sábado, março 31, 2012
segunda-feira, março 26, 2012
Notícias dos cismáticos
Têm até 15 de Abril para responder ao ultimato ( paciente, diga-se em abono da verdade), ou seja, para dizerem que aceitam o Concílio Vaticano II. Até o Bux lhes suplica que se salvem, numa carta emocionada.
Mas os cismáticos já responderam pela voz do nazi Williansom- "uma profissão de fé comum” entre a FSSPX e aqueles que crêem no Vaticano II não é possível" .
Tem razão o velho nazi - não é uma fé comum.
Por isso os lefebvristas excitados com a promessa da prelatura, continuem com a medicação neuroléptica.
O cisma não caiu, o cisma não cairá.
Mas os cismáticos já responderam pela voz do nazi Williansom- "uma profissão de fé comum” entre a FSSPX e aqueles que crêem no Vaticano II não é possível" .
Tem razão o velho nazi - não é uma fé comum.
Por isso os lefebvristas excitados com a promessa da prelatura, continuem com a medicação neuroléptica.
O cisma não caiu, o cisma não cairá.
sexta-feira, março 23, 2012
Milagres
"Il y a des actes monstrueux dont la finalité a pour objet d’opposer les juifs aux musulmans et les musulmans aux juifs : c’est peut-être ce qu’a voulu le monstre qui a commis ces actes », a mis en garde le grand rabbin de France Gilles Bernheim, tandis que Richard Prasquier, président du Conseil représentatif des institutions juives de France, soulignait la volonté de concorde entre les deux communautés : « C’est dans les épreuves que l’on forge des vraies relations. Plusieurs responsables musulmans ont exprimé leur répulsion vis-à-vis des actions de ce terroriste ; il est hors de question de faire l’amalgame entre l’islam, une religion parmi d’autres sur le territoire français, et des expressions terroristes qui sont un danger pour notre république ».
L’épreuve renforce les relations judéo-musulmanes
Hoje
"No canto do quarto
a sombra tocou a sua pequena flauta.
Foi então que me lembrei de cisternas e medusas
e do brilho mortal da praia nua"
Sophia de Mello Breyner
a sombra tocou a sua pequena flauta.
Foi então que me lembrei de cisternas e medusas
e do brilho mortal da praia nua"
Sophia de Mello Breyner
Estar vivo
Estar todo inteiro no momento que ocupamos com o nosso corpo. É difícil ter esta lucidez permanente debaixo da pele. `È difícil esta ingenuidade construída.
Porque sou contra o acordo ortográfico
"Diga-se que cada língua poderá ser definida como um modo especializado de interromper o silêncio. E sendo o silêncio de reis é de um modo geral igual ao silêncio de conchas ou de vieiras, já o modo como esse silêncio é interrompido varia brutalmente. A esta brutalidade mais ou menos organizada em sintaxe , ortografia e palavreado, que interrompe de modo civilizado, o oxigénio e o nevoeiro, a isso chamamos língua."
Gonçalo Tavares in Viagem à India, Caminho, 2010
O velho
As mãos enormes do velho afagam a tarde. Aqui e ali, um sorriso esburacado perturba a infinitésima fracção da beleza.
Dói-lhe o olhar, que é coisa diferente de apenas ver.
Dói-lhe o olhar, que é coisa diferente de apenas ver.
quinta-feira, março 22, 2012
Arritmias
Ontem , durante a noite
acordei afogada no meu próprio coração.
Sei agora o que sentem os náufragos
sugados para o abismo
Mas amanhece ainda
ao longe os cedros
o barulho silencioso do rio
rosa, cinza claro, lilás, branco-pérola
restos da palidez das casas
o meu coração bate agora mansamente
sem sobressaltos ou afogamentos
- quanto tempo dura o arfar dos afogados a boiar nas águas
antes de serem sugados para o abismo?.
a quietude adensou-se numa tonalidade
inteiramente nova.
acordei afogada no meu próprio coração.
Sei agora o que sentem os náufragos
sugados para o abismo
Mas amanhece ainda
ao longe os cedros
o barulho silencioso do rio
rosa, cinza claro, lilás, branco-pérola
restos da palidez das casas
o meu coração bate agora mansamente
sem sobressaltos ou afogamentos
- quanto tempo dura o arfar dos afogados a boiar nas águas
antes de serem sugados para o abismo?.
a quietude adensou-se numa tonalidade
inteiramente nova.
