domingo, junho 08, 2008

Encontros

Debaixo de um sol radioso, resolvi ler o Diário de Ethy, cujas linhas já tinha entrelido por aqui e ali. Um judia nazi morta num campo de concentração. Nada da escrita pueril de Anne Frank, mas uma escrita de um misticismo intenso e profundo próximo da poesia, uma busca obscura da paz num mundo onde o horror do nazismo estende as suas sombras. Ethy percorre esse estranho mundo com uma interioridade cintilante. Entre um aborto autoinduzido, um interrogatório na Gestapo, paixões, passando pela morte que adivinha inevitável, porque é judia, é um percurso interior e absolutamente extraordinário, o desta mulher de 27 anos que descobre a presença do indizível e o sentido da sua vida.

Morreu em Auschwitz, a 30 de Novembro de 1943 com vinte e nove anos.

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