- Consistently, animals who are more socially stressed by the dominance hierarchy show indices of hyperactivity of the GC system. This includes elevated basal levels of GCs, the enlarged adrenal glands that accompany such increased secretion, a sluggish GC stress response in the face of a major homeostatic challenge, and impaired sensitivity of the system to negative feedback regulation (Sapolsky 2005:651).
Unstable hierarchies, hierarchies in which dominant individuals must repulse many challenges, and cooperative breeding systems tend to stress high-ranking individuals. Low-ranking individuals are relatively stressed (compared to high-ranking individuals) in societies with low social support for subordinates and with nonviolent intimidation by dominants.
According to the review, chronic stress has many negative health effects, including:
hypertension
increased cholestorol and associated plaques
inhibition of fertility and reproduction in males via suppression of testosterone
reduction in fertility and reproduction in females via delayed maturation, anovulatory cycles, accelerated senescence, and reductions in estrogen and progesterone
suppression of immunity
neurobiological changes
Sapolsky RM. 2005. The influence of social hierarchy on primate health. Science 308:648-652Sapolsky RM. 2005. The influence of social hierarchy on primate health. Science 308:648-652
domingo, novembro 30, 2008
Stress em primatas
sábado, novembro 29, 2008
Stress e estatuto social em primatas
Os primatas de baixo estatuto apresentam o sistema imunitário mais fragilizado como consequência de maiores níveis de stress e maior vulnerabilidade a doenças graves, incluindo respiratórias.
Por outro lado,a menor presença de arteroesclerose e doenças coronárias em machos primatas dominantes é subvertida se esses machos dominantes estiverem numa situação permanente de instabilidade social em que o seu estatuto é perturbado ou frequentemente ameaçado de forma completamente imprevisível ou aleatória, como se pode ver aqui.
Stress em primatas
1 - O nível de stress, avaliado pelas dosagens hormonais dos marcadores biológicos do Sress ( Adrenalina e cortisol) está directamente relacionado com o grau que cada macaco ocupa na hierarquia social do grupo.
2 - Estes níveis são substancialmente mais elevados nos macacos que ocupam os estratos sociais mais baixos e que são sujeitos com frequência a comportamentos de violência, agressão e privação.
3 - Estes macacos apresentam níveis elevados de arterosclerose quendo comparados com macacos da mesma idade e de estrato social superior ( machos dominantes).
Ouseja, mais do que uma experiência cognitiva ou comportamental, o impacto do stress é sobretudo biofisiológico. e relativo às relações sociais.
quarta-feira, novembro 26, 2008
Tienen derecho a la vida
Y una sociedad democrática, una sociedad como la nuestra, no se puede permitir que la violencia contra las mujeres sea algo normal. No nos podemos permitir que pase de generación en generación.
Solo desde el esfuerzo compartido haremos del tiempo un aliado, no un lastre. Es necesario que sumemos nuestras voces para que se convierta en una sola que grite “basta ya”.
terça-feira, novembro 25, 2008
Os profs Geração rasca
Sairam dos bancos de faculdade e entraram para o sistema de ensino do outro lado - são agora professores do ensino básico e secundário.
Uma carreira tentadora - em boa verdade a única carreira do sistema público ou privado onde TODOS os trabalhadores podem chegar automaticamente ao TOPO DA CARREIRA, sem um único momento de avaliação formal.
È normal que se amotinem se alguém lhes impõe um nível mínimo de exigência.
Os prós e contras de ontem foi elucidativo - os professores não querem ser avaliados. Ponto.E os que querem ou concordam com o processo de avaliação, calam-se com medo, sofrem coacções, ameaças veladas.
Os restantes vieram para a rua aos gritos contra a Ministra (também era uma ministra) como faziam quando não queriam pagar propinas.
Usam os mesmo cânticos de guerra, os mesmo slogans adolescentes, as mesmas caricaturas, os mesmos insultos, a mesma lengalenga de boémia bebedeira.
