Não sei explicar isto, mas muitas vezes deus parece-me definitivo e inegável, como uma grande sombra translúcida sobre tudo onde o meu olhar assenta. Nessas alturas, deus nunca é grande nem sequer todo poderoso. Quando me encontra tem sempre uma delicadeza extraordinária, como um amante perdidamente apaixonado. Tão vulnerável.
Encontro-me nele sobretudo de madrugada, ao sentir o sopro das coisas, esse grande respirar que faz a existência do mundo e paira no rosto do meu adolescente adormecido.
Encontro-o sobretudo nos meus velhos, porque quando os olho descubro os meninos que foram mas que eu nunca tinha visto até agora , os sonhos, ou até a fome que ainda lá está.
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