Poesia das mães
as mães envelhecem muito devagar
à sombra da nossa meninice
apascentam gatos
colos por explicar
cheiros a sopas e cremes torrados
sopram arranhões e joelhos esfolados
e andam em passos cada vez mais curtos
à medida que sobem as escadas dos anos
as mães envelhecem sobretudo à tarde
mas se lhes espreitarmos os olhos
ainda encontramos as raparigas cantadeiras
que embalavam os nossos sonhos.
à sombra da nossa meninice
apascentam gatos
colos por explicar
cheiros a sopas e cremes torrados
sopram arranhões e joelhos esfolados
e andam em passos cada vez mais curtos
à medida que sobem as escadas dos anos
as mães envelhecem sobretudo à tarde
mas se lhes espreitarmos os olhos
ainda encontramos as raparigas cantadeiras
que embalavam os nossos sonhos.
quarta-feira, março 21, 2012
A crueldade humana não tem limites
Achei esta notícia assombrosa. Uma crueldade humana tão mesquinha na sua pequenez, na sua proximidade de vizinhança perversa.
Ricardo Araújo Pereira no Brasil
Foi triste. Muito triste. Ver o Ricardo Araújo Pereira a sabujar-se num progama brasileiro. Por causa dos cifrões. Por causa das audiências. A cena de comer três pudins seguidos não teve piada.Notou-se o esforço incomodado e tenso de Ricardo, quase enjoativo. Como um caõzinho a apresentar um número de circo. Jõ Sores foi condescendente demais.
E eu fiquei triste pelo Ricardo.
E eu fiquei triste pelo Ricardo.
terça-feira, março 20, 2012
segunda-feira, março 19, 2012
No matter how much women prefer to lean, to be protected and supported, nor how much men desire to have them do so, they must make the voyage of life alone, and for safety in an emergency they must know something of the laws of navigation.(...)The talk of sheltering woman from the fierce sterns of life is the sheerest mockery, for they beat on her from every point of the compass, just as they do on man, and with more fatal results, for he has been trained to protect himself, to resist, to conquer. Such are the facts in human experience, the responsibilities of individual. Rich and poor, intelligent and ignorant, wise and foolish, virtuous and vicious, man and woman, it is ever the same, each soul must depend wholly on itself.
Whatever the theories may be of woman's dependence on man, in the supreme moments of her life he can not bear her burdens. Alone she goes to the gates of death to give life to every man that is born into the world.(...)
Such is individual life. Who, I ask you, can take, dare take, on himself the rights, the duties, the responsibilities of another human soul?
Elizabeth Cady Stanton, "The Solitude of Self", 1892
domingo, março 18, 2012
sábado, março 17, 2012
Alerta
Les ultras-catholiques ont-il pris le dessus sur les catholiques ?
È preciso estar atento para que isto não aconteça.
È preciso estar atento para que isto não aconteça.
Ultimato aos cismáticos e o cisma inevitável
El papa Benedicto XVI ha dado un último plazo a los integristas de la comunidad San Pío X, refractarios a los postulados del Concilio Vaticano II, que según él respondieron de forma insatisfactoria a su propuesta de reintegración en la Iglesia católica.
El pasado septiembre el Vaticano entregó a la comunidad San Pío X, fundada por el francés Marcel Lefebvre y separada de Roma desde 1988, un documento llamado "preámbulo doctrinal", y pidió al grupo que lo estudiara y lo aceptara. La comunidad integrista respondió en enero a ese documento, pivote de una posible reintegración en la Iglesia católica.
Este viernes, el Vaticano consideró que la posición de la Fraternidad "no es suficiente para superar los problemas doctrinales que se encuentran en el origen de la fractura", según una carta que el cardenal William Levada, prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe, entregó al superior general de los lefebvristas, Bernard Fellay. Sin embargo, Levada dejó una ventana abierta al invitar a Fellay a "aclarar su posición, para reducir la fractura existente, tal y como desea Benedicto XVI", todo con el objeto de "evitar una ruptura eclesial de consecuencias dolorosas e incalculables".
El portavoz del Vaticano, Federico Lombardi, precisó a la prensa que el plazo concedido para esa aclaración es de "alrededor de un mes, lo que nos lleva a mitad de abril".
O cisma torna-se inultrapassável. Depois de duas horas de encontro no Santo Ofício.
De resto a esperada nomeação do novo Prefeito para a Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Ludwig Müller, bispo de Regensburgo, torna esta cisão ainda mais irreversível.