Agora a luta é a mesma - querem uma passagem administrativa para o topo da carreira.
Com rabos à mostra se preciso for.
A tradição ainda é o que era
Ora aqui está uma boa recomendação que todos devem seguir religiosamente.
Um orgasmo por dia, nem sabem o bem que lhes fazia...
Acordar na cidade
Todos ainda dormem quando fecho a porta devagarinho, é ainda muito cedo, este pedaço da manhã é para mim, como um presente que me é oferecido e que me dou o ensejo de usufruir. Respiro o pálido amrelo das primeiras folhas que rumorejam a relva, a luz é completamente cristalina com este frio. Na relva do jardim ficou congelado o respirar da noite que estala agora sob os meus pés.
Tenho mesmo ao lado da minha casa o melhor jardim do mundo, com tílias, plátanos e bétulas, pegadas de crianças, matilhas de cães guiados por donos cegos-ao-fim-do-dia ( é possível que durante o dia vejam, à noite parecem todos perdidos na penumbra enquanto são arrastados pelos cães), tenho escorregas de todas as cores, velhinhos translúcidos a fazerem o jogging matinal, teans a ensairam os primeiros beijos húmidos nos intervalos das aulas, rosas, muitas rosas que teimam em abrir em alturas improváveis do ano, tenho um baloiço onde, aos domingos de manhã, os meus filhos mais novos se perdem em solilóquios ondulados.
Tenho tudo, portanto.
domingo, novembro 23, 2008
Um texto que gostaria de ter escrito
Mas o mais digno de atenção, por mais revelador, foi o mais singelo: essa visão do mundo, da vida e da espécie que vem embrulhada na ideia de que, em democracia ou ditadura, "se está". Pois, nós bem sabemos. Mas é uma abordagem que sulca ondas melindrosas. Porque pressupõe distância e alteridade. A democracia não se vive e frui, como a ditadura não se sofre. Numa e noutra, está-se. Como quem diz: a gente nasce e logo vê. Logo vê o modelo de organização social e política em que nos foi dado viver. Paridos, olhamos em volta: se há liberdade, melhor, mas, se não há, a gente governa-se. Porque isso da liberdade, ou falta dela, é um dado. É um adereço rígido da própria Criação, entendida esta como tudo o que está - ou seja, tudo o que sempre foi, ligeiramente alterado pelos poucos menos e mais que a humanidade, laboriosamente, lá foi conseguindo introduzir. É contingência, é circunstância, e nada podemos (ou nos cumpre) fazer contra o que nos transcende e formata"
Delírio erotomaníaco
A doença mental tem destas coisas e a fantasia dos frustrados não tem limites.
Agora, que estes delírios sejam publicadas como se fosse um artigo sério e moralizador.....
sábado, novembro 22, 2008
sexta-feira, novembro 21, 2008
terça-feira, novembro 18, 2008
Oração da Tarde
O homem sem cara encosta-se à parede como uma sombra. Não é apenas a mutilação no rosto, o rasto da cirurgia invasiva a desmontar o perfil do queixo, nem sequer a cicatriz que lhe corrói a face esquerda, nem as sobrancelhas sem pelos a adivinhar as sessões de quimio escondidas pudicamente pelo boné xadrez.
O que me inquieta no homem é este gesto de se encostar à parede, um gesto de tristeza infinita de animal acossado, um corpo todo escondido do olhar alheio, a vontade obscura de se anular, de se afundar na sombra, de se encolher em si mesmo até à transparência. E é este gesto, de abandono absoluto, de solidão absoluta, que me dá uma imensa vontade de rezar, numa proximidade de transfiguração da nossa humanidade.
Rezo por ele enquanto desço os dez pisos do hospital na direcção do carro. Não por ser doente, não pela mutilação da cara, nem sequer pela fragilidade do corpo contra a parede.
