Recomeçou a chuva, o laborioso entretecer da água sobre as casas.
O que há de bom na chuva é ser toda habitada por iridescências opacas até impregnar tudo numa fantasmagórica fuligem.
A chuva é tão súbita, não se compadece com impermeáveis fictícios, os pirilampos das cadeiras dos cafés endireitadas à pressa rente aos passeios, a fosforescência dos cactos do jardim, aquosas cristalizações do asfalto, os pequenos insectos coleccionadores de gotas.
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