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o coração oferece-se ao dia como um pássaro
sentimos-lhe o bater de asas sob as costelas
não é um músculo a sincopar contra os ossos
mas um pássaro,
as costelas são as grades da gaiola
e o pássaro é quente e vivo
da cor do sangue e dos sonhos
que querem estar
a infância regressa-nos ao colo
com o burburinho
vemo-nos crianças,
filhos do tempo de nós
a carregar sacos de memórias
em manhãs gélidas.
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