Rezo porque há qualquer coisa de sagrado neste sofrimento obscuro, qualquer coisa que nos leva a inclinarmo-nos interiormente face ao indizível e a clamar amor, não para mim mas para um outro desconhecido.
Heil nelinha
Reino na Noruega
segunda-feira, novembro 17, 2008
As Fábulas teresianas
1 - Se Inália usasse a pílula não haveria lugar a este post na melhor tradição de Telenovela mexicana.
2 - Se a pietista Tété acreditasse mesmo que o aborto era um infanticídio, em vez ficar a rezar tercinhos quando a amiga planeava matar uma criancinha, tadinha, tinha corrido para a polícia para a denunciar e impedir o facto.
Não só não o fez como não tencionava denunciar a Inália à polícia caso tivesse abortado.
Logo, nem a Teresinha acredita que o aborto é um infanticídio, nem é a favor da aplicação do direito penal a estas situações.
A não ser que a Teresinha já tivesse planeado uma visita da sua amiguinha Inália à prisão, onde deveria ter cumprido pena de três anos de prisão efectiva, tenho para mim que a Tété que votou SIM na despenalização da IVG antes das 10 semanas.
3 - Chamar a uma criança Flávia Alexandra é castigo suficiente.
domingo, novembro 16, 2008
Liliana
Fico um pouco perplexa quando o vejo, disse-me Liliana, a empurrar a madeixa que lhe esconde o olhar. Parece-me velho e gasto, magríssimo, barba por fazer, a brincar com os três garotos, sem que uma única gargalhada rebente à distância. Como um cão abandonado, penso, sempre que o olho com o coração apertado, que é o mesmo que dizer como um homem abandonado.O mesmo lombo curvado, um não sei quê de desmazelo no pelo, na pele, os olhos que eram de oiro - juro que eram - colados nas órbitas à custa de muito esforço. Reparo agora que os olhos - eram doirados - lhe vão caìr da cara e rolar no chão como um artifício inútil.
Quando se cruza comigo sei o que pensa. O mesmo silêncio de antigamente quando todas as coisas eram possíveis e um enleio adolescente nos proibia as palavras.
Um ligeiro arfar de lombo, à espera de uma festa ou a antecipar um pontapé, não sei.
"Se soubesse inventar cegos, fazia-os dormir sob rimas de jornal algures nas proximidades de um cais, numa cidadecomo a nossa, rasgada por cursos de gente e água. Aí, poderiam montar um estabelecimento, após o pagamento e a espera na fila, diria ao cliente quanta destruição vem de saber o dia em que se viu o pai chorar e desconhecer como pode um cigarro fumado por outros, numa cozinha da nossa infância, influir na felicidade futura ou ignorar outro modo de a tosse ser hereditária. Uma vez acomodado num banco de três pés, o cego poderia passar a explicar como uma partida dura, não até ao dia do regresso, mas até ao dia da morte seja de quem partiu, seja daquilo que ficou, porque aquilo que se abandona não muda nunca a menos que se abandone mal: a menos que se volte já com outro peso nas costas, as esperanças inversas (o que querias de diferente para os teus quando foste, entendes hoje que será melhor que não tenham tido, para que recebas à chegada a mesma desarrumação doméstica, lenços sujos ou braços mal abertos).
O nosso excelente cego serviria ainda para outros efeitos, faria um traço no chão com a biqueira do sapato bom para manter o silêncio por mais alguns instantes, silêncio que interromperia depois, abruptamente, para se confessar um ser prosaico e diagonal que, como tal, não pode fazer senão versos ou esperar que, na cama de jornal onde dorme sozinho,(e já alguém esteve acompanhado numa cama?) possa vir a ter mais do que monólogos constrangedores, mais do que conforto amargo de saber que nada de nobre merece ser estragado para poesia. Ele que até nem tem nada de nobre,infeliz depositário das incertezas de terceiros ..." Colhido aqui.
