respiro a tarde
que mais posso fazer, agora que tudo posso já mas não ainda,
a mulher de peruca ruiva escura ri sem sobrancelhas, é assustadoramente forte , a mulher,
e diz-me que a espera mais uma sessão de quimioterapia.
conta que quando está triste telefona a uma amiga e sai por aí, vai ao café, conversa sobre as revistas do jet set, o sócrates que deixou a câncio a anda acomer a guta moura guedes para furor da madrinha, a outra, a moura guedes, dizeeeemm, a stephanie do monaco que está um caco, as cusquices ( é assim que se escreve?) no facebook,
nunca tiro a peruca em casa, diz-me ela, só na casa de banho com a porta fechada à chave, sem cabelo sinto-me nua, sem nada, uma careca, para dormir uso um lenço, comprei o mais bonito que encontrei, de seda, mas mal acordo, levanto-me da cama às escuras e ponho a peruca, tem esta franja é de cabelo natural, não posso pensar que estou doente.
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