Foi hoje de manhã. Num programa da RTP 1 Dona Solnado, de seu primeiro nome Alexandra, dedicou meia hora de espaço público de grande audiência a espalhar a sua mensagem divina. Se não estivesse tão assustadoramente cor de laranja - errada cor de fond de teint , exposição excessiva a um solário de bairro? - talvez levasse a sério a cantilena que mistura arcaísmos católicos, conversetas new age sobre campos energéticos e frases avulsas tiradas do livro "O segredo". O que é estranho não são as ideias delirantes da senhora Solnado (gente delirante é o que mais há), o que é misterioso para mim é que tal criatura ganhe a vida a vender livros de pacotilha, workshops transcendentais e consiga tempos de antena de publicidade grátis paga por todos nós.Talvez pelo nome do pai, um inteligente ateu que lhe abriu os portões mediáticos. A Dona solnado é particularmente irritante - uma mistura de santinha da ladeira com a astróloga Maya, mas com aquela arrogãncia muito especial de quem ouve a voz de deus. Dona alexandra esganiça-se um bocadinho a falar de verdades tão óbvias como os campos energéticos. E, ao seu lado, uma acólita fervorosa meneia a cabeça, de boca aberta.
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