De resto a esperada nomeação do novo Prefeito para a Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Ludwig Müller, bispo de Regensburgo, torna esta cisão ainda mais irreversível.
sexta-feira, março 16, 2012
Comunhão de católicos recasados
In principle the church bars divorced and remarried Catholics from the reception of communion, but in concrete situations it can and should act pastorally, like a caring head of a household. The Austrian bishops’ letter put it this way: “According to the traditional practice of the church, [divorced and remarried Catholics] cannot participate in the full sacramental life, except when there are special circumstances that in each individual case will need to be clarified further in a conversation with an experienced priest.”
In a document of the Vienna priests’ council, Auxiliary Bishop Helmut Krätzl then defined some concrete conditions and guidelines for special circumstances—a kind of pastoral checklist for experienced pastors. These guidelines encourage confessor priests to admit remarried divorced Catholics to the sacraments:
• When the first marriage has been dissolved for a significant enough time that a reconciliation is no longer realistic.
• When the person, if he or she played some part in the dissolution of the first marriage, has repented of his or her actions and tried, insofar as possible, to make amends for them.
• When a later marriage has proven itself over a longer period as a moral reality with new obligations toward the partner and, possibly, children born to this marriage, so that dissolution of this second relationship would destroy a moral good and create additional damage.
• When this second marriage has shown clear signs of a faith life, such as personal religious practice (prayer, participation in worship, etc.) and conscientious religious education of the children.
• When under these conditions, remarried divorced people, with sincere religious motivation, ask to be admitted to the sacraments.
• When such permission would not create a scandal in the parish community
This approach reflects what many great theologians said decades ago, including Karl Lehmann, Walter Kasper, and Joseph Ratzinger, all of whom were cited by Krätzl. Today two of them are cardinals and one of them is the pope. Clearly there are good and weighty theological reasons to expand to the church worldwide the kind of practice the Austrian bishops provided for in their pastoral letter.
In a document of the Vienna priests’ council, Auxiliary Bishop Helmut Krätzl then defined some concrete conditions and guidelines for special circumstances—a kind of pastoral checklist for experienced pastors. These guidelines encourage confessor priests to admit remarried divorced Catholics to the sacraments:
• When the first marriage has been dissolved for a significant enough time that a reconciliation is no longer realistic.
• When the person, if he or she played some part in the dissolution of the first marriage, has repented of his or her actions and tried, insofar as possible, to make amends for them.
• When a later marriage has proven itself over a longer period as a moral reality with new obligations toward the partner and, possibly, children born to this marriage, so that dissolution of this second relationship would destroy a moral good and create additional damage.
• When this second marriage has shown clear signs of a faith life, such as personal religious practice (prayer, participation in worship, etc.) and conscientious religious education of the children.
• When under these conditions, remarried divorced people, with sincere religious motivation, ask to be admitted to the sacraments.
• When such permission would not create a scandal in the parish community
This approach reflects what many great theologians said decades ago, including Karl Lehmann, Walter Kasper, and Joseph Ratzinger, all of whom were cited by Krätzl. Today two of them are cardinals and one of them is the pope. Clearly there are good and weighty theological reasons to expand to the church worldwide the kind of practice the Austrian bishops provided for in their pastoral letter.
Olhem como eles se amam
Por isso o comportamento deste padre foi motivo de escândalo, mas não o escândalo de que deveriam ser os católicos protagonistas.
Não é o escândalo evangélico do "olhem como eles se amam", mas o escándalo farisaico do "olhem como eles são cruéis".
Além disso, os filhos receberam uma carta de desculpas da arquidiocese , lamentando que " o que o que deveria ter sido uma celebração da vida de sua mãe ... foi ofuscado por uma falta de sensibilidade pastoral".
Bispos
Não me apetecem dissertações teológicas, mas aqui fica o meu registo de admiração pelo Bispo do Porto, D.Manuel Clemente. Uma inteligência brilhante, uma cultura incomum, uma atitude pastoral de serenidade, conciliação, o cultivar do espírito evangélico na senda do Concílio Vaticano II. È um pastor no verdadeiro sentido das palavras - próximo das pessoas, disponível, atento ao mundo que o rodeia. Irradia esperança, nestes tempos em que a esperança é tão precisa como o pão para a boca.
quinta-feira, março 15, 2012
O Século da criança
Um acidente de autocarro que provocou a morte de dezenas de crianças lançou uma onda de luto e compaixão em toda a Europa.
Nunca como hoje a vida das crianças foi tão valorizada. Nunca na história da humanidade a infãncia foi tão cuidada, investida e amada pelos pogenitores, pela comunidade e pelo Estado. A drástica baixa de mortalidade infantil associada ao controlo eficaz da natalidade ( nos países desenvolvidos) tornou as crianças o centro da vida familiar e comunitária. Se o século XX foi o século de descoberta da criança e da sua promoção, o século XXI vai acentuar esta tendência.
