segunda-feira, dezembro 17, 2012

Jonete e a falta de caridade

Há uma questão central contra a caridadezinha de  Jonet e de instituições como o BA.
 Ao contrário do que a senhora diz, o BA não representa em absoluto uma forma de caridade cristã.  O sentimento prevalente de quem recorre ao BA para comer ( ou a outras forma menos dignas de suprir as suas necessidades básicas) é  - a vergonha. O desconforto, a vergonha,  a humilhação  a sensação de indignidade. Por isso as pessoas omitem publicamente que pedem ajudas deste tipo. Não dizem alto ue foram ao banco alimentar buscar comida para os filhos.
Ora a caridade cristã, o amor oblativo por definição, não provoca nos seus alvos estes sentimentos de indignidade e de vergonha.
A esmola atirada, as migalhas do banquete empurradas para o chão dos esfomeados, o saco de comida levado ás escondidas para casa, servem para matar a fome imediata de comida, mas não servem para matar a forme de justiça e dignidade.   Não são, em absoluto,  caridade.
É verdade que a caridade cristã pode ser  simplesmente a resposta àquilo que, numa determinada situação, constitui a necessidade imediata: os famintos devem ser saciados, os nus vestidos, os doentes tratados para se curarem, os presos visitados, etc (Bento XVI).  Mas a caridade é sempre algo mais do que mera actividade logística ou superioridade moral face ás dificuldades alheias.
Deve ser dom de si mesmo, uma relação pessoal, a   promoção do outro. O respeito pela sua dignidade. E, sobretudo, a promoção da justiça social  e da solidariedade,  conceitos profundamente católicos.
Portanto quando a caridadezinha, serve para justificar e manter a injustiça, a desigualdade e a humilhação dos mais fracos,  isso não é caridade.
 Eu sei pouco destas coisas de economia. E  muitas vezes direi disparates com esta minha indignação face aos discursos políticos das Jonetes deste mundo. 

Mas espero que muito me seja perdoado, porque muito amo.

Amo, e isso é caridade.

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