Ser mulher judia hà dois mil anos era valer um pouco menos que um animal de carga. A função das mulheres nestas comunidades rurais era basicamente a mesma dos animais domésticos - trabalho duro, de subsistência no campo ou em casa, satisfação sexual dos machos, e obviamente, parir novas crias. O valor da fêmea humana era bastante próximo do valor das vacas - quantas crias produziam, a qualidade das crias e a quantidade de trabalho árduo que os seus corpos podiam suportar. As violações eram frequentes, tão frequentes que a salvaguarda eram os códigos de honra ligados à virgindade da fêmea, com punições como a lapidação.
Uma menina nascida na galileia, em condições de pobreza extrema, se sobrevivesse à doença, fome e aos espancamentos da infância, sabia que aos nove ou dez anos era entregue pelo pai a um homem dez, vinte ou trinta anos mais velho, que a forçaria a ter relações sexuais constantes. Sabia o que a esperava, gravidezes repetidas. Sabia que, se sobrevivesse aos horrores de partos sucessivos e abortos, poderia chegar no máximo aos trinta, quarenta anos no meio da brutalidade e pobreza.
Sabia que pouco poderia esperar do seus filhos, mal passada a frágil barreira da primeira infãncia.
Os rapazes , assim que chegasse à puberdade rapidamente lhe falariam com o desprezo devido às mulheres, as filhas, ainda meninas, seguiriam o seu trilho de escravatura animal.
Por tudo isto, é particularmente inquietante e basicamente revolucionário o protagonismo que Jesus dá às mulheres nos relatos do Evangelho
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