Nunca como hoje a vida das crianças foi tão valorizada. Nunca na história da humanidade a infãncia foi tão cuidada, investida e amada pelos pogenitores, pela comunidade e pelo Estado. A drástica baixa de mortalidade infantil associada ao controlo eficaz da natalidade ( nos países desenvolvidos) tornou as crianças o centro da vida familiar e comunitária. Se o século XX foi o século de descoberta da criança e da sua promoção, o século XXI vai acentuar esta tendência.
terça-feira, março 13, 2012
Quaresma
Nunca consegui perceber porquê mas as prisões estão cheias de místicos. Quanto mais grave o crime, maior a probabilidade de uma epifania redentora. Hoje estive com um devoto homicida que escreve textos místicos de uma doçura fantástica e passa longas horas a ler a bíblia. lembra-me Merton, como se o espaço onde habita fosse um convento.Devoto até à medula, de uma calma extrema, quando sai do seu silêncio faz afirmaçãoes apaixonadas sobre a felicidade no coração de Deus.
Matou a avó à pancada, mas, neste momento, o mais importante é garantir que ás sextas.feiras não lhe dão carne âs refeições. Durante a Quaresma, claro.
Matou a avó à pancada, mas, neste momento, o mais importante é garantir que ás sextas.feiras não lhe dão carne âs refeições. Durante a Quaresma, claro.
Ismael o cigano
Ismael olha-me com os seus olhos de anjo quando o chamo pelo nome.Não está habituado que o tratem assim - com ternura. Os imensos olhos azuis pestanejam de incrudelidade enquanto escolhe as sapatilhas.
sexta-feira, março 09, 2012
Antes de ser pessoa
È possível que num futuro próximo se venha dar o estatuto de pessoa a categorias diferentes desse conceito.
*Uma das hipóteses são os animais não humanos serem equiparados ao humanos em termos de direitos fundamentais.
*Uma das hipóteses são os animais não humanos serem equiparados ao humanos em termos de direitos fundamentais.
Aos vencidos da vida
Vivemos no tempo mais extraordinário da história da humanidade. Pela primeira vez na história humana a tecnologia e o conhecimento científico quebraram as barreiras da morte - estamos a envelhecer rapidamente em todo o planeta, graças ao aumento inacreditável da esperança de vida.
Em apenas um século vivemos o dobro - passámos dos quarenta aos oitenta anos. Para termos a noção de quão extraordinária é esta conquista seria o mesmo que daqui a cem anos, em média, todas as pessoas acharem ser expectável viver 160 anos. Ao envelhecimento populacional - uma conquista do século XX - junta-se a explosão demográfica. Nunca, na história da humanidade houve tantos seres humanos, e a velocidade com que a população começou a crescer desde o iníco do século passado ( sobretudo a partir da década de 50/60 é absolutamente vertiginosa. Ou seja, em termos leigos, multiplicamo-nos como coelhos a ponto da nossa espécie estar a fazer uma enorme pressão ecológica no planeta e a destruír os recursos disponíveis.
Mesmo assim, a bomba malthusiana ainda não estilhaçou o planeta. Em parte porque os avanços tecnológicos permitiram que a partir dos anos 70/80 do século XX, a agropecuária aumentasse sua produtividade para níveis nunca vistos e sobretudo porque o controle eficaz da natalidade está ater alguns efeitos positivos na "bomba demográfica".
Mesmo assim, a bomba malthusiana ainda não estilhaçou o planeta. Em parte porque os avanços tecnológicos permitiram que a partir dos anos 70/80 do século XX, a agropecuária aumentasse sua produtividade para níveis nunca vistos e sobretudo porque o controle eficaz da natalidade está ater alguns efeitos positivos na "bomba demográfica".
Por último a revolução das tecnologias da informação a partir da década de 90 do século XX trouxe duas revoluções inacreditáveis - um mundo global, em permanente conexão, e o conhecimento acessível para todos.
Portanto, o mundo desenvolvido do século XXI é assim - extremamente populoso, altamente urbanizado, com recursos extraordinários da ciência e da tecnologia, com baixas taxas de natalidade e de mortalidade, em conexão e com acesso directo a todas as formas de conhecimento e erudição.
Ou seja, somos imensos, somos mais saudáveis e felizes, somos mais altos, vivemos mais. Somos mais cultos, mais iguais, mais letrados e solidários, com uma consciência global que nunca aconteceu na nossa história.
Tempos fascinantes.