Radicalmente amoroso
O ponto de partida da espiritualidade de Jesus, a experiência de Deus como Abba, incluía a consciência de que Deus era um pai amoroso para todos os seres humanos. Deus ama e perdoa todos os homens, mulheres e crianças de forma incondicional. Era com esta convicção que Jesus se aproximava das pessoas do seu tempo. Embora fosse um crítico radical da sociedade em que vivia, Jesus não julgava ninguém. Nunca o encontramos a fazer sermões de moral, a procurar bodes expiatórios ou a imputar culpas fosse a quem fosse.(...) Ao subverter o conceitos do seu tempo, Jesus rejeitava qualquer forma de religião legalista ou moralista.
Albert Nolan, Jesus Hoje
Crimes contra as mulheres
Jesus o relativista
Albert Nolan - Jesus Hoje
sábado, novembro 15, 2008
Do luar
Está lá fora uma lua capaz de engolir o mundo.
Reminiscências
O cartaz foi concebido para o Dia Mundial contra a Violência de Gênero, dia 25 de Novembro. E a polémica está online, com os excitados do costume, com( ou contra?) o simbolismo do crucificado no feminimo.
Que melhor símbolo para uma mulher vitimizada?
Se fosse eu, usava este slogan:
Este é o meu corpo, tomai e abusai.
Este é o meu sangue, tomai e bebei.
Rad Trads versus Obama
Ou seja, como diz a Tradição popular portuguesa,Vozes de Burros não chegam aos céus.
Rito Moçárabe
Ainda hoje, este Rito, muitíssimo mais antigo e Tradicional que o Rito Tridentino, é mantido vivo em algumas comunidades hispânicas.
Resta dizer que a Sé Velha é a mais bela das Igrejas de Portugal.
Portanto, os saudosistas por rituais e música medieva assim como os interessados em Turismo Religioso podem ter a alegria de assistir a um espectáculo interessante.
Mais logo comentarei sobre o evento.
sexta-feira, novembro 14, 2008
A convicção delirante
intimidade, por uma espécie de força sobrenatural ou por certezas
absolutas que só ele pode conhecer. Sente-se possuidor de saberes
singulares que lhe chegam transportados por forças estranhas ao
eu. O paciente adquire subitamente a convicção de que certos
factos ocorreram, embora tal ocorrência seja de todo absurda e
inverosímil aos olhos do observador. (aqui)
quinta-feira, novembro 13, 2008
Caricaturas
Adélia Prado
À flor da pele
Gosto da minha pele assim, duma brancura excessiva, feita de abraços.
És fofinha como uma nuvem, disse-me uma vez o meu filho mais novo.
Foi o elogio mais macio que algum dia me deram.
Fatal
impertinentes como limões novos.
Eu pareço uma atriz em decadência,mas, como sei disso,
o que sou é uma mulher com um radar poderoso.
Por isso, quando eles não me vêem
como se dissessem: acomoda-te no teu galho,
eu penso: bonitos como potros.
Não me servem.
Vou esperar que ganhem indecisão.
E espero.
Quando cuidam que não,estão todos no meu bolso."
Adélia Prado
Comprei um caderno novo.
Da brancura das linhas, desliza o lápis com a suavidade de uma patinadora sobre o gelo. Acetinado o papel no carvão, há uma euforia física no tropeçar das letras, como um rodopio. Apetece-me escrever coisas inúteis, esboçar esquissos.
Às vezes faço pequenos pontilhados entre os textos como formigas em crochet.
Não tem muito que saber: o escorregar da tinta até me nascerem palavras.
terça-feira, novembro 11, 2008
Delírios Místicos
Características essenciais:
1. A pessoa apresenta uma convicção extraordinária, uma certeza subjectiva praticamente absoluta. A sua crença é total e para ele não se pode colocar em dúvida a veracidade de seu delírio.
2. É impossível a modificação do delírio pela experiência objetciva, por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos, plausíveis e aparentemente convincentes. Assim, diz-se que o delírio é irremovível, mesmo pela prova de realidade mais cabal.
