sábado, maio 26, 2012

Caminhada pela vida

As tarefas que permitem a nossa humanitude são partilhadas por quase todas as religiões, por ateus e  não crentes. Acolher os estrangeiros ( nas suas várias versões desde ser um bom anfitrião até ser um bom samaritano), ser compassivo para com os fracos, ajudar os doentes, enterrar os mortos, respeitar o alheio, compadecer-se dos que sofrem, não provocar mal nem sofrimento aos outros, não mentir, buscar a verdade e a justiça. Esta intuição ética comum constitui o pressuposto básico que permite  a uma comunidade humana sobreviver. E,  neste lado do mundo onde nasceu a humanitude, à volta do Mediterrânio, a nossa matriz cultural grega é o que nos define.
"O vocabulário das nossas teorias e dos nossos conflitos políticos e sociais, do nosso atletismo e da nossa arquitectura, dos nossos modelos estéticos e das nossas ciências naturais permanece saturada de raízes gregas, em ambos os sentidos da palavra. «Física», «genética», «biologia», «astronomia», «geologia», «zoologia», «antropologia» são palavras derivadas directamente do grego clássico. Por seu lado, os nomes trazem consigo, tal como a própria «lógica», uma visão específica, uma cartografia particular da realidade e dos seus amplos horizontes.”(Steiner, 2005)


É preciso recordar estas coisas nos tempos tenebrosos que correm.

Somos todos Gregos.

_ George Steiner, A Ideia de Europa,2005, trad. Mª de Fátima St. Aubyn, Ed. Gradiva, pp.38-39

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