Reescrever a Tradição
"Un ejemplo fácil es lo que hacía Ratzinger en la citada explicación del credo, para interpretar el “descenso a los infiernos” de Jesús tras su muerte como “bajada a la soledad radical”. En el antiguo catecismo de Ripalda se hablaba, en plural, de “los lugares a donde van las almas que no entran en el cielo” y, después de mencionar infierno, limbo de los niños y purgatorio, se citaba en cuarto lugar el llamado “limbo de los justos” o “seno de Abrahán”. Con la muerte de Cristo, decía, el alma se separó de su cuerpo, llevado al sepulcro, y unida a su divinidad “bajó al Seno de Abrahán a dar alegría con su presencia a aquellos bienaventurados varones de la antigüedad (sic: para el Ripalda, por lo visto, no había mujeres santas en la antigüedad)”, que esperaban su advenimiento. Ratzinger no lee literalmente esta tradición, pero no quiere perderse su riqueza simbólica y explica el “descenso a los infiernos” como la bajada de Jesús a la soledad radical del afrontamiento de la muerte -real y no fingida- como la máxima soledad humana. “Nos recuerda este artículo del credo, dice, que el silencio de Dios es parte de la revelación”. Relaciona Ratzinger el grito de Jesús en la cruz con la oración en el Huerto de los Olivos, y subraya lo lacerante de la pasión como soledad radical, peor aún que la misma pasión física. “La muerte es soledad absoluta, es una puerta por la que hemos de pasar solos, se comprende que el Antiguo Testamento tenga solamente una misma palabra, sheol, para designar muerte e infierno”. Tras este esfuerzo de reinterpretación, concluye así el teólogo bávaro: “Este artículo quiere decir que Cristo atravesó el umbral de nuestra última soledad, que en su pasión descendió a los abismos de nuestro abandono. Y que allí, en ese abismo al que no llega ninguna voz, allí está Él presente para superar el infierno y la muerte. La muerte, que era infierno, deja de serlo. Hay vida más allá de la muerte, porque el amor mora en ella. Ahora ya solamente hay infierno allí donde hay encerramiento en sí mismo... Las puertas del sheol se han abierto con la muerte de Cristo”. Aquí tenemos un ejemplo claro de revisión de una creencia y recreación del imaginario simbólico que la expresaba. Ha quitado la cal con que pintaron el techo de la iglesia románica para descubrir las pinturas ocultas del fresco; lo ha hecho, por cierto, con cuidado de no cargarse el fresco y nos ha redescubierto su riqueza. "
quinta-feira, março 08, 2012
Antes de ser pessoa
"Pois se já era claro que o zigoto humano não é homem em acto, os novos conhecimentos levam a afirmar que ele não é sem mais, "homem em potência", já que não o é senão "EM POTÊNCIA CONDICIONADA". Durante as suas primeiras fases, no embrião não existe (sequer) uma potencialidade univocamente especificada. De facto, à individualização de um novo ser humano pertencem duas propriedaders - a propriedade da unicidade - qualidade de ser único - e a propriedade da unidade - realidade positiva que a distingue de toda a outra, isto é, um ser só. Ora existe uma ampla evidência experimental que demonstra que estas duas propriedades fundamentais não estão definitivamente estabelecidas no novo ser em desenvolvimento antes de terminar a nidação. "
Anselmo Borges (2003) Corpo e Tarnscendência, Fundação Eng António de Almeida, Porto
O Senhor dos passos
Todos os dias a mulher passeia o marido cego.
Às nove horas, mais coisa menos coisa, chegam ao meio do parque, ele agarrado a ela, pelo antebraço, ela meticulosa e solícita como quem passeia um cão.
Passeiam debaixo do murmurar das folhas dos ulmeiros, para cá e para lá, durante trinta minutos, até a sincronia dos passos sincopados se tornar insuportável.
O que há de extraordinário neste par não é a pontualidade diária, nem o esgar entediado e rígido do homem cego, nem sequer o contraste da mulher trintona com a face escalavrada do deficiente.
O que há de extraordinário neste par é a mais absoluta e aguda tristeza, a repetição mecânica do percurso debaixo dos ulmeiros, sem um som, uma gargalhada, um múrmúrio, o esboço de um sorriso.
A mulher arrasta o homem como quem arrasta a cruz, e o homem, crucificado na sua cegueira, deixa-se arrastar como quem cumpre o calvário.
quarta-feira, março 07, 2012
Alegria
Hoje foi uma tarde de íntima e laboriosa vigilância, uma alegria simples, violenta como hà muito não sentia.
Um dos preventivos veio dar-me uma flor amarela ( um gladíolo), numa súbita brusquidão, sem mais palavras. Agradeci com um gesto olhado.