3. O delírio é um juízo falso, o seu conteúdo é impossível. No entanto, alguns conteúdos delirantes podem basear-se em factos reais.
Indicadores da gravidade:Kendler e colaboradores propuseram uma série de dimensões ou vectores da atividade delirante, que seriam indicadores da gravidade do delírio:
Convicção: Até que ponto o paciente está convencido da realidade de suas idéias delirantes.
Extensão: Em que extensão as idéias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do paciente.
Bizarria: Até que grau as crenças delirantes se distanciam das convicções culturalmente compartilhadas por seu grupo social de origem, o quanto seu delírio se distancia da “realidade consensual”.
Desorganização: Até que ponto as idéias delirantes são consistentes internamente, têm uma lógica própria e em que grau são sistematizadas.
Pressão: O quanto o paciente está preocupado e envolvido em suas crenças delirantes.
Resposta afectiva: O quanto as suas crenças delirantes abalam ou tocam afectivamente o paciente.
Comportamento desviante: De que forma o delírio condiciona o compoertamento da pessoa.
Aqui.
segunda-feira, novembro 10, 2008
António Gedeão
O efeito Obama
domingo, novembro 09, 2008
Da Tradição
"As divisões internas por causa do «Summorum Pontificum» põem muitos ainda mais em atitude de defesa. De resto, os tradicionalistas comportam-se cada vez mais como um saco de gatos. Os blogues tradicionalistas deixam bem clara esta situação. Outro aspecto curioso é notar que a esmagadora maioria dos escritos da blogosfera tradicionalista é para dizer mal disto e daquilo. Fica-se com a forte impressão que nada de positivo os move; apenas o «contra». Por exemplo, são raríssimos os temas de fundo de espiritualidade. Cada um escolhe os seus «inimigos de estimação» e toca a debitar «posts», libelos, anátemas e insultos. E, não raro, uns contra os outros. A fragmentariedade de «subpertenças» e «fidelidades» e a forma como se guerreiam é outro sinal de que algo está mal nesta «Dinamarca» tradicionalista... Também não ajuda nada o estilo beligerante, tantas vezes associado ao facto de muitos tradicionalistas mais radicais serem «ex» qualquer coisa: ex-protestantes (é o caso de Msr. Williamson), ex-carismáticos, etc... "
Para além desta pobreza intelectual, da falta de formação teológica e de uma reactividade adolescente, os tradicionalistas estão ligados a coisas bem mais obscuras, que revelam no mínimo uma intensa instabilidade emocional.
“(..)estive em contacto com pessoas que se viriam a revelar absolutamente detestáveis ou simplesmente dispensáveis, de tal forma pode ser o engano de as saber somente nesta via blogosférica.Desses indivíduos tradicionalistas, com quem me cruzei em e-mails e conversas online, poucos me suscitam hoje algum sentimento de confiança. Todos, ou quase na totalidade, acabaram por revelar patologias desconcertantes nos diálogos que mantivemos. Entre elas, a mais frequente foi sempre a da pretensão de criar conflito, muitas vezes partindo do nada como pretexto, como que em estranho culto da controvérsia pela controvérsia. E todo o mal fosse esse, não viesse por arrasto a gravidade de algumas querelas que me assaltaram a caixa de correio eletrónico e mesmo o telefone pessoal. Intrigas, mal-entendidos, confusões nas intenções de parte-a-parte, suspeitas que seriam evitáveis... linhas de privacidade quebradas por um mútuo acordo que veio trazer o maior arrependimento! Não bastavam as pequenas discordâncias nas minúcias teológicas e doutrinárias - as que, de certa forma, continuam a não nos permitir melhores acordos para partir à acção. Não! Vi-me confrontado com os mais loucos enredos, mentiras, mexericos quanto baste e maquinações contra irmãos de armas. O resultado? Meia dúzia de mentes esclarecidas perdendo tempo em questiunclas pessoais, que em tudo acabavam por fugir ao essencial, envolvendo terceiros, quebrando o direito ao bom-nome e a não ver a vida difamada, julgada, caluniada, investigada e colocada sob suspeita, como a minha”.
