sábado, maio 26, 2012

Cada um na sua

Parece que a "caminhada pela vida" correu mal. Meia dúzia de gatos pingados, e,  se descontarmos as criancinhas e adolescentes  obrigados pelos papás a irem à manif para comporem o ramalhete,  a coisa ainda era mais confrangedora. Mesmo tendo-se colado à  Maternidade Alfredo da Costa, para captarem simpatias de alguns distraídos ( já agora, um aproveitamento um bocadinho vergonhoso).
Então,  onde andavam os dez milhões de católicos portugueses  que se baldaram para a manif? 
È simples, andavam a caminhar pela vida. A fazer a verdadeira caminhada. A viver a vida. A autêntica. Que está dura, difícil mesmo. Pouco dada ao folclore e ao fundamentalismo religioso misturado com politiquices de direita.

4 comentários:

Iacobus conimbricensis disse...

Se eu ainda julgava que fosse católica, embora progressista e com uma visão limitada de Igreja, essa dúvida ficou esclarecida com este seu coméntário tristíssimo.

BLUESMILE disse...

Os seus julgamentos sobre a minha catolicidade não interessam nada
:)
Por uma razão muito simples - não tem capacidade para o avaliar.
Mas talvez fosse mais inteligente, em vez de falar da pretensa falta de catolicidade dos outros, explicar melhor porque considera o meu post tristíssimo.
Talvez porque a realidade que o posts relata é triste. O fundamentalismo católico ligado a ideologias políticas salazarentas é triste.
E são ainda mais tristes as manifestações com meia dúzia de gatos pingados ou abaixo-assinados á porta das missas, que ninguém quer assinar a pedir a criminalização de todas as formas de aborto em portugal.Tristíssimo.

Iacobus conimbricensis disse...

A catolicidade não é minha, nem sua. É NOSSA; é pertença a um corpo vivo, que é a Igreja (vivos e defuntos). Não se faz a análise de catolicidade sem ter por referência o Corpo. A Igreja é o que sempre foi, é o que é. Não é o que nós queremos fazer dela, ou o que achamos melhor para ela... Somos católicos na medida em que aceitamos na nossa vida, como verdade absoluta, a Fé em Jesus Cristo. Esta Fé implica a comunhão do Seu Corpo Místico: a Igreja. Esta comunhão é de Fé, de palavras, de actos e de obras. Esta Fé não se limita, na Igreja Católica, à Sagrada Escritura. Ela engloba toda uma história de Graça Pneumática de 2000 anos, em Tradição e Magistério.

Permita-me fazer uma comparação musical: a Igreja é como um cântico a várias vozes, onde, apesar da diversidade de sons, cada membro contribui para a harmonia de conjunto. Se alguma das vozes desafina, já não canta a mesma música. Canta uma outra e quebra a harmonia. O mestre de coro dar-lhe-á duas hipóteses: ou aprende a harmonia, ou terá de sair do conjunto. Ninguém está impedido de fazer as suas próprias composições musicais, mas daí a querer impô-las a todo o coro...

A Igreja Católica tem uma ética/moral deixada por Jesus Cristo, ou interpretada por NÓS (Igreja), com os auxílios do Paráclito que recebemos.

BLUESMILE disse...

Não tem toda a razão, a catolicidade não é nossa.
A catolicidade somos nós - cada um de nós. Somos igreja.

E o Mestre é só um. Que eu me lembre, é um Mestre doce, cuja lei é o Amor e a compaixão. E concordo ainda mais quando escreve que: ninguém está impedido de fazer as suas próprias composições musicais, mas daí a querer impô-las a todo o coro... Pior ainda é haver tanta gente a arvorar-se em "mestre de coro..." dos outros.
:))