sexta-feira, novembro 27, 2009

Das mortes

Uma amiga telefonou-me aflita. Quer ajuda para escrever "uma mensagem " na lápide da mãe. Escusado será dizer que a mãe da minha amiga é também um pouco minha mãe e que andava por aqui aos tropeções na angústia e na escrita até ler este texto.
Amar é dizer: quando estiveres a morrer, estarei lá contigo. Não te deixarei morrer sozinho, dar-te-ei a mão, o olhar, o corpo inteiro; é dizer: Não te deixarei morrer sem mais, vamos juntos até ao fim; dizer tão frágil, dizer que sabe que o rio do tempo se escoa, e que qualquer nada nos poderá separar, ferir para sempre; e que o fim é também e sempre um acto solitário, que se vive e morre sempre sozinho – ou com Deus, para dizê-lo de outro modo."

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