O que corrobora o meu juízo sobre o tema e os seus protagonistas.
Manifs
Ponho-me a escutar as mensagens dos professores na manif e não percebo.
Parece que único problema é a avaliação. Outros falam de burocracias e papeis entre lágrimas. Continuo sem perceber o motivo da contestação.
Sendo professores, seria de esperar um discurso mais estruturado que chegasse aos pais e alunos. Nada. Entretanto, o ambiente lembra-me vagamente (mais uma vez) o cortejo da queima em fim de festa.
Nota de rodapé - O PP fez um comentário sobre o tema em verso - uma quadra de rima perfeita. Ridículo.
sábado, novembro 08, 2008
Hope
A roupa da mulher segundo os Rad Traps
Rad Trads , castidade e roupas
53 e 59, que seguem na íntegra, numa tradução portuguesa.
XXIV: 31 "Diz às crentes que baixem os olhos e observem a continência, que não mostrem os seus ornamentos; que cubram o peito com seus véus e não mostram os seus atractivos, a não ser aos seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus enteados, seus irmãos, seus sobrinhos, às mulheres suas servas, ou aos escravos ou servos varões sem desejos carnais, ou às crianças que não ligam à nudez das mulheres; que não agitem os seus pés enquanto andam, para que não chamem à atenção sobre seus ornamentos ocultos."
XXXIII: 59 "Ó Profeta, diz a tuas esposas, a tuas filhas e às mulheres dos crentes que se cubram com as suas mantas; isso é mais conveniente, para que distingam das demais e não sejam molestadas."
Os motivos que os islâmicos adiantam para o uso do véu são vários. Um primeiro grupo de razões prende-se com a função simbólica da roupa. A mulher propriamente vestida mostraria ser uma muçulmana devota, portanto casta, e daria a entender que o seu marido e os seus parentes masculinos são homens de virtude (ver Alcorão Sura XXXIII, versículo 59). A roupa ajudaria a afastar o "pecado", dela e dos homens que vai encontrar. De acordo com este raciocínio, o véu ou a burka servem para evitar o assédio sexual e para ajudar a manter a castidade, até o casamento. Protege contra o risco de transgressão de normas sexuais.
O mal tem origem na mulher, já que estaria sujeita a pecar por vaidade e ciúmes. É no comportamento dela que se deve procurar as causas de assédio sexual e de actividade sexual ilícita. Desde 1978 no Paquistão, inúmeras mulheres foram presas, acusadas de violação, e isso porque, ao apresentar uma queixa de violaçãoo, elas próprias são consideradas cúmplices e adúlteras".
sexta-feira, novembro 07, 2008
Aqui
Não trouxe sombras, não há maresias.
Há namorados enovelando beijos à beira rio,
os beijos estendem-se tentacularmente ao sol
até os envolver numa névoa fina,
o arfar do coração em frases fátuas.
Estou sentada na relva
e os meus namorados beijam-me à beira rio.
Não trouxe sombras, não trouxe nada.
Plátanos antigos povoam as margens de pontes.
Vermelho e doirado é o meu outono.
A insustentável leveza
Parámos num posto fronteiriço abandonado, o arame farpado enferrujado e as guaritas das metralhadoras fitavam os campos, fitavam-nos a nós, completamente inúteis, saímos do carro e o silêncio era absoluto.
Um silêncio carregado de sangue antigo e histórias por contar.
- Vamos - disse eu ao meu amor. Já vimos tudo.
