terça-feira, dezembro 11, 2012

Pedofilia clerical em Portugal

Está um elefante na sala, mas ninguém fala. Refiro-me à falta de comentários blogueiros sobre o vice-reitor do seminário do Fundão, preso preventivamente por alegados casos de abuso sexual de menores. As queixas são numerosas e as alegadas vítimas rapazinhos menores seminaristas.
Porque ninguém comenta?
A beatagem benze-se,  compungida e assustada. Uns com pena do padre, um rapazola jeitoso e simpático, outros com medo que falem noutros casos por aí sussurrados. É que há uns tempos atrás dizia-se publicamente que não havia casos de abusos sexuais de menores em Portugal por padres. Ai não que não havia, basta relembrar o inefável padre frederico. Mas tudo caladinho, que é feio falar.
Porque ninguém comenta?
As aventuras sexuais nos seminários são recorrentes. Muitos dos candidatos a padres católicos são homossexuais mais ou menos assumidos que procuram  no celibato ou em comunidades masculinas sublimação ( ou não) da sua orientação sexual.
Uma certa recente inclinação estética novecentista com o revivalismo tridentino de saias e rendinhas fervilhantes veio abrir portas a mais aspirantes a padres com orientação homossexual. Daí que os problemas da homossexualidade ou da pedofilia tenham de repente vindo à tona nos seminários portugueses. E o do Fundão só foi falado publicamente porque há menores envolvidos
Porque ninguém comenta?
O modelo de seminários fechados em regime de internato,  com crianças e adolescente a montes, geridos e controlados  por homens adultos é um modelo problemático porque facilitador de contactos homossexuais mais ou menos permitidos, mais ou menos proibidos. A questão não está tanto nos contactos homossexuais, mas de estes envolverem menores e crianças, sem plena autonomia na autodeterminação na sua liberdade de comportamento sexual. Por outras palavras, porque são ambientes propícios ao abuso ou violação de menores.
Porque ninguém comenta?
Por medo. Só a atitude corajosa de alguns Bispos tem permitido que finalmente a Igreja olhe para o problema de frente.

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