Quando cheguei ao carro nova surpresa - uma chuva de pétalas de flor-de-pessegueiro cobria o chão e o pára-brisas. Como se as brisas rosáceas tivessem mesmo parado por ali.
Quando cheguei ao carro nova surpresa - uma chuva de pétalas de flor-de-pessegueiro cobria o chão e o pára-brisas. Como se as brisas rosáceas tivessem mesmo parado por ali.
Marcelo começou a campanha
Acabei de ver Marcelo Rebelo de Sousa num programa televisivo juvenil de grande audiência. Fantástico, simplesmente. Se há algum político em Portugal capaz de ser um agente catalizador e mobilizador da sociedade portuguesa é Marcelo Rebelo de Sousa. Vai ser um excelente Presidente da República,
terça-feira, março 06, 2012
A mercantilização da vida
"A sociedade de consumo implica a troca das relações entre pessoas pelas relações entre pessoas e coisas. Ao invés de suprir necessidades, os objetos de consumo criam-nas incessantemente, e o investimento pessoal neles é tão intenso quando os temos como quando não os temos. Shoppings Centers provêem a visão fantasmagórica de uma teia de relações sociais que são iniciadas e finalizadas em objetos. O capital, sempre ansiando por lucratividade, está agora submetendo à lei do mercado produtos que sempre consideramos muito usuais (água, ar) ou muito pessoais (privacidade, convicções políticas) para serem comercializados. Entre acreditar que o dinheiro é o mediador universal e acreditar que tudo pode ser feito para obtê-lo está um passo muito curto. Os poderosos dão esse passo todos os dias sem que nada lhes aconteça. Os despossuídos, que pensam que podem fazer o mesmo, acabam nas prisões."
Boaventura Sousa Santos
Uma questão de Justiça
Mario Monti, primeiro-ministro italiano quer que a Igreja passe a pagar IMI pelos seus edifícios que não estejam envolvidos em actividades religiosas, tal como qualquer proprietário, tendo informado a Comissão Europeia a sua intenção de apresentar uma emenda para a isenção fiscal desfrutado pela igreja.
Até agora bastava que as lucrativas escolas, clínicas e hotéis propriedade privada da instituição eclesiástica tivessem uma pequena capela para automaticamente ficarem isentos de IMI.
Em Portugal não estão isentos de IMI os imóveis destinados pelas entidades canónicas a uma actividade comercial com fins lucrativos, assim como os imóveis ou a parte de imóveis, afectos a lares de estudantes ( com fins lucrativos)-
È uma questão de Justiça.
Até agora bastava que as lucrativas escolas, clínicas e hotéis propriedade privada da instituição eclesiástica tivessem uma pequena capela para automaticamente ficarem isentos de IMI.
Em Portugal não estão isentos de IMI os imóveis destinados pelas entidades canónicas a uma actividade comercial com fins lucrativos, assim como os imóveis ou a parte de imóveis, afectos a lares de estudantes ( com fins lucrativos)-
È uma questão de Justiça.
segunda-feira, março 05, 2012
Pressupostos absurdos - conclusões monstruosas
"Deve reconhecer-se a coerência da tese: entre o embrião, o feto e o recém- nascido não há uma diferença de natureza, qualitativa ou substancial"
Pedro Vaz Patto, a propósito de um artigo que defende a legalização do infanticídio.
Pedro Vaz Patto, a propósito de um artigo que defende a legalização do infanticídio.
A santa família tradicional
Ainda ninguém falou nos riscos, para as crianças, da adopção por casais heterossexuais.
Mas que existem , isso existem.
Mas que existem , isso existem.
sábado, março 03, 2012
Este Governo não é para velhos
Para pessoas no limiar da pobreza ou da sobrevivência - que é o que acontece com a maoir parte dos velhos em Portugal - basta às vezes uma ligeira degradação do nível de vida ou de prestações sociais para haver um impacto dramático na morbilidade e motalidade.
Este Governo, com a sua política cega e obsessiva de cortes aleatórios em prestações sociais - não por causa do acordo com a troika, mas por convicção ideológica - está a lançar milhares de velhos para condições de vida infra-humanas.
Este Governo, com a sua política cega e obsessiva de cortes aleatórios em prestações sociais - não por causa do acordo com a troika, mas por convicção ideológica - está a lançar milhares de velhos para condições de vida infra-humanas.
