Para pessoas no limiar da pobreza ou da sobrevivência - que é o que acontece com a maoir parte dos velhos em Portugal - basta às vezes uma ligeira degradação do nível de vida ou de prestações sociais para haver um impacto dramático na morbilidade e motalidade.
Este Governo, com a sua política cega e obsessiva de cortes aleatórios em prestações sociais - não por causa do acordo com a troika, mas por convicção ideológica - está a lançar milhares de velhos para condições de vida infra-humanas.
Este Governo, com a sua política cega e obsessiva de cortes aleatórios em prestações sociais - não por causa do acordo com a troika, mas por convicção ideológica - está a lançar milhares de velhos para condições de vida infra-humanas.
A mortalidade em flecha deste ano explica-se por isto - a redução da comparticipação em medicamentos fundamentais (que leva a que muitos velhos deixem de fazer a medicação cardíaca ou para a diabetes); o aumento da taxas moderadoras que reduz o acesso aos cuidados de saúde, o preço das vacinas da gripe ( o que explica uma taxa tão baixa de cobertura de população de risco); o aumento do custo de bens essenciais ( há velhos desnutridos e a passar forme, o que reduz a suas defesas); o aumento do custo da electricidade que impede os idosos de terem aquecimento num Inverno espacialmente frio, os cortes nos transportes de doentes que levam a que tantos velhos tenham dificuldade em fazer hemodiálise ou quimioterapia. E depois, há algo mais insidioso que grassa nas nossas comunidades no último ano. Um sentimento vago de desistência, de desesperança e de ausência de futuro.
Um dia destes um homem de 75 dizia-me que tem a sensação que estes políticos estão à espera que a velhada morra toda para não terem de lhes pagar as reformas e os cuidados de saúde.
Começo a pensar que tem razão e que a esta hora já há jovens turcos com máquinas de calcular a avaliar quanto é que esta intensa mortalidade de velhos vai poupar ao Orçamento de Estado de 2012.
Sem comentários:
Enviar um comentário