Estávamos num encontro, mais ou menos informal, sobre direitos humanos. Discutia-se a crise dos grandes lagos e o genocídio de populações inteiras, na guerra civil interminável. Na altura, um jornalista recém-chegado dos campos de refugiados discutia as opções possíveis no meio dos meandros políticos de uma guerra civil, com um pragmatismo frio e no meio da frase afirmou - "nenhum de nós quer ser santo"...
Foi então que ela levantou a mão:
- Eu quero.
- Queres o quê?
- Ser santa. Todos os dias me esforço por isso.
A afirmação deixou-nos todos meios embaraçados. Até porque ela não era propriamente uma beata roufenha e solteirona como essas que pululam na net a vomitar ladainhas, mas uma mulher pequenina, com uma energia contagiante, belíssimo sorriso. Rimos todos do embaraço e continuámos a reunião, que nada tinha ver com santidade, mas a gora que vejo à distância, talvez tivesse...
Lembrei-me hoje disso porque li o que um triste fundamentalista religioso escreveu online sobre o ecumenismo e sobre a falta de santidade de quem o vive.
Ela já morreu - acabou por perder a luta contra a leucemia ( e como ela lutou!!), deixou um filho pequeno e um marido destroçados, mas tenho a certeza de que era santa.
Foi então que ela levantou a mão:
- Eu quero.
- Queres o quê?
- Ser santa. Todos os dias me esforço por isso.
A afirmação deixou-nos todos meios embaraçados. Até porque ela não era propriamente uma beata roufenha e solteirona como essas que pululam na net a vomitar ladainhas, mas uma mulher pequenina, com uma energia contagiante, belíssimo sorriso. Rimos todos do embaraço e continuámos a reunião, que nada tinha ver com santidade, mas a gora que vejo à distância, talvez tivesse...
Lembrei-me hoje disso porque li o que um triste fundamentalista religioso escreveu online sobre o ecumenismo e sobre a falta de santidade de quem o vive.
Ela já morreu - acabou por perder a luta contra a leucemia ( e como ela lutou!!), deixou um filho pequeno e um marido destroçados, mas tenho a certeza de que era santa.
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