A mortalidade em flecha deste ano explica-se por isto - a redução da comparticipação em medicamentos fundamentais (que leva a que muitos velhos deixem de fazer a medicação cardíaca ou para a diabetes); o aumento da taxas moderadoras que reduz o acesso aos cuidados de saúde, o preço das vacinas da gripe ( o que explica uma taxa tão baixa de cobertura de população de risco); o aumento do custo de bens essenciais ( há velhos desnutridos e a passar forme, o que reduz a suas defesas); o aumento do custo da electricidade que impede os idosos de terem aquecimento num Inverno espacialmente frio, os cortes nos transportes de doentes que levam a que tantos velhos tenham dificuldade em fazer hemodiálise ou quimioterapia. E depois, há algo mais insidioso que grassa nas nossas comunidades no último ano. Um sentimento vago de desistência, de desesperança e de ausência de futuro.
Um dia destes um homem de 75 dizia-me que tem a sensação que estes políticos estão à espera que a velhada morra toda para não terem de lhes pagar as reformas e os cuidados de saúde.
Começo a pensar que tem razão e que a esta hora já há jovens turcos com máquinas de calcular a avaliar quanto é que esta intensa mortalidade de velhos vai poupar ao Orçamento de Estado de 2012.
Misoginia
Há homens profundamente perturbados com a feminilidade. Além de uma eventual homossexualidade latente ou recaldada, há muitas vezes nesses homens misóginos/machistas de pacotilha uma insegurança inconsciente face à sua própria virilidade. O que os leva a sentirem-se ameaçados face a mulheres adultas - ou seja, pessoas autónomas, inteligentes e com a fortaleza própria das mulheres. A misoginia é a outra face deste penoso medo de castração.
Raúl explica-me este ódio ao feminino (e ao feminismo) como uma componente simbólica de um movimento regressivo mais fundo. Uma fixação anal não ultrapassada, um medo atávico de ser agredido, o fantasma da vagina devoradora de pénis tão flácidos e tão frágeis.
Mas isso é a explicação do meu colega Raúl, que é neofreudiano de convicção.
Eu fico-me pela explicação óbvia da misoginia. Falta de tomates, mais nada. Os gajos que odeiam mulheres são uns cagarolas.
Amor de mãe
O meu amigo é um tipo tímido, atrás do cachecol cinzento que usa enrolado como uma mantilha. Acabei de beber umas cervejas com ele e a descoberta é sempre a mesma. Está no meio de um documentário sobre o stress post traumático relacionado com a guerra em que portugal andou metido durante décadas e que esfrangalhou uma geração.
"Amor de mãe" vai ser o título do trabalho, como as tatuagens pirosas em forma de coração que os soldados usavam para lembrar a mãe esquecida num aldeola qualquer enquanto eles eram atirados para morrer num pardieiro de fim do mundo. A bem da nação. Ele fala-me da tatuagens da pele e das tatuagens da alma, os riscos cartilaginosos da guerra debaixo da pele, a dor que nunca passa e lhes tirou para sempre o sono, a paz e a crença na sua própria humanidade.
"Amor de mãe" vai ser o título do trabalho, como as tatuagens pirosas em forma de coração que os soldados usavam para lembrar a mãe esquecida num aldeola qualquer enquanto eles eram atirados para morrer num pardieiro de fim do mundo. A bem da nação. Ele fala-me da tatuagens da pele e das tatuagens da alma, os riscos cartilaginosos da guerra debaixo da pele, a dor que nunca passa e lhes tirou para sempre o sono, a paz e a crença na sua própria humanidade.
Amor de mãe parece-um belo nome.
sexta-feira, março 02, 2012
A flexibilidade da ortodoxia
"This is the thrilling romance of Orthodoxy. People have fallen into a foolish habit of speaking of orthodoxy as something heavy, humdrum, and safe. There never was anything so perilous or so exciting as orthodoxy. It was sanity: and to be sane is more dramatic than to be mad. It was the equilibrium of a man behind madly rushing horses, seeming to stoop this way and to sway that, yet in every attitude having the grace of statuary and the accuracy of arithmetic. The Church in its early days went fierce and fast with any warhorse; yet it is utterly unhistoric to say that she merely went mad along one idea, like a vulgar fanaticism. She swerved to left and right, so exactly as to avoid enormous obstacles."
Gilbert K. Chesterton
Às vezes é difícil
"Ouviram o que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que matar alguém terá de responder em julgamento. Mas eu digo-vos mais: Todo aquele que se irritar contra o seu semelhante terá de responder em julgamento; aquele que insultar o seu semelhante, chamando-lhe "imbecil", será julgado pelo tribunal; e aquele que lhe chamar "estúpido" merece ir para o fogo do inferno. Por isso, quando fores ao templo levar a tua oferta a Deus, se te lembrares que o teu semelhante tem alguma razão de queixa contra ti, deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro fazer as pazes com o teu semelhante. Depois, volta e apresenta a tua oferta a Deus."
