria então um duplo padrão de moralidade, que beneficiaria os homens homossexuais em detrimento das mulheres heterossexuais.
Esta interpretação é de tal forma tenebrosa e imoral que me parece inaceitável face à ética católica mais básica. Pelo que não pode de todo ser aceite.
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