O efeito Palin
Fica-se na dúvida sobre qual será a origem do fascínio por uma candidata presidencial que não fazia a menor idéia de que África não é um país, e que , depois das explicações , perguntou ao staff da campanha de John McCain se a África do Sul era só uma região desse país .
quinta-feira, novembro 06, 2008
dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite
enumera o que lhe sobejou do adolescente
rosto turvo pela ligeira náusea da velhice
conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho que lhe devolve
um sorriso tamanho do medo
dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura, nenhuma alegria
nenhum ofício cantante
o tenha convencido
a permanecer entre os vivos
Al Berto
quarta-feira, novembro 05, 2008
Tão católicos chic que nós somos e tão a favor da vida e assim...
"Dar aos idosos 80 euros é um ultraje e um insulto porque eles, diabéticos, vão beber cerveja e comer doces e serão roubados pelos filhos",
afirmou Maria José Nogueira Pinto ao manifestar-se contra o apoio do Estado a idosos.
E agora com licença que vou ali respirar fundo antes que vomite.
Cidades globais
Assim de repente, as mais minhas: Paris, Barcelona, New York, Praga, Kinshasa, Coimbra, Veneza. Deixo outras para trás onde já estive também, não com menos maravilha mas com muito menos da minha história.
Da política
Ao ver em directo, a tacanhez, a mesquinhice e a pobreza do discurso dos nossos debates parlamentares, o pequeno do psd a esbracejar, o paulinho das feiras, ligeiramente mais gordo, a fingir ares de pose de estado, o nosso PM a debitar frases desastrosas de dirigentes do PSD, não posso deixar de pensar quão longe está a política como arte nobre de serviço à comunidade.
Lições americanas
1 - Seria possível hoje ao filho negro de um imigrante caboverdiano ser Presidente da República em Portugal?
2 - Seria possível em Portugal um discurso de derrota eleitoral, após uma refrega política intensa, com o nível do discurso de Maccain?
terça-feira, novembro 04, 2008
Born in the USA
O ideário da direita moderna em Portugal
Na altura em que o Banco do PSD se aterra entulhado de dívidas e burlas de todo o tipo e em que os mais empedernidos liberais clamam em altos brados pela intervenção estatal, acho que Marx se está a rir silenciosamente na tumba.
segunda-feira, novembro 03, 2008
Defuntos
Ontem lembrei-me dos meus mortos. Tenho a felicidade de ter uma colecção muito pequena de mortos, os avós, algumas tias velhíssimas, um padrinho, uma amiga que me morreu aos 16 anos.
Dos meus mortos descobri mais tarde coisas inimagináveis, por exemplo, descobri que a minha avó dançava muito bem num velho filme do casamentos dos meus pais. Descobri muitas outras coisas - como os gestos encantatórios da minha tia a pentear o cabelo negro ou a fazer uma radiosa trança nas manhãs de domingo, como um ritual; ou o meu avô a chorar sozinho no quarto, assolado não sei porque fantasmas; sobre a amiga que me morreu, nunca se soube se de asfixia acidental se de suicídio, fiquei a perceber que talvez não houvesse mesmo grandes caminhos para ela e que os sonhos que a esperavam estavam noutro lado.
Lembro-me que no dia em que ela morreu eu vinha do liceu para casa e tive uma súbita necessidade de lhe falar. É daquelas coisas estranhas - às vezes um rosto amigo assoma-nos à memória de uma forma muito intensa e pensamos que temos recados súbitos e conversas para dizer.
Não tivemos. Quendo cheguei a casa a minha mãe esperava-me muito aflita. A paula tinha morrido durante a noite, asfixiada.
Os meus mortos estão agora muito vivos, muito próximos, onde quer que estejam encontraram a luz final do seu verdadeiro rosto, uns dançam pela eternidade, outros penteiam os longos cabelos, outros choram lágrimas de alegria, outros cantam...
sábado, novembro 01, 2008
Rankings das escolas
O arrastão explica com grande clareza a questão da mistificação dos rankings nas escolas.
Mas a imagem vale mais que mil palavras.
Sociologia pura
Apenas uma pequena nota de pesquisa sociológica - grande parte dos pesquisadores da palavra "putedo" são dos catolicissimos Norte de Portugal e Madrid.