O sangue dos mártires
Durante o periodo mais negra da ditadura Argentina de extrema direita, os esquadrões da morte cometeram terríveis crimes contra a humanidade.
Entre os desaparecidos e torturados, defensores da liberdade, democracia e direitos humanos havia milhares de católicos. As igrejas esvaziavam-se de crentes - milhares de catequistas e outros, desapareceram. Os cristãos desenvolveram nas suas liturgias uma maneira dramática de celebrar a sua fé, esperança e resistência. Durante a liturgia, lia-se em voz alta a lista dos “desaparecidos” e, a cada nome, alguém se levantava para dizer “Presente!”. Os “desaparecidos” estavam presentes no seu nome e na sua dignidade únicos, e cada um tinha ainda a sua voz, através das suas irmãs e irmãos dedicados. A congregação retirava força e coragem destas pessoas para continuar a construir o reino de Deus, apesar do risco de tortura e de morte violenta.
Journée Mondiale de Prière des femmes
La Journée Mondiale de Prière des femmes est un mouvement international de femmes issues de toutes confessions chrétiennes. Le mouvement organise chaque année, dans le monde entier, le premier vendredi de mars, une “Journée de Prière”. Elle est célébrée à ce jour dans 170 pays différents. Chaque année, des femmes d’un pays et d’un continent différents préparent la célébration, choisissent les textes et rédigent les prières.
La devise du mouvement est “S’informer, prier, agir”.
S’informer implique rencontre et dialogue. Chaque année, un effort est fait pour découvrir la vie des femmes du pays qui a préparé la journée. Cela exige l’étude de sa géographie, de son histoire, de sa culture, de sa situation économique, de son système éducatif et de ses religions. Une attention particulière est consacrée à la condition et à l’action des femmes de ce pays.
Prier exprime et enrichit l’échange spirituel entre femmes d’origines et de cultures différentes, sur le fondement de la foi chrétienne dans ce qu’elle a de plus œcuménique.
Agir se concrétise par un geste de solidarité en direction des femmes du pays qui ont préparé la célébration. Les offrandes recueillies lors des célébrations permettent de soutenir des associations et des mouvements chrétiens qui œuvrent pour le respect et la promotion des droits des femmes et pour la formation des femmes et des enfants.
O òpio de Dona Rafaela
Todas as tardes Dona Rafaela sai para o jardim, com a amiga Miquelina. Andam muito juntas, como duas irmãs siamesas saídas da escola.
Hoje traz um chapéu branco de ráfia, de abas largas, que lhe cobre parte dos óculos, sob o qual piscam, impiedosos, dois olhinhos de sexagenária míope. Um camisolão enorme, de fundo branco, desce-lhe em pregas até às coxas. Dona Rafaela não percebe nada de moda e Micaela não lhe diz que o camisolão branco com desenhos geométricos garridos a fazem parecer uma matrona descomunal. Na mão trazem livrinhos e pagelas que vão distribuindo aos transeuntes - velhos casais sentados nos bancos de jardim, mulheres ansiosas que passeiam cães, adolescentes de calças caídas que fumam ensolarados cigarros. Dona Rafaela tem a pele muito branca de loira antiga e carrega pulseiras de várias cores que tilintam à medida que saracoteia os braços. De vez em quando metem conversa com quem encontram no jardim . Falam de coisas estranhas, o reino de deus, o fim do mundo, a morte que se avizinha e a escolha dos eleitos.
Desde que foi arrebanhada pelas testemunhas de Jeová que Dona Rafaela remoçou - ouvem-se as suas gargalhadas jardim fora, estuga o passo cheia de genica a perseguir donos de cães arrastados pela trela, mete-se com velhos pasmados ao sol e até pintou o cabelo de castanho arruivado na cabeleireira do bairro. Sim, que a apresentação também conta pra proclamar o reino de deus. A religião é mesmo o òpio do povo
quinta-feira, março 01, 2012
È simples
A mensagem de Jesus é bastante simples. Qualquer criança de escola compreende os seus ensinamentos. A lei, em Jesus , é também muito simples, porque não é sequer lei - não há jugo, mas liberdade. E resume-se a uma frase:
"Façam aos outros tudo o que desejariam que eles vos fizessem. Aqui está o essencial da lei e do ensino dos profetas." Jesus de NAzaré
"Façam aos outros tudo o que desejariam que eles vos fizessem. Aqui está o essencial da lei e do ensino dos profetas." Jesus de NAzaré
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