"Conheço bem o género Isabel Jonet. O prazer que retiram de aplicar o
bem, não se imagina. O estatuto social que ganham no meio em que se
movem, é uma coisa que dá gosto ver. Então agora, quando podem agora
ajudar a classe média em decadência, a coisa melhora, dá para meter junto no saco do pacote de arroz o discurso moralista do eu em avisei que tu eras pobrezinho, vê lá se poupas agora e te remetes à tua condição de pobre de antigamente.
Com o aumento da pobreza e a evidente falência do estado social, Jonet
ainda lhe junta uma crítica ideológica à "solidariedade" que ela cola ao
Estado. É normal, à medida que engrossa a fila do banco alimentar, o
poleiro fica mais alto, pedem-lhe a opinião, dá entrevistas, coisa
impensável num país com bons indicadores económicos em que a pobreza é
um eterno ruído de fundo irrelevante. É "mais fria", a solidariedade do
Estado, diz Jonet. Preferem os climas quentes, este tipo de aves.
Preferem os sentimentos, compreende-se. O Estado existe porque todos
(enfim, quase todos) pagamos impostos. É desagradável pagar impostos. É
impessoal. Uma pessoa quando dá 1 euro de esmola sente-se bem, mas
quando dá 750 euros por mês de IRS, sente-se mal. É um facto."
Excelente post do Arrastão. A ler.
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